Vizinha Faladeira dá as
cartas
Justificativa:
A Agremiação Recreativista Escola de Samba Vizinha Faladeira apresenta,
para o carnaval 2011, o enredo “Vizinha Faladeira Dá as Cartas”,
objetivando ser uma fonte de colaboração na busca da informação, do
conhecimento e do entretenimento, paralela às instituições organizadas
da coletividade para exercerem a disseminação da cultura em todos os
níveis da sociedade.
O desenvolvimento do enredo atenta, de forma objetiva e fácil
entendimento didático, à transmissão de informações, permitindo ao
público, aprender ou relembrar os diversos conceitos atribuídos às
cartas.
Os meios de comunicação são as formas que os seres humanos
desenvolveram para transmitir suas mensagens. Em um meio, o mesmo código
é utilizado tanto para o transmissor como para o receptor,
possibilitando o entendimento destes sinais. Especificamente, no desfile
da Vizinha Faladeira, os suportes que serão utilizados para elucidar o
enredo são o visual e o escrito.
Com a evolução das civilizações, os gestos não foram suficientes para o
sistema de comunicação entre os homens. Com o passar do tempo, múltiplos
segmentos desenvolveram o aparelho fonador, e, mais recentemente, o
sistema de escrita, facilitando o acúmulo de conhecimentos e a passagem
da história, de geração em geração.
A partir do complexo gestual oral, chegamos aos primeiros exemplares da
escrita, os chamados símbolos pictográficos, úteis nas atividades
contábeis. Da pictografia, escrita na pedra, originou-se o ideograma,
escrita da idéia iconicamente, surgindo em seguida, o modo silábico de
transmissão de informações simbolicamente. Assim desenvolveu-se, a
fonética que atualmente utiliza o modo alfabético de escrita que
possibilita a emissão de cartas postais e documentos históricos.
Entretanto, o homem também possui a possibilidade de se comunicar por
meio das imagens. O enredo apresentado pela Vizinha Faladeira pretende
demonstrar esta linguagem, tendo como suporte as cartas do baralho
lusófono e as cartas enigmáticas que transmitem mensagens desvendadas
somente por estudiosos que se dedicam a este assunto.
Sendo assim, o desenvolvimento do enredo é a integração entre as
diversas formas de comunicação que as cartas apresentam para que o
público possa tomar conhecimento das variadas concepções concebidas a
elas, suas ascendências, seus papéis como instrumentos educacionais e de
mensagem. Além, de ajudarem a desenvolver o raciocínio humano e
despertar o desejo pelo desconhecido. As cartas são de suma importância
no cenário do desenvolvimento de fontes de informações para o povo
brasileiro que tem no carnaval do Rio de Janeiro, a oportunidade do
avanço cultural.
Sinopse:
Com um toque de nostalgia, a Vizinha Faladeira percorre o mundo das cartas, objetos de comunicação escrita ou visual, que alimentam o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades do homem despertando emoções e sensações de vitórias e derrotas por meio dos jogos de cartas, despertam desejos e sentimentos do presente, passado e futuro na arte da adivinhação das cartomantes, abrandam a distância geográfica e minimizam a saudade, ampliam o horizonte do conhecimento e fazem parte da história registrando os acontecimentos marcantes da nação brasileira.
O grande Cassino da Vizinha, ambiente natural das cartas e jogos, local de diversão com apresentações teatrais e espetáculos de dança, deixou saudades. Bailarinos, croupier, roleta, fichas, cartelas de bingo, coringas e jogadores, as recebem: “Bem-vindas ao Cassino, aqui, a Vizinha Faladeira dá as cartas”.
Quando utilizada como instrumento visual de comunicação, a carta pode evidenciar o amor de um imperador chinês por sua concubina, difundir pelo mundo a casta e os deuses do povo indiano, e ainda eternizar os elementos sagrados da vida: água, fogo, terra e ar - por meio da linguagem simbólica dos árabes. A carta também preserva o conhecimento dos sacerdotes egípcios e transforma-se em lâmina de jogos e instrumento oracular.
Pelas cartas espanholas, surgiu o atual baralho latino utilizado nas atividades recreativas onde a agilidade, a destreza e a capacidade de disputa do homem, o fazem ganhar ou perder num simples jogo de cartas.
Como manifestação de mensagens espirituais e fins divinatórios, as cartas transformam-se no baralho de Tarô, desvendando mistérios e segredos pelas mãos de Madame Lenormand. Temida e respeitada, a grande dama francesa, estudiosa das ciências ocultas, viveu entre os ciganos e teve acesso a um legítimo baralho de Tarô, utilizado por eles. Aprofundou seus conhecimentos e aprimorou o jogo de cartas. Hoje, conhecido como baralho Petit Lenormand ou baralho cigano. A senhora da magia que preparava porções extraídas das flores do seu jardim, sempre acompanhada do seu fiel gato preto, previu nas cartas a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono da França, suas conquistas pela Europa e sua queda.
Seguindo viagem pelo tempo e pela história, a Vizinha Faladeira ancora nas cartas ciganas, alicerce das previsões e leitura da sorte pelo poder e a força da vidência e oferendas.
A carta como elemento postal, suporte da transmissão de informações específicas ou de interesse público da sociedade. Objeto de correspondência, inviolável, selada, transportada em malotes e distribuída pelos carteiros, heróis do asfalto que driblam os obstáculos para levar a mensagem, às mãos do destinatário. Mensagens que hoje, com o avanço tecnológico, podem ser transmitidas pelo correio eletrônico, mas que não substituem o papel e o envelope, materiais básicos da confecção de uma carta convencional, ainda preferida pelo prazer de escrever e trocar correspondências físicas.
Os fatos que fizeram a história brasileira estão gravados nos instrumentos documentais e literários do país. A carta de Pero Vaz de Caminha dando conta a Portugal do descobrimento de novas terras, a carta de libertação dos escravos, Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel são registros da história guardados em nossas memórias e registrados nos pergaminhos para serem passadas de geração em geração.
Desenvolvimento:
Primeiro Setor, Abertura: “Bem-vindos ao Mundo da Emoção”
As cartas e os Naipes são apresentados como objetos de comunicação
visual que alimentam o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades
do homem, despertando emoções e sensações de vitórias e derrotas por
meio dos jogos de cartas: é a disputa.
A Vizinha Faladeira é anunciada ao público por meio dos croupiers. Eles
exercem o papel de guardiões da corte real, apresentando as cartas do
naipe de copas e suas diversas sequências nos diferentes jogos do
baralho lusófono, defendendo e protegendo a rainha de copas,
protagonista da canastra, simbolizando o poder e a determinação.
A rainha de copas também representa a beleza da arte das estratégias. O
elemento cenográfico é formado por um dado que ao ser aberto, exibe a
rainha de copas em seu trono e a caixa do baralho real onde são
guardadas as cartas.
Os Naipes de copas, ouros, paus e espadas são apresentados ao público
por meio do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira.
A primeira ala, “Damas dos Naipes”, representa a
feminilidade presente nos cassinos. Ela apresenta ao público o “Cassino
da Vizinha”, complexo de diversão e lazer onde o homem coloca em prática
suas habilidades e experimenta as sensações de conquistas e ruínas. É o
seu poder absoluto de decisão sobre o ato de jogar que é representado
por dois jogadores que simulam o carteado. Os dois jogadores se
apresentam no centro do carro com a fantasia “Os valetes da Noite”.
Por meio de uma atmosfera sedutora com bailarinas, jogos de cartas,
cartelas de bingo, bolas numeradas, fichas, roleta e jogo de dados, o
cassino apresenta as 52 cartas e os quatro naipes do baralho.
Também é apresentado “o curinga”, destaque central da
alegoria. No jogo de cartas, ele é o que possui a maior liberdade de
representação, pode ser colocado em substituição a quaisquer outras
cartas, dependendo da combinação que o jogador tiver em mãos. A alegoria
apresenta o 1º destaque da escola, atrás da sereia, símbolo oficial da
escola, representando as moedas de ouro que simbolizam o veículo de
pagamento dos jogadores de um cassino: “O Prêmio”. Os
grandes espetáculos musicais que acompanham o dia a dia de um cassino
estão representados pelas composições das 8 (oito) bailarinas com a
fantasia “A Arte do Bailado”.
Na frente das composições, do lado direito, está representado o símbolo
da espada, e do lado esquerdo, o símbolo de paus, ambos espanhóis que
deram origem às cartas lusófonas. A parte da frente dos carros é
constituída de dois vasos que representam o símbolo de copas e na frente
do palco do grande cassino, dois sóis que representam o símbolo de
ouros. As quatro representações são figuras do baralho espanhol.
Segundo Setor: “A Origem das Cartas”
Na história da humanidade, não há um consenso entre os estudiosos sobre
a verdadeira origem das cartas. Entretanto, quatro países se destacam
como difusores deste instrumento de comunicação visual: Egito, Índia,
China e Arábia.
Com o início das grandes navegações, no final do século XV, em busca de
novas terras, os espanhóis foram os difusores das cartas na América. A
evolução do baralho espanhol resultou no atual baralho latino chamado de
baralho lusófono.
Terceiro Setor: “Cartas Místicas”
As cartas são apresentadas como manifestação de mensagens espirituais e
fins divinatórios, elas transformam-se no baralho de Tarô, são os
mistérios e segredos da vida desvendados pelos baralhos Petit Lenormand
e Marselha, instrumentos de comunicação visual utilizados pelo homem.
Marie-Anne Adélaïde Lenormand, ou simplesmente, Mlle. Lenormand, como é
mais conhecida, nasceu na cidade francesa de Alençon e permaneceu até
sua morte na cidade de Paris. Estudiosa das ciências ocultas, ela viveu
entre os ciganos e teve acesso a um legítimo baralho de Tarô utilizado
por eles. Lenormand decidiu aprofundar seus conhecimentos e aprimorar o
jogo de cartas, hoje conhecido como Petit Lenormand ou Baralho Cigano.
Sua vida e obra estão envoltas numa aura de mistério e lendas, trata-se
de uma pessoa altamente evoluída, versada em Astrologia, Mitologia,
Cabala, Tarô, Numerologia, Alquimia, Geomancia, e também no estudo das
flores como instrumento de mensagem oracular. Com sua morte, é chegado o
fim da era mística de Lenormand, secam-se as flores e folhas da senhora
que estudava as plantas e seus efeitos espirituais e físicos para
porções mágicas.
Famosa pelas previsões que fez às figuras ilustres da época como,
Napoleão Bonaparte, entre outras, Lenormand previu sua ascensão ao trono
francês, suas conquistas na Europa e também, sua queda, ocasionada pelo
orgulho desmedido e sua arrogância desenfreada.
Com origem no século XVI, na França, O baralho de Tarô de Marselha,
formado por Arcanos maiores e Arcanos menores, é um dos mais conhecidos
e difundidos baralhos no mundo. O Tarô de Marselha é uma linguagem
simbólica que é desenvolvida por oposição, contraste ou analogia pela
disposição das figuras feminina e masculina das cartas.
A denominação Arcana significa os mistérios e segredos que serão
desvendados pela leitura das cartas. Suas imagens são ao mesmo tempo
simples, porém de extrema profundidade de interpretação. Segundo seus
estudiosos, estas cartas revelam os segredos mais escondidos do ser
humano.
A carta do Sol é a síntese da difusão do amor universal, um prenúncio
de harmonia plena no futuro.
A carta da Lua é a representação do reconhecimento da vitória. Durante
a noite, a lua recarrega a energia humana para reflexão das suas
atitudes.
Já a carta do Louco do Tarô representa um andarilho leve e solto,
contra a estagnação. Ele representa a despreocupação, a espontaneidade,
a alienação e os processos de transformação. O Louco do Tarô está sempre
agitado e inquieto.
A Carta do Homem e da Mulher do Baralho de Marselha simbolizam o amor e
a cumplicidade eterna entre os sexos que se unem para constituírem uma
família.
Quarto Setor: “Páginas da Memória”
É a apresentação da carta como instrumento de comunicação escrita
documental e literária da história do Brasil. Revivendo a história,
associada à grande distância física entre o país colonizador e a
colônia, Brasil e Portugal, a comunicação entre estes pólos enfrentou
diversos infortúnios climáticos causados pelo mar. Entretanto, as
mensagens sempre foram protegidas pelas lendárias sereias do Oceano
Atlântico. O grande oceano que separa o Brasil de Portugal é habitado
pelas sereias, símbolo mitológico nórdico, metade mulher e metade peixe,
cujas aparições podem significar um presságio de naufrágio, tempestade
ou um sinal de boa sorte na condução das caravelas e naus até os seus
destinos.
Em 1º de maio de 1500, uma dessas mensagens partiu do Brasil com
destino a Portugal, transportada pela nau de mantimentos de Gaspar de
Lemos. Era a 1ª carta oficial do Brasil, escrita por Pero Vaz de
Caminha, dando conta do descobrimento de novas terras ao rei D. Manuel.
Ao longo da história, muitas cartas foram e são documentos fundamentais
para a comprobação do Brasil como um país democrático e humano. O
conhecimento é passado de gerações em gerações por meio das cartas,
documentais que entram para sempre na memória dos brasileiros.
Outro grande marco da nossa história está presente no enredo: a carta
de abolição da escravatura no Brasil, a Lei Áurea, assinada em 13 de
maio de 1888 pela Princesa Isabel.
Para a disseminação de todas as cartas pelo mundo, a Vizinha Faladeira
elegeu o pombo-correio, uma espécie domesticada da família dos pombos
que era utilizada para levar comunicações e mensagens de uma pessoa para
outra, reduzindo a falta de comunicação à longa distância, responsável
pelo envio de mensagens importantes da história da humanidade desde a 5ª
dinastia egípcia, há 4000 anos antes da nossa era, até os dias atuais.
Quinto e Último Setor: “Elementos Postais”
As cartas são apresentadas como instrumentos de comunicação escrita que
reduzem a distância e transmitem os mais diversos assuntos e
sentimentos. Neste setor são apresentados os materiais básicos que
compõem as correspondências: o papel, o envelope, o instrumento que se
usa para escrever e o selo, mais propriamente, as três edições do
primeiro selo do Brasil, o Olho de Boi.
Também são homenageados, os principais responsáveis pela distribuição
das cartas na sociedade: os carteiros, profissionais que enfrentam as
dificuldades diárias com os cães para cumprirem o seu papel.
Na era da modernidade surge o e-mail e com ele, a possibilidade de se
comunicar por meio de mensagens virtuais. Atualmente, eles são a forma
de correio mais difundida no mundo, utilizando o ciberespaço, ambiente
de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores, mas
tem que se ter cuidado com os vírus espalhados no ambiente virtual.
O desfile das escolas de samba é a representação das informações
estéticas da comunicação visual. Os pensamentos, idéias e conceitos são
transformados em signos de analogia, associação e simbolismo que são
transmitidos ao público.
Seguindo este critério, a Agremiação Recreativista e Escola de Samba
Vizinha Faladeira encerra seu desfile protagonizando na avenida o envio
de uma mensagem por e-mail para todos os foliões do mundo por meio do
propagador mundial mais utilizado na atualidade no espaço virtual: o
computador.
Jorge Castro
Bibliografia:
-
BRETON, Philippe et
Proulx, Serge. L’explosion de la communication à l’aube du XXI
siècle. Paris: La Découverte, 2002.
-
CANCLINI, Nestor
Garcia. Latinoamericanos buscando em este siglo. Barcelona:
Paiddós, 2002.
-
CASANOVA, Giacomo;
MACHEN, Arthur.
The complete memoires of Jacques
Casanova de Seingalt. Página visitada em 22 de junho de
2010.
-
DUMMETT,
Michael A E, MANN, Sylvia. The game of tarot: From Ferrara to
Salt Lake City.
Londres: Duckworth, 1980. pp.600.
-
FERRARI, Pollyana.
Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2ª ed., 2004.
-
FERREIRA, Aurélio
Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da
língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 3 ª ed.,
1999.
-
HUSON, Paul.
Mystical origins of the Tarot. Inner Traditions / Bear & Co.,
2004. pp.352.
-
JOGOS DE CARTAS.
Disponível em:
http://www.jogosdecartas.com.br/defaultbasp?area=2&pg=2 . Acesso
em: 06/06/2010.
Roteiro de Desfile:
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
1° Setor: “Bem-vindos ao Mundo da Emoção” |
1 |
As Damas dos Naipes |
Comunidade |
As Damas dos Naipes concebem a
grande arte do bailado nos espetáculos dos cassinos,
ambiente natural das cartas de jogos, são as aventureiras
que jogam com a sorte nos carteados. Elas representam o
mundo dos sonhos, da fantasia, dos dons artísticos e inserem
o mundo do raciocínio e das habilidades dos jogos. Elas
apresentam os quatro Naipes do baralho lusófono (copas,
paus, ouros e espadas) e apresentam o 1º carro-alegórico. |
Verônica |
2° Setor: “A Origem das Cartas” |
2 |
Tarô do Egito |
Comunidade |
Ao longo do tempo, os sacerdotes
egípcios preservavam seus conhecimentos por meio de
simbologia em lâminas, para que não fossem descobertos. A
partir do século XVII, os soldados e a população começaram a
usá-las em diversos jogos, e, rapidamente, chegaram à
Europa. A fantasia simboliza o egípcio e a carta que
sintetiza os mistérios do Tarô. |
Arnaldo |
3 |
Cartas Indianas |
Comunidade |
Os indianos difundiram as cartas pela Pérsia
e o Egito no século XIV. O indiano representa a carta da
casta do seu povo, Mahadeva, o supremo dos deuses, um dos
três principais deuses do panteão hindu. É o deus da
renovação também conhecido por Siva, Shiva ou Shiv.
|
|
4 |
Presente do Imperador |
Comunidade |
No século X, na China, o imperador Sehum-Ho
criou as cartas para presentear uma de suas concubinas. Elas
podiam ser usadas como parte de outros jogos, substituindo
os dados, ou para jogar dominó, combinando os lados iguais.
A fantasia apresenta os quatro Naipes chineses que foram
originados do presente de amor do imperador. |
Orlando Professor |
5 |
Sou das Arábias |
Comunidade |
Os árabes também espalharam as cartas pela
Europa no século XVI. As bandeiras representam os quatro
naipes oficiais da época: copas - tem como símbolo o cálice
representado por uma taça bizantina, relacionado com o
elemento água que denomina os sentimentos e as emoções;
ouros - tem como símbolo uma moeda cujo nome é “Dirahm"
(antiga moeda árabe), relacionado com o elemento terra que
denomina a percepção e a matéria; espadas - tem como símbolo
uma espada curva, em forma de ‘s’ negro, utilizada pelos
árabes, turcos, persas e guerreiros mulçumanos, relacionado
com o elemento ar que denomina a função do pensamento; paus
- tem como símbolo um taco de jogo de pólo, relacionado com
o elemento fogo que denomina a intuição e o espírito. A
fantasia é a representação do povo e dos quatro Naipes de
origem árabe. |
Joana |
6 |
Difusão Espanhola |
Comunidade |
A ala é formada pela espanhola tradicional
abrindo o leque das cartas espanholas e o toureiro espanhol,
personagens típicos da Espanha. A fantasia é uma homenagem
ao povo ibérico, responsável pela difusão das cartas na
América na época das grandes navegações. |
Arlete Batista |
3° Setor: “Cartas Místicas” |
7 |
Oferendas às Ciganas |
Baianas |
A Cartomancia é um costume muito
conhecido e difundido pelos ciganos. De acordo com a
tradição, o baralho cigano só poderá ser lido por mulheres
pois trazem no seu interior, a energia do luar e o oculto,
representando a luz da vidência transportada para os
sentimentos, pressentimentos e interpretações. Madame
Lenormand foi uma conhecedora profunda do baralho cigano. As
baianas representam as mulheres de origem cigana com seu
traje de festa colorido, representando as cores da vida e
carregando as oferendas a Santa Sarah, protetora do povo
cigano, dos desesperados, ofendidos e desamparados. |
Lucia Helena |
8 |
Os jardins de Lenormand |
Comunidade |
A ala representa as flores e
folhas que a grande vidente do seu tempo, Madame Lenormand,
utilizada para preparar porções mágicas que eram
distribuídas e vendidas à sua clientela. |
Dominguinhos |
9 |
Folhas Secas |
Comunidade |
A ala representa as flores e folhas secas do
jardim de Madame Lenormand, a senhora que estudava as
plantas e seus efeitos espirituais e físicos para porções
mágicas. A ala faz analogia ao fim da era mística de
Lenormand decretada com a sua morte. |
Duing |
10 |
O Sol de Marselha |
Passistas |
Ao longo do tempo, muitos baralhos místicos
surgiram, sendo o Baralho de Marselha um dos mais
conhecidos, difundidos e respeitados do mundo. Os passistas
vem representando a carta XVIIII do Arcano maior – O Sol do
baralho de Marselha – que simboliza o sucesso, a clareza na
comunicação, a lealdade, a felicidade e o otimismo. O dia
seguinte chegará trazendo as energias do sol. Os raios do
sol iluminam a alma e energizam a mente. |
Renata |
11 |
Louco do Tarô de Marselha |
Bateria |
Os ritmistas são a caricatura da carta do
Louco no baralho de Marselha, o vigésimo segundo Arcano
maior ou a carta zero, não possui numeração. A fantasia é
uma analogia ao antigo bobo da corte que simboliza o
desligamento da matéria e está sempre pronto para o que a
vida pode lhe oferecer, na verdade, ele é o grande aprendiz
da vida. No desenvolvimento do enredo, a bateria que é o
coração da escola, busca a inspiração na vida, que pode
levar a conquista de algo muito desejado. O desejo por um
grande momento de transição cujo ponto de partida é um
clamor interior. É chegada a hora da independência e da
liberdade, depois de muitas turbulências. |
Mestre Ronaldo |
12 |
O Homem e a Mulher do Baralho de
Marselha |
Velha-Guarda |
As fantasias representam,
respectivamente, o Homem e a Mulher das cartas dos arcanos
menores do baralho de Marselha. As fantasias são a figura
masculina e feminina sintetizando o pai, filho, marido,
chefe, companheiro, amigo, e a mãe, guerreira, esposa,
Filha, chefe e companheira. As almas gêmeas se encontram, e
juntas, se perpetuam em um só corpo e uma só alma para o
amor pleno. Unidas, realizam seus sonhos e desejos mais
secretos. |
Tia Lucinha |
4° Setor: “Páginas da Memória” |
13 |
Sereias do Oceano Atlântico |
Crianças (feminino) |
As fantasias da ala-mirim
feminina representam as sereias do oceano Atlântico que
separa o Brasil de Portugal. |
Maria das Graças |
13 |
A Carta de Pero Vaz de
Caminha |
Crianças (masculino) |
A ala-mirim masculina traz a
carta que Pero Vaz de Caminha escreveu por determinação de
Pedro Alvarez Cabral e a pena de escrever da época do
descobrimento do Brasil, A ala faz referência ao personagem
da história brasileira, Pero Vaz de Caminha, escrivão
oficial da frota de Cabral, responsável pelo primeiro
documento literário oficial do Brasil. |
Maria das Graças |
14 |
Cartas Históricas |
Comunidade |
Os documentos comprobatórios da nossa
história, cujo conhecimento é passado de gerações em
gerações ao longo dos anos, são fundamentais para a
solidificação do Brasil como um país democrático e humano. A
fantasia é a consolidação destes instrumentos documentais
que entraram para sempre na memória dos brasileiros. |
Waldir |
15 |
Liberdade |
Comunidade |
Com a assinatura da Lei Áurea,
lei da abolição da escravatura no Brasil, assinada em 13 de
maio de 1888 pela Princesa Isabel, os escravos da época do
império brasileiro, festejam a quebra das correntes. A ala é
a síntese do desejo e da emoção da liberdade representada
pelos escravos descalços e roupas básicas e simples,
indumentárias utilizadas na época da escravatura.
|
Milton Filho |
5° Setor: “Elementos Postais” |
16 |
Os Inseparáveis |
Comunidade |
Apresentação da carta como
suporte da comunicação escrita que diminui a distância
geográfica, reduz a saudade e transmite os mais diversos
assuntos. Para que ela exista, na concepção de
correspondência postal, o papel e o envelope são materiais
básicos e essenciais da sua configuração. A fantasia é
formada pelo papel, envelope e o lápis, instrumentos de
construção da correspondência. |
Luiz Fernando |
17 |
Primeiro Selo Brasileiro |
Comunidade |
Em 1843, o imperador D. Pedro II
oficializou o primeiro selo do Brasil: o Olho de Boi. Ele
apresentava três valores para venda, 30,60 e 90 réis. O
Brasil foi o primeiro país da América, e o terceiro do
mundo, a adotar o selo postal. Todos os envelopes de
correspondências foram oficialmente obrigados a utilizá-lo.
A fantasia é a representação do envelope e das três
modalidades do “Olho de Boi”. |
Rodolfo Caruso |
18 |
Se Latir, Pode Entrar |
Comunidade |
Homenagem aos carteiros, mensageiros de
notícias e informações, que passam por situações difíceis na
execução diária do trabalho. Em muitos casos, são
surpreendidos por cães prontos para atacar. A fantasia é a
representação dos carteiros oficiais dos Correios do Brasil
e o do seu fiel inimigo de rotina do imaginário social: o
cão. A ala é formada por cadeirantes (carteiros) e seus
acompanhantes (cães). |
Michele |
19 |
Carta Virtual |
Comunidade |
Na era da modernidade surge
o computador. Por meio dos correios eletrônicos, a
velocidade da comunicação entre as pessoas diminui. Na
atualidade, as cartas virtuais são a forma de correio mais
difundida no mundo. Mas tem que se ter cuidado com os vírus
espalhados pela internet. A fantasia é a representação das
mensagens virtuais, eletrônicas e as possibilidades de
interferências na comunicação ocasionadas pelos famosos
vírus que invadem nossos computadores. |
Pakato do Cavaco |
|