FICHA TÉCNICA 2005

 

Carnavalesco     Mauro Quintaes
Diretor de Carnaval     Dejahyr dos Santos
Diretor de Harmonia     Vanderlei Borges Ramos
Diretor de Evolução     Dejahyr dos Santos e Vanderlei Borges Ramos
Diretor de Bateria     Moacyr da Silva Pinto (Mestre Ciça)
Puxador de Samba Enredo     Dominguinhos do Estácio
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     André de Souza e Patrícia Gomes de Souza
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Márcio dos Santos Neri (Marcinho Simpatia) e Simone Francisca Pereira
Resp. Comissão de Frente     Deborah Colker e Ulysses Cruz
Resp. Ala das Baianas     Tia Linda
Resp. Ala das Crianças     Jorge Ferreira Mattos

 

SINOPSE 2005

A Viradouro é só sorriso!

          No principio era só sorriso. Um sopro de bom humor recaiu sobre a autoridade divina que, inspirado, criou tudo o que há de belo no universo. Mas ainda tomado por um estado de graça e maravilhado com a própria criação, deu vida a um projeto ainda mais ambicioso: criar um ser a sua imagem e semelhança, dotando-lhe de inteligência, sensibilidade e do privilégio de manifestar uma sensação de prazer e bem-estar através de um gesto facial iria diferenciá-lo dos outros animais: a capacidade de sorrir.
          Mas o homem estava só e não tinha com quem compartilhar tal habilidade concedida por Deus, que logo resolveu o problema criandoi a mulher. Ao ficar frente a frente com a figura feminina, o homem jogou seu melhor sorriso e um olhar irresistível em direção á futura mãe da humanidade. Com a ajuda da serpente, que lançou um sorriso matreiro, conquistando a confiança do casal, deram início ao plano crescer e multiplicar sorrisos pelo mundo afora.
          E depois de se entregar à galhofa, o homem viu que se levar a sério não tinha muita graça. No sorriso sem juízo da Antiguidade, os povos viram na gaiatice uma válvula de escarpe, rompendo o curso natural das coisas do cotidiano. A imaginação dos gregos tratou de criar figuras como sátiros, misto de homem e bode, que espalhavam por aquelas terras a farra de Dionísio, a quem celebravam, sorridentes, com vários excessos e transgressões.
          Em Roma, o imperador arrumou um jeito de distrair o povo. Pão e circo, uma dobradinha infalível pra amenizar as tensões sociais. Alimento barato para o corpo e diversão garantida para os sentidos. O riso a serviço da afirmação do poder. Ver gladiadores e feras se engalfinhando no circo máximo romano transformou-se em programa cativo para os habitantes do grande império do Ocidente. E ria-se o homem diante do sangramento espetáculo das arenas.
          Havia, porém, quem não achasse nenhuma graça no sorriso, a ponto de considerá-lo um insulto a criação divina. Qualquer simples demonstração de alegria ganhava contornos dramáticos na Idade Média. Entramos nos domínios das trevas do riso confinado num vale de lágrimas. Nas ruas, porém, o povo caçoava das instituições, via-se num espelho distorcente, ria de si mesmo e da própria negação do sorriso. E das ruas para os castelos, os bobos divertiam toda a corte de nobres enfadados com a própria sisudez. Mas o riso contido de tédio revelado por uma moral inconsistente renasceria no sorriso enigmático de Mona Lisa e nas comédias de costume de Moliére.
          O sorriso volta à moda, estampado na face do homem iluminado pela arte de rir e de fazer rir. Respeitável público, ergam-se as lonas que o palhaço vem aí, trazendo consigo uma legião de mestres do riso. Desfila pela nossa imaginação uma grande trupe de operários da alegria, os que fazem sorrir os homens de boa vontade. Chega também quem acreditou no amor, no sorriso e na flor e encantou na música uma nova bossa sincopada. E de canção em canção, o que vale é a arte de sorrir, cada vez que a vida lhe diz não.
          E nessa arte plena de idéias, a de trocar o dia-a-dia com a graça e simpatia, o brasileiro arranjou um jeitinho de rir da própria realidade. Sorria, você está sendo filmado. E o que nos revela a fotograma? Seríamos Macunaímas dessa tela tupiniquim? Ou artistas que reinventaram a própria vida no sorriso nosso de cada dia? Abrimos sempre aquele sorriso e encaramos o cotidiano com o maior bom humor, fazendo das agruras nacionais uma grande e divertida caricatura.
          E do compasso do traço, vamos ao sorriso sem graça: a dos brasileiros desdentados, cuja falta de assistência extraiu do povo o direito de sorrir. Entra em cena, porém, o esquadrão pró-sorriso virando esse jogo com um arsenal de instrumentos e aparelhos para prevenir e tratar de um dos nossos maiores males. Olho por olho, dente por dente. Armas em punho, os soldados da frente de batalha bradam em coro: "Desdentados nunca mais!" Só assim o nosso país vai poder rir de orelha a orelha.
          O sorriso do folião pintado, bordado e, por que não dizer, estampado com as tintas da alegria, traduz a felicidade que paira sobre os domínios de Momo. O riso e o carnaval são companheiros inseparáveis, nascidos da grande vocação humana para o alto astral. Quanto isso, oh, quanta alegria! Arlequins, pierrôs e colombinas ganham as ruas, seduzem pelo sorriso do Rei Momo.
          Bandeira branca, amor! A Viradouro, escola da cidade-sorriso Niterói, pede paz e sonha que o futuro sorria para a humanidade. Que o mundo se curve ao poder do puro sorriso das crianças. E que a vida renasça na paz dos sorrisos serenos dos que lutam por um mundo mais feliz.

          No final dessa história, ri por último, que ri melhor.
          Então sorria! A Viradouro chegou!

Mauro Quintaes

Sugestão do enredo: Dra. Marisa Maline
Pesquisa: Miguel de Santa Brígeda
Texto: Gustavo Melo

Setores do enredo com subdivisões:

  • Setor 1: E Deus criou o sorriso

- O Riso no Paraíso - Deus, ao ver sua criação, sorriu.
- O homem é o único animal que ri.

  • Setor 2: Sorrisos sem juízo na antiguidade

- Antiguidade - Gregos (sátiros) e romanos (Pão e circo)

  • Setor 3: Do sorriso confinado ao renascer do sorriso

- O Sorriso do Diabo - As trevas do sorrir.
- O Riso das Ruas na Idade Média
- Mona Lisa - O sorriso enigmático.
- O Sorriso volta aos palcos por Moliére

  • Setor 4: A arte de sorrir

- O Circo - O sorriso do palhaço
- Grandes Comediantes (Teatro, cinema, TV - O Gordo e o Magro, Oscarito e Grande Otelo).
- O amor, o sorriso e a flor - Sorriso Bossa Nova

  • Setor 5: O riso em verde e amarelo

- Macunaíma - o anti-herói da sátira nacional
- Cartunistas - a sátira da política na ponta do papel
- A brasileiríssima simpatia

  • Setor 6: O riso no dia-a-dia

- O sorriso que não tem graça - os desdentados brasileiros
- A serviço do sorriso - Higiene Bucal
- Esquadrão pró-sorriso - Dentistas

  • Setor 7: A festa do sorriso - O Carnaval

- Rei Momo
- Simpatia é quase amor
- Quanto riso, oh, quanta alegria / Mais de mil palhaços no salão
- Arlequins, pierrôs e colombinas

  • Setor 8: Na paz do seu sorriso

- O sorriso pela paz
- Bandeira branca, meu amor
- Niterói - a cidade sorriso
- O sorriso sereno dos pacificadores ( Gandhi - O sorriso de Madre Teresa de Calcutá - Martin Luther King)
- Deus sorri aos homens de boa vontade - pela manutenção do paraíso na Terra.

 

SAMBA ENREDO                                                2005
Enredo     A Viradouro é só sorriso!
Compositores
    Gusttavo, Gilberto Gomes, P. C. Portugal, José Antonio e Dominguinhos do Estácio

Numa expressão de amor
Com meu jeito de encantar
O divino criador
Me deu o dom de conquistar
Ás vezes me entrego por simples prazer
J uízo não nego, até posso perder
Na Grécia brinquei da maneira que quis
Em Roma fiz o povo mais feliz
Já fui contido e proibido
Como um vilão qualquer
Mas um sonho em mim se realiza
Desvendei em Monalisa
Os segredos de Molière

Iluminado eu sou, palhaço do amor
Na bossa da bateria eu vou
E no compasso eu traço a arte, e assim
A vida vai sorrir pra mim

É mais um dia de graça
Na simpatia do artista
Aquarelando ele passa
O bom humor em revista
Os amigos do sorriso
Brilham no meu clarear
É carnaval, oh!
Quanto riso
Sou criança vou brincar

Eu quero ver você cantar, extravasar
Quando a cidade-sorriso passar
Eu quero ver, eu quero ver
Geral gritar, já é, já é
Na Viradouro eu levo fé