Do reino do sol ao Bairro Imperial - Feira de São Cristóvão:
O Nordeste é aqui!
Justificativa:
“O sertão é do tamanho do mundo”
João
Guimarães Rosa
“[...] Mas esse Nordeste de figuras de
homens e de
bichos se alongando quase em figuras de El Greco
é apenas um lado do Nordeste. O outro Nordeste.
Mais velho que ele é o Nordeste de árvores gordas,
de sombras profundas, de bois pachorrentos,
de gente vagarosa e às vezes arredondada quase
em sanchos-panças pelo mel de engenho, pelo
peixe cozido com pirão, pelo trabalho parado e
sempre o mesmo, pela opilação, pela aguardente,
pela garapa de cana, pelo feijão de coco[...]”
Gilberto
Freyre
Introdução:
Falar
de Nordeste é sempre um desafio. Não apenas por sua riqueza cultural,
mas por todas as lutas que nos foram ensinadas na escola. A história que
vamos contar foge ao olhar estrangeiro, do semiárido, dos cactos e
ossadas de animais. E mergulha na essência de fibra, boas vibrações e
entusiasmo do seu povo.
Nesse sentido, o uso da
licença poética nos cabe não como fuga, mas como possibilidade única:
não há como falar de um lugar tão mágico sem fazer uso da magia, do
encantamento.
O melhor do nordeste é o
seu povo: no que acredita, como fala, como dança, o que come, o que
veste. É dessa forma que conseguimos traçar as diferenças e descobrir
que no fundo, somos todos iguais. Iguais nas diferenças.
A homenagem à diáspora
nordestina no Rio de Janeiro será apresentada como um cordel lúdico,
focando o olhar para os aspectos positivos que há muito são esquecidos
por quem está de fora.
A epopeia do surgimento da
Feira tem seus pontos factíveis, mas adoçados com o mel das boas
contações de história dos mais velhos: bem mais próxima do imaginário
popular. O prisma escolhido para o desenvolvimento do enredo não foi
apenas da apresentação do que a Feira nos oferece, mas de (re)contarmos
a sua origem, de uma forma diferente, sem fazer uso de representações
que remetam aos clichés estabelecidos para o nordeste, que acabam
invariavelmente caindo sobre os aspectos negativos.
Usamos o “Reino do Sol”
como alegoria para definir o nordeste justamente, por cada nordestino
carregar o seu próprio astro e como vemos por aí, brilha por ele próprio
e enche de calor quem está em volta. O sol aqui não castiga, mas dá vida
e vigor; clareia e aquece os corações.
A Feira de São Cristóvão é
o local de encontro de todas as auras, numa conexão de energias que só
quem já foi visitar pode entender. É, portanto, o segundo Reino do Sol.
Como um descanso numa boa rede; o sabor de uma tapioca; as cores dos
tecidos: o nordeste está em casa, recebendo como anfitrião os cariocas e
visitantes do mundo inteiro.
Como Gilberto Freyre,
queremos mostrar um outro nordeste, diferente do que estamos acostumados
a ver. Por isso “Do Reino do Sol ao Bairro Imperial – Feira de São
Cristóvão: O Nordeste é aqui” foi escolhido como enredo.
O desfile da Unidos da Villa Rica está dividido em
três setores
Conta-nos
os registros oficiais que a vinda dos nordestinos para o Rio de
Janeiro na década de 1940 se dava ao fato de terem emprego certo
na construção civil.
1º Setor – O Reino do Sol – Uma visão do nordeste
pelo nordestino
O Rei
Sol recebe através de sonho a missão dada por Nossa Senhora Aparecida de
construir um segundo Reino fora do Nordeste. Acatado o pedido, toda a
corte vai de encontro aos súditos, que vestidos para festa, recebem a
notícia de que partiriam em busca de novas terras.
Como elementos de
verossimilhança, dispusemos de alegorias-chave: o fato de partir de sua
terra e o uso da “construção”, que aqui será do segundo reino,
simbolizando a possibilidade de “ganhar a vida, conquistar espaço”.
A figura de Nossa Senhora
Aparecida foi escolhida como forma de representar a religiosidade do
Nordestino. É na fé que os nordestinos embasam suas conquistas. Sempre
acreditando, confiando e indo.
Podemos dizer que a figura
do Rei Sol seja a representação do destino. Não o derradeiro, mas o
responsável pela construção. Aquele que aponta o caminho, que predestina
e que encoraja.
Todas essas peças se
encaixam no que o nordestino acredita de si: destemido, valente, forte,
imponente. Cada um carrega em si um reino próprio.
E o seu povo, mediante ao
cenário tão bom, vem vestido para festa para receber as instruções do
Rei. Alagoas com o seu Reisado; Ceará representado pelo Toré; Piauí pela
Zabelê; os Caboclinhos do Rio Grande do Norte; os Marinheiros da
Paraíba; A força do Axé da Bahia dos Filhos de Gandhi; os Cacumbis de
Sergipe; os Caboclos de Lança de Pernambuco e o Bumba Meu Boi do
Maranhão.
Representações peculiares
dos nove estados do Nordeste Brasileiro, cada qual com suas
características tradicionais, muitas vezes desconhecidas por quem não é
do lugar. Cada uma foi escolhida de forma emocionar quem é de cada
estado, resgatando a memória afetiva dos que são de lá, criando a
sensação de “estar se vendo” no desfile. E cada qual carrega para a
missão suas principais armas: a força da união, da cura, da energia da
natureza etc.
Dessa forma, o primeiro setor do desfile se configura como uma visão do
nordeste pelo próprio nordestino.
Contam-nos
alguns registros que a chegada dos nordestinos era através de
caminhões pau-de-arara, que faziam ponto final no Campo de São
Cristóvão.
Ao
desembarcarem, eram recebidos com festa por seus parentes e
amigos, que além de matar a saudade, iam buscar suas encomendas.
Todo o excedente era vendido. Daí surge a feira dos nordestinos,
nas imediações do Campo de São Cristóvão.
Em 2003 a
feira passa a ocupar o Pavilhão de São Cristóvão, recebendo o
nome de Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas.
2º Setor – A chegada ao Bairro Imperial
Encantados,
os súditos chegam a uma terra predestinada, por ter já abrigado um
Reino. São Cristóvão é conhecido como “Bairro Imperial” por ter servido
de moradia à Família Real Portuguesa.
Ao contrário do que diz a
História, nossos aventureiros vieram felizes a cantar com
zabumba, triângulo e sanfona – o tradicional trio - a festejar a
expansão de suas conquistas. Encontraram os retirantes que no Rio de
Janeiro já estavam e foram recebidos com festa.
O
segundo setor representa o momento de chegada, do encontro, que
tem uma função peculiar na narrativa: fazer a conexão entre o
recebimento da missão e a construção do segundo Reino do Sol.
3º Setor – O surgimento da Feira de São Cristóvão
– Uma visão “estrangeira” sobre o Nordeste
De suas
malas saíram a sua cultura e a saudade. Então, o carioca é convidado a
participar desse festejo e passa a conhecer elementos que são referência
do nordestino: comida, dança, música, artesanato, renda, cordel, roupas
e acessórios de couro; elementos que são referência para um olhar “de
fora”.
Esses elementos, além de
simbolizarem a porção de cultura que o nordestino trouxe para o Rio de
Janeiro, representam os produtos que são comercializados na Feira.
Mas, ao invés de
mostrarmos simplesmente o lado mercantilista, apresentaremos a sua
essência: cada pedacinho de cultura que o nordestino trouxe consigo, na
mala e no coração. Do que a Feira é formada, por princípio e vocação.
A Feira se expandiu e hoje
recebe cerca de 250 mil visitantes por mês. Mediante disso, não há como
dizer que realmente não foi criado um segundo Reino do Sol no Rio de
Janeiro.
A Feira é uma junção de
sabores, aromas e de gente, que prova a unidade do Brasil enquanto
nação: somos frutos de uma mesma pátria. E a diversidade é a nossa
principal característica.
É um lugar, desde a sua
origem, de encontros. Do Nordestino com seu conterrâneo, do carioca com
o nordestino. Do Brasil consigo mesmo.
Ao visitar a Feira,
mediante toda essa mágica, não há como não lembrar da Asa Branca do
Mestre Gonzagão, assegurando que vai voltar, meu coração.
Assim
como Gilberto Freyre pensava, mostraremos a multiplicidade do
Nordeste. Sua riqueza, sua complexidade. Numa história meio
fantasiosa, com começo, meio e fim, como uma boa literatura de
cordel deve ser.
Sinopse:
A história que agora vou contar É de um bonito lugar Lá no canto, no nordeste do enorme Brasil
Uma terra de gente contente Que vive sorrindo, mostrando os dente E o Sol vive sempre a brilhar
E por isso, é chamado de Reino do Sol...
É pura poesia o seu arrebol Que todo o seu povo vive a cantar: - Viva o Rei Sol que nos alumia! Viva o Rei Sol!
Num dia, com toda a corte veio anunciar Um sonho esquisito precisava contar De uma missão que ia se dar
A missão dada era de uma ida Obra Divina, da Senhora Aparecida Que outra instância seria construída Que a vida do Reino assim seria difundida
E então, todos os súditos vieram pra ver Que prosa era aquela que se ia acometer E ficaram felizes logo ao saber
E se ajuntaram gente da Bahia Maranhão, Sergipe, Alagoas, Piauí, Paraíba Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará Todos festivos foram se apresentar
E o lugar escolhido para o segundo Reino Ninguém conhecia, a num ser por correio Que o primo que foi enviou um postal
Na cidade que se achegaram todo mundo é maneiro Todos se encantam com o Rio de Janeiro Prepararam o trabaio com bastante anseio
O lugar escolhido era predestinado Pois já tinha abrigado um antigo reinado De coroa portuguesa, que na escola já tinham falado
E em São Cristóvão todos se estabeleceram Para construir vida nova todos eles creram Da mala saiu só cultura e saudade...
E a saudade que apertou como que a moléstia Fez que fizessem pra receber os povo uma grande festa Se misturando aos cariocas com bastante modéstia
E a festa foi que se transformou numa feira Foi logo crescendo, plantaram bandeira No meio do campo, debaixo da soleira
E assim, no passo a passo, os cariocas conheceram Suas comida, seus doce e as roupa provaram O arrasta-pé, baião, xote e xaxado dançaram E assim, a feira foi crescendo....
Um jeito de falar e ser diferente Encantou todo mundo quase que num repente
E assim, a cultura do Reino do Sol se espaiou O Rei estava certo, ele não delirou O segundo Reino no Rio se instaurou
E a Feira é uma prova infalível Que o Brasil é diverso, e unido invencível E todos se gostam, sem fazer de difícil
Quem vai à Feira de São Cristóvão quer voltar sempre É pura mistura de cultura, de gente Um lugar que não se pode deixar de visitar...
Você quando vai sente vontade de copiar um baião Do cancioneiro do Mestre Gonzagão Vou te dar a cola, preste muita atenção:
"Eu te asseguro Não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração"
Essa é uma homenagem da Unidos da Villa Rica ao maior Centro de Tradições Nordestinas do Brasil e ao centenário do Mestre Luiz Gonzaga.
Raphael Homem e Regis Kammura
Referências Bibliográficas:
-
Nordeste – Gilberto Freyre, 2009. Global Editora.
-
Dicionário do Folclore Brasileiro – Luís da Câmara
Cascudo, 1989. Ed. Ediouro
-
Jornal da Feira de São Cristóvão – 2011.
-
Folclore do Brasil – Misabel Pedroza, 2002. Ed. TVJ
-
Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa, 2001.
Ed. Nova Fronteira
-
Etsedron – O avesso do Nordeste – Walter Mariano
-
São Cristóvão: Memória e Esperança – Helio Brasil,
2004. Ed. Relume Dumará
-
www.feiradesaocristovao.org.br
-
www.onordeste.com
-
www.fundaj.gov.br
Roteiro do desfile:
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1° Setor: O Reino Do Sol – Uma visão do
Nordeste por ele próprio
Nesse setor será
apresentado o Reino do Sol: uma visão do nordestino sobre ele
próprio. Sua força, sua religiosidade e suas principais
manifestações culturais estão aqui retratadas.
Será representada a primeira etapa da epopeia
nordestina: o sonho, o anúncio e o acatamento da missão de
construir um novo Reino fora do Nordeste. |
1º Tripé (“Pede-Passagem”): Coroa
Real
A coroa do pede-passagem tem dupla função.
Símbolo da Villa Rica, ela veste-se à caráter para representar,
além da Escola, o Reino do Sol, o Nordeste, que irá desfilar em
seguida. Funcionará como um teaser, um anúncio do que
está por vir. |
Comissão de frente: A Corte do
Reino do Sol
O Rei Sol e a
Corte Real saúdam todo o público e jurados e apresentam a Villa
Rica com a história que será contada. O Rei se prepara para
anunciar a missão dada aos seus súditos: a construção do segundo
Reino do Sol fora do Nordeste.
A figura do Rei Sol simboliza o caminho, a luz que guia os
nordestinos na vinda para o Rio de Janeiro, além do caminho do
desfile em toda a Intendente Magalhães. |
1° Casal de Mestre- Sala e
Porta-Bandeira:
O Sol brilha eternamente em terras nordestinas
A força do brilho do sol que ilumina o Nordeste
hoje clareia o símbolo maior da Villa Rica: o seu pavilhão. |
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Sua Proteção, Advogada Nossa. |
Baianas |
A fé do nordestino. Nossa Senhora
Aparecida concede, abençoa e protege na missão dada a seus
filhos: é preciso construir para vencer. Essa fé é que segura,
fortalece e encoraja. |
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02 |
Anjos Mensageiros |
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À frente da ala das Baianas como
guardiões, Anjos Mensageiros garantem a integralidade da
mensagem dada pela Padroeira. São eles que garantem a
comunicação entre o Reino do Sol e o Paraíso. |
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1ª Alegoria
(Abre-Alas): O Reino do Sol
Não há nada mais suntuoso num reino do que o castelo.
Além da alusão direta ao Reino, o castelo simboliza a fortaleza
dos nordestinos. Como se cada um fosse um tijolo que ergue a
edificação. É lá que os súditos recebem a missão de sair em
busca de novas terras, novas conquistas.
O jegue, animal de força e persistência, símbolo do
nordeste, também está nesse carro.
No Reino do Sol, não há outra flor mais apropriada do
que o girassol.
Os figurinos desta alegoria remetem à força e ao
brilho do sol. |
03 |
Guerreiros de Alagoas |
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Os súditos de Alagoas vestiram-se de
Guerreiros do Folguedo Natalino, com uma igrejinha na cabeça.
Esse chapéu é típico do estado. As embaixadas ditas são
referentes às mensagens de união e prosperidade. Esses
sentimentos que os súditos de Alagoas levam para a jornada. |
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04 |
Axé, Bahia! |
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Da Bahia, todo o axé dos Filhos de
Gandhy em traje típico de festa. Com muita alegria, vêm pregando
a paz e a harmonia na caminhada. |
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05 |
Lanças de Pernambuco |
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Os Caboclos de Lança são personagens
típicos do carnaval de Pernambuco. A lança representa a força,
tanto que em algumas cidades, são conhecidos como Guerreiros de
Ogum. E a força de sua lança que eles carregam na caminhada para
a construção do segundo Reino do Sol. |
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06 |
Marinheiros da Paraíba |
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Folguedo Tradicional da Paraíba, o
Cavalo Marinho da Paraíba tem inspiração na commedia dell’arte.
O personagem principal, o Capitão Marinho, denuncia as
diferenças sociais entre escravos e senhores de engenho... E com
esse espírito de justiça que os súditos da Paraíba vão para a
sua jornada |
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07 |
Zabelê do Piauí |
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“Minha sabiá
Minha zabelê
Toda meia-noite eu sonho com você
Se você duvida, eu vou sonhar pra você ver” Zabelê - Gilberto
Gil
Ave originária do Piauí, a Zabelê ganhou uma lenda indígena de
amores impossíveis e a sua dança. As cores do figurino, marrom
e bege, remetem às cores originais da ave. Os súditos do Piauí
carregam a força do amor para novas conquistas. |
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08 |
Caboclinhos do Rio Grande do Norte |
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Os caboclinhos do Rio Grande do
Norte, em particular, são bem diferentes: seu bailado possui
maior vibração e alegria, não utilizam o arco-e-flecha como
instrumento de guerra, mas para dar ritmo às danças, e não
restringem suas apresentações ao período de carnaval. Essa
vibração que os súditos do Rio Grande do Norte levam para o seu
destino. |
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09 |
Toré do Ceará |
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O Toré é uma dança indígena da
região do Pitaguary, no Ceará, que se inicia com os
participantes dando as mãos e formando um grande círculo, como
numa "corrente" de oração. Aqueles que dançam seguem os comandos
dos chamados “puxadores” de Toré, geralmente o cacique ou o
pajé. A força dessa dança é tamanha, que segundo reza a lenda,
se dançar Toré debaixo de uma árvore, faz chover. É essa força
que os súditos do Ceará carregam em sua jornada. |
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10 |
Cacumbis do Sergipe |
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Dança de origem dos africanos da
etnia banto, tem o som e os passos fortes, marcados pelo
mestre. A roupa em tons de amarelo e decoração com fitas são
suas principais características. A energia de sua dança é o que
os súditos do Sergipe levam para a epopeia. |
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11 |
Bumba, meu Maranhão! |
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Numa fazenda de gado, Pai Francisco
mata um boi de estimação de seu senhor para satisfazer o desejo
de sua esposa grávida, Mãe Catirina, que quer comer língua.
Quando descobre o autor do sumiço do animal, e obriga Pai
Francisco a trazer o boi de volta. Curandeiros fazem o boi
ressuscitar. Todos participam de uma enorme festa para comemorar
o milagre.
A energia da cura é que acompanha os súditos maranhenses. |
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2° Setor: Chegança e Encontros
O segundo setor está
marcado pelos encontros: dos súditos do Reino do Sol com os
retirantes que aqui já estavam e deles com os cariocas. É o que
antecede o surgimento da Feira de São Cristóvão. O início do
surgimento do Segundo Reino do Sol. |
2º Tripé:
Chegança em novas Terras
E os súditos do Reino do Sol chegam em novas
terras, em busca do seu objetivo: construir o segundo Reino em
terras distantes. Chegam felizes a cantar, ao som de zabumba,
sanfona e triângulo – Um tradicional trio – o suficiente para
garantir a boa música e a festa. |
12 |
O Reino do Sol encontra o Bairro
Imperial |
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O lugar de chegada dos súditos não
poderia ser outro a não ser São Cristóvão: o lugar já era
predestinado. Há muito tempo conhecido como Bairro Imperial, já
abrigara a Família Real Portuguesa. O figurino representa a
junção do Reino do Sol com o Bairro Imperial. |
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2° Casal de
Mestre Sala e Porta Bandeira: O casamento da Quadrilha
Como toda boa quadrilha Junina, o casamento é o
momento mais esperado. O figurino do casal representa este
momento nos festejos de recepção aos súditos do Reino do Sol. |
13 |
Festa do Reencontro |
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Pela saudade que apertava como que
uma moléstia, para receber os chegados do Reino do Sol, os
retirantes que aqui já estavam, fizeram uma festa. E essa festa
será representada por uma quadrilha. |
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3° Setor: A Feira de São Cristóvão – Uma
visão “estrangeira” sobre o nordeste.
Chegados, os nordestinos
abrem suas bagagens e suas culturas vêm à tona. Esse setor
representa os elementos com que os nordestinos são conhecidos no
Rio de Janeiro. O contato dos Súditos com os cariocas faz com
que a Feira se forme e ganhe força. A missão será cumprida: O
segundo Reino do Sol será erguido! |
3° Tripé: E na
mala trouxeram sua cultura e a saudade
A alegoria
representa o que de mais importante o nordestino trouxe consigo:
a disseminação de suas culturas. Quando os súditos chegam a São
Cristóvão e são recebidos com festa, abrem suas malas de onde
saem seus bens mais preciosos. A saudade de quem ficou no Reino
também está ali guardada. É preciso ter força para construir.
Sempre avante, Nação Nordestina! |
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Cirandeiros |
Passistas |
Ciranda, ou dança de roda, é uma das
manifestações culturais nordestinas mais emblemáticas. Assim
como a dança dos passistas, as coreografias são individuais, ao
ritmo da música. À frente da ala, Ione Karr representa a mestra,
que direciona a dança. |
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A arte feita à mão |
Bateria |
Assim como os artesãos, a bateria
encanta a todos com a sua arte feita a mão. Quem nunca se
encantou com os bonecos de barro de Mestre Vitalino? São eles
que representam todo o artesanato nordestino na visão dos
cariocas. |
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O Nordeste dá no Couro |
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O Nordeste é conhecido como a
“civilização do couro”. Material barato e durável, é o preferido
do nordestino para a confecção de roupas e acessórios. |
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3° Casal de
Mestre Sala e Porta Bandeira (Casal Mirim): Brincadeiras
Infantis
Carrinho, pião, boneca de pano... o artesanato
também serve para brincar! E aos Nordestinos agradecemos pela
tradição mantida até hoje! |
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Pé-de-Moleque |
Crianças |
Doce mesmo é ser criança! E o doce
nordestino que até no nome remete aos nossos áureos tempos é o “pé-de-moleque”. |
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Comida Nordestina |
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No Rio de Janeiro a figura
emblemática relacionada à comida nordestina é a da Baiana.
Através dela, homenageamos todas as quituteiras nordestinas! |
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Música Nordestina |
Compositores |
Homenageamos todo o complexo musical
nordestino. |
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Cordel |
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Elemento literário de maior
identificação com o nordeste, o cordel representa a crônica da
vida nordestina, sempre com assuntos atuais e muito bom humor. |
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2ª Alegoria: A Feira de São
Cristóvão – O segundo Reino do Sol se ergue
E o Rei estava certo, ele não delirou. Surge o
segundo Reino do Sol. A missão está cumprida. O carro representa
a Feira - Seus produtos, seus personagens - desfilando na
Intendente Magalhães. Ao contrário do que ocorre, a Feira que
vai até às pessoas. Nesse carro também homenagearemos Luiz
Gonzaga, que dá nome à Feira e por seu Centenário. O layout do
carro foi concebido para remeter (indiretamente) a um outro
castelo, fazendo alusão ao fato da Feira de ser o segundo Reino
do Sol.
Os figurinos da alegoria representam os feirantes, os
personagens e os dançarinos da Feira. |
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Asa Branca |
Velha-Guarda |
Quem vai à Feira, quando vai embora
sente vontade de copiar o baião do mestre Gonzagão: “Eu te
asseguro/ Não chore não, viu?/ Que eu voltarei, viu?/ Meu
coração” – Um trecho de “Asa Branca”. |
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