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Saudades
que atravessam barreiras, paixões que ultrapassaram as fronteiras do tempo.
Quem diria que no mesmo ano, teríamos duas grandes perdas, ano esse de
1987.
Arlindo parte para o céu, com seus anjos e arlequins.
Fernando Pinto foi para o paraíso, com suas araras, frutas tropicais e
onças.
Dois grande nomes do carnaval brasileiro, que nós deixaram
órfãos, um
vitima de um acidente automobilístico e o outro vitima da praga da Aids.
Arlindo e suas luxuosas alegorias, enredos tão diferentes, mas que ao
mesmo tempo pareciam ter o mesmo brilho, o mesmo valor poético, incomparável
Alindo, incansável artista que por muitas décadas, encantava a todos nós
com seus trabalho requintados e deslumbrantes, fica na nossa memória a
alma do artista notável, Arlindo Rodrigues.
Fernando Pinto e seu traço debochado, sua cabeça era um verdadeiro zoológico,
mas claro, todos os bichos livres pela natureza, uma imaginação tão extensa
que superavam muitas vezes a própria criação, quem diria seu Ismael Silva,
poderia ele imaginar um desfile de escola de samba no espaço? isto é que
me faz debruçar sobre a história do carnaval e sobre esses personagens
de tamanha sabedoria cultural e de grande importância para o Brasil, o
que me faz por muitas vezes rir, chorar, gritar e pular, são fatos e acontecimentos
que nos fazem firmar ainda mais essa incondicional paixão, muitas vezes
louca pelas escolas de samba, em tempo de tropicália, alegoria controvertida
que iniciava uma nova etapa no carnaval carioca, sem compromissos com
a história, uma coisa mais brincalhona, Baianas de onças, homens vestidos
de Xuxetes, Baianas vestidas de Insetos, loucuras a parte, que deixaram
muitas saudades...com toda certeza!
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