G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio |
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O Enredo no Samba: Estrutura discursiva A Grande Rio é a agremiação que apresenta a mais breve e objetiva sinopse de enredo para o carnaval: a história do preservativo, a popular camisinha. A composição, de caráter descritivo, segue a linha cronológica traçada no enredo, ainda que misture os tempos verbais ao longo da letra. Com um tema bastante atual, educativo e politicamente correto, o enredo vai dos primórdios da humanidade, com a criação do primeiro homem, aos dias atuais, de avanço da contaminação da Aids.
Os compositores, com muita destreza, conseguiram transferir para a letra do samba os elementos essenciais da apropriada mensagem abordada no enredo; a conscientização do uso da camisinha para preservar a vida humana através de cuidados com o próprio corpo. O Samba no Enredo: Estrutura lingüística Grande parte do vocabulário foi extraído da sinopse diretamente para a letra do samba, visto que há palavras e expressões inteiras grifadas na explanação do carnavalesco, sugerindo, assim, os vocábulos e termos primordiais do enredo que gostaria de ter no texto final dos compositores.
A letra é marcada pela intertextualidade, característica discursiva marcante dos sambas-enredo, uma vez que os compositores extraíram literalmente palavras e expressões da sinopse do carnavalesco, além de referências a outros textos bastante conhecidos:
Outro aspecto importante a ressaltar: o emprego intensivo da forma nominal do verbo, o infinitivo, com intenções discursivas diversas. A primeira intenção foi aproximar as frases dos versos do ritmo peculiar da fala, para auxiliar a pronúncia. Por isso utilizou-se o futuro imediato, representado pela locução com o verbo IR + verbo principal no infinitivo:
A segunda intenção discursiva é atemporalizar as ações verbais, indicando conceitos universais e imutáveis, além de, em uma leitura mais profunda associada ao tema do enredo, representarem outras idéias:
Por fim, as locuções verbais formadas pelo verbo auxiliar querer + verbo principal no infinitivo, marcando a subjetividade do samba, pois são declarações de vontade, desejo do emissor/narrador:
Bibliografia:
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Julio Cesar Farias |
Artigo-176 | ||
Artigos |