Communicare Carnevale |
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O explosivo desenvolvimento da rede mundial de computadores parece nos inclinar em direção às comunidades virtuais. Estamos vivenciando uma inovadora situação de comunicação, distinguida das tradicionais formas de interação social. O virtual ganha força cada vez mais e nos proporciona uma aproximação que confronta os clássicos conceitos da relação entre tempo e distância, construindo seu próprio espaço. “Vivemos um processo de desmaterialização pós-moderna do mundo, onde o corpo é abolido em função das personas que entram em Cena” , a citação de André Lemos nos propõe uma reflexão em torno do papel da Internet em relação às escolas de samba. Revelou-se o mundo “ communicare carnevale”, onde o expectador torna-se sujeito interlocutor, com possibilidades de interferência nos rumos que a manifestação pode tomar. Estamos diante de uma nova maneira de nos relacionar, criada também para satisfazer nossa necessidade de viver em grupo. Tendenciamos a tematizar as comunidades virtuais da Internet, estabelecendo espaços de socialização e possibilitando a vivência de uma realidade a partir do computador. A partir das brechas deixadas pelos outros veículos a internet parece configurar-se como uma ferramenta principal para suprir determinadas demandas. São inúmeros sites que se propõe a realizar os mais diversos serviços, o que promove a ruptura do Rio de Janeiro com limites físicos de seus barracões, quadras e avenidas. Conseqüentemente, foi criada uma comunidade ampla, difícil de ser mensurada em números, que em grande parte esteve pulverizada e anônima durante muitos anos. Os meios de comunicação de massa deram ampla visibilidade aos desfiles e os projetou cada vez mais em nível internacional. Entretanto, revistas, jornais e até mesmo a televisão não se especializaram a ponto de realizar uma cobertura completa, com abordagens detalhadas e de amplo domínio do tema. Para o público conhecedor do universo das escolas de samba tornou-se comum encontrar apontamentos distorcidos em vários desses canais. A cobertura feita pela Rede Globo de Televisão, por sua vez, parece atender a uma transmissão simples, o que por inúmeras vezes se mostra superficial e inconsistente aos olhos até dos menos conhecedores. Neste aspecto, os veículos regionais do Rio de Janeiro alcançam maior eficácia quando comparados aos de âmbito nacional e a Internet mostra-se como maior centro de debate e fonte informações. Mesmo conflitual, a existência das comunidades carnavalescas virtuais é visível, elaboradas através da criatividade, da notícia e do discurso em torno de nossas escolas de samba; uma verdadeira socialização segmentada. Algo transtecnológico, além da conexão, do teclado e do acesso, dirigido à experiência em conjunto e à revelação de afinidades. O SambaRio é um desses novos espaços de preservação, divulgação e de memória das escolas produtoras da cultura genuinamente brasileira. Parabéns! |
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Alessandro Ostelino |
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