G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro |
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O Enredo no Samba: Estrutura discursiva O Salgueiro faz uma exaltação ao país apresentando o percurso histórico do álcool como fonte de energia a partir da literatura informativa no Brasil-Colônia, tendo como ponto de partida a Carta de Pero Vaz de Caminha. O Samba no Enredo: Estrutura lingüística O vocabulário pomposo e as construções frasais revelam que os autores do samba manejam bem as nuances da língua portuguesa e suas regras. Há palavras rebuscadas que permeiam toda a letra (cultivo, nativo, fartura, germinar, destronar, alvorecer) e a linguagem formal, representada pelo correto emprego da crase (“Que dava fim à liberdade do nativo”) e pela exata colocação pronominal (vê-lo), os quais imprimem qualidade textual ao samba.
São essas pausas que marcam a cadência, a malemolência deste belíssimo samba-enredo.
Há inversões vocabulares para enfatizar certos elementos do enredo e para formar rima:
E ainda a antonomásia, isto é, a substituição do nome por uma expressão que o identifica facilmente:
O refrão principal é marcado pela intertextualidade, em que se faz alusão a outros textos conhecidos por intermédio de paráfrases, isto é, citação livre de textos de outrem:
O tom de louvação do texto está no uso intensivo de qualificadores:
Outra característica marcante está na perfeição do emprego dos tempos verbais. Os compositores mostram aqui também o domínio sobre a língua ao utilizarem o pretérito imperfeito (dava, movia), o gerúndio (descrevendo, conquistando) e o infinitivo (germinar, destronar, clarear) com intenção expressiva, tornando o samba virtuoso enquanto tipologia textual e composição musical. Bibliografia:
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Julio Cesar Farias |
Artigo-176 | ||
Artigos |