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Estava
na Avenida no último domingo para acompanhar o terceiro ensaio técnico
da Mangueira. Ah! Como é bom ver o ensaio da Mangueira na Avenida.
Até em ensaio ela emociona. Como de costume, pontualmente às
20h iniciou o ensaio com o tradicional hino de exaltação: " Mangueira
teu cenário é uma beleza, que a natureza criou. No morro com seus barracões
de zinco, quando amanhece que esplendor.....". Ausência sentida
da noite foi do mestre Jamelão. O público presente (que lotou o setor 1
para ver a Mangueira passar) e os componentes mostraram todo seu amor à
Verde-e-Rosa ao cantarem em um só coral o samba-enredo de 2003.
Eu, encostado próximos as grades, assistindo à todo aquele espetáculo,
pude constatar a força e a grandeza que a Estação Primeira tem. Me encanto com
o charme e beleza da Gionana e com a leveza do bailar do Marquinhos que
rodopiam a minha frente. Observo a firmeza com que o Mestre Russo conduz
a bateria nota 10 da Mangueira, até que se aproxima de mim, o carro
de som. Olho para o alto procurando ela. Ela que em todos os ensaios estava
lá, bem no alto ensaiando alguns passos, cantando, acenando e mandando
beijos. E para minha alegria, ela estava lá, ao lado
do elegante Delegado, mas não como das outras vezes. Dona Zica acompanhava
o ensaio séria e cabisbaixa, não acenava e nem jogava beijos,
Aquela cena me chamou atenção. Dona Zica olhava para as arquibancadas
e camarotes vazios e abaixava a cabeça. Dona Zica previa que aquele seria
seu último "desfile" pela sua amada Estação Primeira que se dedicou
a vida inteira.
Dona Zica é do morro, é viúva de Cartola, ganhou fama pelo seu
amor a Mangueira.
Dona Dona Zica é patrimônio de nosso carnaval, é personalidade queridos
por todos nós.
Dona
Zica, nós sambistas te agradecemos pela valiosa contribuição
que você deu a Mangueira e ao nosso carnaval.
Descanse em paz!
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