Adeus, para um sambista
que se vai...
Na Terra, já cumpriu sua missão
Repousa, eterno, al lado de Deus Pai
Descansa para sempre o coração
Na vida se confundem os sentimentos
Misturam-se alegria e tristeza
Retalhos de amores soltos aos ventos
Fracassos varridos pela correnteza
E como já dizia um poeta singular:
-A dor é bela. És capaz de suportar
Apagou-se a chama de uma vida
Sereno, o sambista parece dormir
Seus olhos se fecharam em despedida
Mas os lábios permanecem a sorrir
Hoje, quando o morro amanheceu
Havia amargura em cada olhar
Aquele riso alegre emudeceu
Como uma fonte que deixasse de jorrar.
Agora, minha Escola comovida
Lamenta e relembra os sonhos seus
Um surdo soluça compassadamente
Vai chorando com a gente
Neste derradeiro ADEUS...