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Um
som se espalha no ar, um cavaquinho, uma bateria, uma voz. O show vai
começar, imagens indescritíveis, sons e emoções. Qual é a deixa para o
espetáculo? Uma lágrima, a lágrima que nos transforma novamente em criança,
que traz a inocência, é ela que avisa que o show vai começar...
Foi
um rio que passou em minha vida... Mangueira teu cenário é uma beleza...
Mostrando a minha identidade...Beija-Flor minha escola... o que nos lembra?
O que nos faz sentir? O que cada um de nós sente quando vemos uma Águia
entrar na avenida? Ou o mar verde e rosa? Um grande e imponente coroa?
O encarnado tomando conta da avenida? O verde e a luz, o povo de Nilópolis
sendo chamado...
Um surdo
começa a tocar, por um momento nosso coração para, espera o momento certo
para voltar a bater, compõe a marcação da bateria. Da avenida sobe um
ar quente, sorrisos, gritos, os olhos nem se atrevem a piscar, é uma escola
de samba entrando na avenida.
Enquanto
isso as lágrimas rolam, alimentam o ar estranhamente bom que sentimos
no peito, enquanto há samba a festa e as lágrimas continuam. E surgem
carros componentes, fantasias, histórias, cada escola com sua cor, com
seu pavilhão...chegam as zeladoras, são nossas mães, trazem consigo a
lembrança do amor de mãe que acalenta, nos faz lembras das que já foram
e das que estão presentes. Parecem flutuar, são as baianas, com seus torços
e batas, colares e brincos, seus sorrisos incrivelmente largos, suas reverências,
deslizam de tal forma que parecem ser levadas pela mão de Deus.
Mais
e mais componentes, mas símbolos, mas ainda não é o final, teremos mais
escolas, mais baianas... lá no fim vem a velha guarda, senhores que muitas
vezes choraram, e nós agora estamos no antigo lugar deles, nossas lágrimas
e emoções são a força disso tudo.
Momentos
antes ficamos parados, sem acreditar que tal fenômeno é possível, mas
graças ao nosso amor e às nossas emoções sempre será possível, sempre
se repetirá, até que chegue o dia em que não poderemos mais agüentar...
novamente é carnaval!
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