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Finalmente o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer foi executado na íntegra, com capacidade para 72,5 mil pessoas e o aumento de 12,500 lugares, alterando o radicalmente lado direito do Sambódromo Darcy Ribeiro, inaugurado em 1984. A obra, feita pela prefeitura, foi entregue à Liesa, na semana passada.
Se o visual é outro, o som também será. O prédio de uma cervejaria, onde ficavam os camarotes, avançava sobre a pista e sua parede impedia que o som dos dois lados fosse homogêneo. Com a nova configuração, foram instalados, 40% a mais de equipamentos, como caixas, torres e cabos. Um dos bambas na bateria, Mestre Odilon, teme que as caixas colocadas em posições paralelas, e não alternadas, dos dois lados poderá trazer problemas, principalmente para as baterias.
Por outro lado, para “esquentar” a festa, esse é um ano acima da média no quesito sambas de enredo. O da Portela foi escolhido em todas as votações e análises como o melhor do ano!
Sete escolas se apresentarão na primeira noite e mais seis na segunda. Ano passado, por causa do incêndio que destruiu 3 barracões da cidade do Samba, nenhuma escola caiu para o grupo de Acesso e, de lá, subiu a estreante no Grupo Especial a quem cabe a missão de abrir o espetáculo.
A Renascer de Jacarepaguá vem com o enredo "O artista da alegria dá o tom da folia", contando a vida de Romero Brito, artista plástico tipo exportação radicado em Miami. “Nasci com um dom, e quero dividir com todos”, diz ele sobre sua obra Pop Art. Escolheu um bom lugar para se fazer (mais) conhecido.
A Bahia “domina” nas próximas duas escolas, criando uma comparação imediata entre as agremiações embaladas por sambas contagiantes. A Portela vem de Osvaldo Cruz com o enredo “Pequena Prece ao Senhor do Bonfim” de Paulo Meneses. A mato-grossense Vanessa Da Matta incorpora Clara Nunes e os orixás baianos conduzem a bateria de Mestre Nilo Sérgio. O bicho está só começando a pegar...
E continua com a Imperatriz Leopoldinense, com o carnavalesco Max Lopes homenageando Jorge Amado no enredo “Jorge, amado Jorge”. À frente da bateria mais uma mato-grossense arrebenta. A majestade Luiza Brunet, é de Itaporã, hoje MS, mas, quando nasceu, ainda havia um só Mato Grosso. Ela é nossa!
Depois do sacode baiano, outras pinceladas. Dessa vez na Mocidade Independente de Padre Miguel. O enredo de Alexandra Louzada "Por ti, Portinari: Rompendo a tela, à Realidade" destrincha a obra de um dos maiores nomes da pintura brasileira e viaja por suas telas que retratam o povo brasileiro, sua grande fonte de inspiração.
Chegamos ao enredo mais polêmico da safra do grupo especial. “DA SEIVA MATERNA AO EQUILÍBRIO DA VIDA”, escrito pelo carnavalesco Roberto Szaniecki e desenvolvido por Jayme Cesário para a Porto da Pedra. A escola de São Gonçalo promete tirar leite de pedra (ui). Patrocinada por uma grande fábrica de laticínios ela falará sobre o Iogurte. Só vendo para imaginar...
A penúltima escola é a Beija-Flor, com o enredo "São Luís - O poema encantado do Maranhão". A atual campeã quer repetir a dose e vem com sua força máxima: Neguinho da Beija Flor puxa o samba, Selminha Sorriso e Claudinho conduzem o pavilhão, Raisa de Oliveira, a frente da bateria, com Laíla coordenando a comissão dos carnavalescos e a harmonia. A grande ausência será o certamente homenageado Joãozinho Trinta, maranhense e gênio campeoníssimo do carnaval carioca que nos deixou em 2011.
Fechando a noite mais um excelente samba embalará o enredo da Vila Isabel "Você Semba Lá ... Que Eu Sambo Cá! O Canto Livre de Angola", da carnavalesca Rosa Magalhães. O casal de Mestre sala e Porta Bandeira Rute Alves e Julinho, inseriu uma levada nagô em sua coreografia. A bateria Swingueira de Noel vem ao ritmo do kunduro, a sensual dança angolana. Dizem que a Vila vai incorporar o mesmo espírito que sacudiu “Kizomba” e a levou ao titulo... |