O morro da Mangueira

 

          Quando os primeiros habitantes chegaram ao morro da mangueira, no final do século passado, este ainda era conhecido como morro dos Telégrafos, por causa das torres instaladas naquela região. Logo depois instalou-se próximo ao morro uma fábrica de chapéus que viria a se chamar Mangueira. Depois disso a estação de trem também foi denominada Mangueira e por conseqüência o morro passou a chamar Mangueira.
          O morro foi sempre habitado por negros que vinham do centro do Rio. Em 1908, quando a prefeitura resolveu reformar a Quinta da Boa Vista e destruiu vários casebres que lá existiam, essas pessoas acharam em Mangueira um local para continuar a vida. Também foram parar em Mangueira as pessoas que perderam suas casas no incêndio do morro de Santo Antônio, em 1916.
          Hoje o complexo da Mangueira é formado pelo morro dos Telégrafos, Candelária, Chalé, Santo Antônio, Buraco Quente entre outros, mas seus habitantes sempre foram simples e pobre, na sua maioria negros.

"Sala de Recepção"
(Cartola)

Habitada por gente simples e tão pobre
Que só tem o sol que a todos cobre
Como podes Mangueira cantar?
Pois então saibas que não desejamos mais nada
A noite, a lua prateada
Silenciosa ouve as nossas canções
Tem lá no alto um cruzeiro
Onde fazemos nossas orações
E temos orgulho de sermos os primeiros campeões
Eu digo e afirmo que a felicidade aqui mora
e as outras escolas até choram
invejando a tua posição
minha Mangueira és a sala de recepção
Aqui se abraça o inimigo
Como se fosse irmão

Marcos Capeluppi
(Publicado originalmente na lista Planeta Samba)

 

Artigo-144
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