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Quem conhece o estilo do carnavalesco Paulo Barros e acompanhou os seus desfiles (na Unidos da Tijuca ou na Viradouro) não teve grandes surpresas este ano. Barros é conhecido pela audácia: seja quando colocou uma ala inteira coreografada em um carro alegórico (representando o DNA), uma rampa de gelo com esquiadores ou, agora, quando abriu o desfile da Tijuca com um incêndio (cenográfico, é verdade).
Acompanhando o desfile na Sapucaí, entendi o sucesso de Barros: mesmo sendo de uma escola que está longe de ter a maior torcida (como Mangueira ou Portela), ou que não contava com um grande samba-enredo (como Salgueiro), foi a única que fez a plateia ficar em pé do início ao fim – com direito a vários momentos de clímax. As outras escolas insistem em fórmulas manjadas, que já cansaram o espectador: carros alegóricos com abundância de destaques, alas que parecem todas iguais. O público quer novidades, quer se emocionar e interagir com o desfile, e não só contemplar passivamente o mesmo luxo e as mesmas histórias de outros carnavais. |