Marcha da Quarta Feira de Cinzas

 
          Enfim acabou o Carnaval mesmo com a esperança de sábado das campeãs. Parece que as coisas boas da vida passam rápidas, são efêmeras, que a felicidade nos remete a uma vida de momentos carnavalescos inenarráveis, de uma necessidade de sambar e de cantar, de viver intensamente esse reinado de Momo. Hoje ainda tem as apurações, as discussões, as insatisfações, os sentimentos de alegria e tristeza, os dissabores dos "derrotados" e o contentamento sem limites  dos "vencedores".   Mas sejamos todos vitoriosos, independente de preferência, independente de resultados. Há uma lacuna, uma ausência dentro dos corações, de que nossa vida merece mais tempo de Carnaval, mais tempo de bateria, de fantasias, de  alegorias, de... Espero sinceramente que a imagem de minha União da Ilha e da Tuiuti sejam eternizadas. Que as idéias sejam recicladas, renovadas para que tenhamos fôlego para acompanhar por todo tempo que for a "oitava maravilha do mundo". Quem me dera viver para ver e brincar outros Carnavais com a beleza e a sutileza e a alegria inexistentes nessa quarta feira de cinzas. E no entanto é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar, é preciso cantar para alegrar a cidade e os nossos sonhos. Saudades!
          Boa sorte Ilha!

Marcha da Quarta Feira de Cinzas
(Carlos Lyra &Vinicius De Moraes)

Acabou nosso carnaval
ninguém ouve cantar canções
ninguém passa mais
brincando feliz
e nos corações
saudades e cinzas
foi o que restou

Pelas ruas o que se vê
é uma gente que nem se vê
que nem se sorri
se beija e se abraça
e sai caminhando
dançando e cantando
cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
mais que nunca é preciso cantar
é preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
qualquer dia vai se acabar
todos vão sorrir
chegou a esperança
é o povo que dança

contente da vida
feliz a cantar

Porque são tantas coisas azuis
há tão grandes promessas de luz
tanto amor para amar que a gente nem sabe

Quem me dera viver prá ver
e brincar outros carnavais
com a beleza dos velhos carnavais
que marchas tão lindas
é o povo cantando seu canto de paz
seu canto de paz...

Anthoni Santoro

 

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