FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Raphael Torres e Alexandre Rangel
Diretor de Carnaval     João Pedro
Diretor de Harmonia     Carlos Eduardo Daniel
Diretor de Evolução     Carlos Eduardo Daniel
Diretor de Bateria     José Luis de Araujo Cavalcanti (Juninho)
Puxador de Samba Enredo     Diogo do 48, Douglas do Banjo, Julio Cesar e Gabriel Borges
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Raquel Pereira e Vinicius Simpatyia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Viviane Oliveira e Marlon
Resp. Comissão de Frente     Luis Carlos Alves
Resp. Ala das Baianas     Zuleika Maria de Oliveira
Resp. Ala das Crianças     Tereza Ribeiro, Luis Carlos e Sandra Farias
Resp. Galeria de Velha Guarda     Maria de Lurdes Barbosa

 

SINOPSE 2011

Brasil sem fronteiras

Justificativa:

          A miscigenação é a mistura de raças, de povos de etnias distintas. No Brasil, as relações inter-raciais tiveram início com a chegada de colonizadores europeus e sua integração com os índios e, posteriormente, com os escravos africanos.
          Entre os séculos XIX e XX, o Brasil recebeu milhões de imigrantes europeus, principalmente italianos, portugueses e espanhóis, seguidos por alemães e japoneses. Como consequência da variedade e da combinação de raças no território brasileiro, estudos apontam que a maioria da população brasileira é geneticamente mestiça, e mesmo uma parte da população considerada branca carrega linhagens genéticas africanas e ameríndias, além das européias.

Sinopse:

O início de novo tempo

          Em 1500 ,  quando os Portugueses chegaram ás novas terras, a primeira visão do colonizador ao desembarcar o remete ás visões mitológicas da época. Descobriram um cenário jamais visto pela sua exuberância , com seus sons  e suas cores instigando fortemente a imaginação dos que aqui vieram.
          Os índios que habitavam o paraíso tropical, quando encontraram os colonizadores europeus vestidos com características nunca vista em sua frente, se assustaram devido a tantas informações visuais. Os portugueses, que tampouco viram tanto nudismo, começaram a perceber um estilo simples e inocente de vida, totalmente diferente da civilização européia .
          Inicialmente, o contato  do colonizador português com índio era de respeito. A troca de presentes mantinha o bom convívio. Os portugueses começaram a exploração  do  pau- Brasil, cuja tinta vermelha era comercializada para tingimento de tecido. Nesse caso foi utilizado o escambo, ou seja , os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas  e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até ás caravelas.
          Mas aos poucos colonizador português começou a força o índio a ser escravizado e catequizado. Uma revolta sangrenta onde os indígenas lutavam até á morte contra a escravidão e na defesa de suas terras.
          Já os jesuítas lutavam contra a escravização dos indígenas. Acreditavam que eles deveriam ser separados do convívio com europeus e dos vícios dos brancos. Embora bastante tolerantes com os costumes indígenas, os padres combatiam a antropofagia, a poligamia e o nomadismo.
          Muitas barbaridades foram cometidas contra os índios do Brasil. As crianças indígenas eram tiradas á força das aldeias para receber educação nos colégios jesuíta. As mulheres indígenas eram capturadas e obrigadas a viver com soldados  e colonos portugueses. Assim surgiu mais uma etnia no Brasil. A união do branco com índio gerou o mameluco que também é chamado de caboclo.

A introdução do negro ao novo povo

          No Brasil, a escravidão teve início com a produção de cana-de-açúcar  na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na áfrica   para utilizar  como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar. Os comerciantes de escravos vendiam os africanos como se fossem mercadorias. Os mais saudáveis chegavam valer o dobro em relação aos mais fracos ou velhos.
          O Transporte era feito de África para o Brasil nos porões dos navios negreiros. Amontoados em condições desumanas muitos morriam antes de chegar ao Brasil. Durante a  vigência da escravidão os negros africanos foram a principal mão de obra.
          Já no século do Ouro (XVIII) alguns escravos compraram sua liberdade após adquirem a carta de alforria. Juntando alguns “trocados” durante toda a vida tornaram-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade fechavam as portas para essas pessoas.
          Com a extinção do tráfico negreiro, em 1850, houve a necessidade de contratar mão-de-obra livre para as regiões de cafeicultura. A solução foi recrutar imigrantes europeus que estava disposto a deixar seus países de origem em busca de melhores condições de vida e trabalho.

A introdução dos imigrantes ao novo povo

          Após a abolição da escravatura, o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Com a necessidade de mão-de-obra qualificada para substituir os escravos, e a intenção de branquear o Brasil e europeizar a sua cultura, milhares de italianos, espanhóis e alemães chegaram para trabalhar  nas fazendas de café,  nas indústrias e na zona rural do sul do país. No início do século XX também aportaram no Brasil os japoneses. Estes também buscavam os empregos  nas fazendas de café.
          O processo imigratório foi de extrema importância para a formação da cultura brasileira. Esta foi,  ao longo dos anos, incorporando características dos quatro cantos do mundo. Basta pararmos para pensar nas influências trazidas pelos imigrantes que teremos um leque enorme de resultados. Graças a todos eles temos um país de etnias diversas e de manifestações culturais sem igual. Um povo lindo com uma cultura diversificada e de grande valor histórico.

A Cultura do novo povo

          O Brasil, sem dúvida, exerce um fascínio imenso sobre as pessoas que o conhece ou têm um contato com a sua civilização, os seus ritmos e a sua gente. Manifestações culturais de todos os tipos:danças, músicas, culinária. Tanto quanto o sol e as praias, a diversidade e a gentileza das pessoas fazem parte da imagem que se tem do país. A famosa aquarela do Brasil, que representa a sua diversidade e as suas riquezas culturais, atrai e encanta quem a  descobre. De fato, a população, muito mestiçada e muito alegre, conservou até hoje uma grande variedade de características e práticas culturais. Encontram-se ainda tradições de diferentes origens ancoradas no dia-a-dia de todos ou de parte dos brasileiros.

Autor: Raphael Torres
Carnavalescos: Alexandre Rangel e Thiago Borges

Bibliografia:

  • Cotrim, Gilberto. História e consciência do Brasil. RJ: Saraiva, 1997.

  • Ribeiro, Darcy. O Povo Brasileiro. SP: Cia das Letras, 1995.

  • Pinheiro, Liliana. O olhar dos viajantes 2. SP:Duetto, 2010.

  • Ribeiro, Darcy. Os índios e a civilização. SP: Cia das Letras, 1970.

  • Coelho, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil. SP: Moderna, 1996.

Roteiro do desfile:

Nome da Fantasia

Nome da ala

Descrição

Responsável pela ala

 1° Setor: O início de um novo povo
Comissão de frente: O primeiro contato do branco com o índio
          Os índios que habitavam o paraíso tropical, quando encontraram os colonizadores europeus vestidos com características jamais vista em sua frente, se assustaram devido a tantas informações visuais. Os portugueses que também nunca viram tanto nudismo começou a perceber um estilo simples e inocente de vida, totalmente diferente do modo civilizatório europeu.
1° Casal de Mestre- Sala e Porta-Bandeira: As cores do Brasil
          A fantasia do primeiro casal de mestre sala e porta bandeira representa as cores da bandeira do Brasil simbolizada nos nativos indígenas. O verde representa as matas, o amarelo as riquezas do Brasil, o azul o seu céu e o branco a paz que deve reinar no Brasil.

1ª Alegoria - Abre-Alas: A visão do paraíso tropical
          O Abre-Alas da Unidos da Villa Rica representa a primeira visão do colonizador ao desembarcar, o remete às visões mitológicas da época; descobrindo um cenário jamais visto pela sua exuberância com seus sons e suas cores, instigaram fortemente a imaginação dos que aqui chegaram.

01

Exploração do Pau-Brasil Comunidade

A ala representa a exploração do pau-brasil que contribuiu para escravização dos indígenas no Brasil. Dando inicio ao ciclo da escravização.

Quexada

02 Jesuítas Comunidade A ala representa os jesuítas que lutavam contra a escravização dos indígenas. Acreditavam que eles deveriam ser separados do convívio com os europeus e dos vícios dos brancos. Osvaldo
03 Plantação de cana de açúcar Baianas A ala representa a plantação de cana-de-açúcar que deu inicio a mão de obra escrava nos engenhos de açúcar. Tia Zuleida
2o Setor: A introdução do negro ao novo povo

04

Navio negreiro Comunidade

A ala representa o transporte dos navios negreiros que desembarcava trazendo mão de obra dos negros africanos para o Brasil.

Simone

 Casal de Mestre- Sala e Porta-Bandeira: Afro-brasileiro
          No Brasil, oficialmente, o termo preto designa racialmente e de acordo com a cor as pessoas que se definem como pertencentes a esse grupo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística usa o nome preto como nome oficial para essa cor/raça, sendo ela uma das cinco definições oficiais usadas pelo povo brasileiro para se definir, junto com branco, pardo, amarelo e indígena. O segundo casal de mestre sala e porta bandeira representa os negros afros – brasileiros.

05

Extração do ouro Comunidade A ala representa a extração do ouro onde alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade juntando alguns trocados durante toda sua vida. Moises
06 Abolição da escravatura Passistas A ala representa a abolição da escravatura onde escravos africanos conseguiram sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Viviane
07 Plantação de café Bateria

A ala representa a plantação de café onde foi o marco inicial para a contratação de mão-de-abra livre dos imigrantes europeus.

Juninho
3o Setor: A introdução dos imigrantes ao novo povo

Tripé: Misturas de raças num só coração
          O tripé em formato de um coração representa todos os paises que vieram dos quatro cantos do mundo para se integrarem ao nosso povo e a nossa cultura. Dando a introdução as alas das imigrações.

08 Imigração italiana Crianças

A ala representa os imigrantes italianos, que vieram em busca de emprego nas fazendas de café, nas industrias e na zona rural do sul do país

Sandra
09 Imigração espanhola Comunidade

A ala representa os imigrantes espanhóis, que vieram em busca de emprego nas fazendas de café, nas industrias e na zona rural do sul do país

Andre
10 Imigração alemã Comunidade A ala representa os imigrantes alemãs, que vieram em busca de emprego nas fazendas de café, nas industrias e na zona rural do sul do país. Eduardo
11 Imigração japonesa Comunidade

A ala representa a imigração japonesa que vieram no inicio do século XX em busca de emprego nas fazendas de café.

Gabriela
4o Setor: A cultura do novo povo
2ª Alegoria: Caldeirão cultural de norte a sul do Brasil
          A segunda alegoria representa a famosa aquarela do Brasil, que representa a sua diversidade e a sua riqueza cultural, atrai e encanta quem a descobre. De fato a população, muito mestiçada, muito alegre, conservou até hoje uma grande variedade de características e praticas culturais.
12 Festa de Parintins comunidade

O Festival Folclórico de Parintins é uma festa popular realizada anualmente no último fim de semana de junho na cidade de Parintins, Amazonas. A ala representa a região Norte do Brasil.

Leticia
13 Festa caipira Comunidade A festa caipira de origem européia, é uma festa popular realizada anualmente no mês de junho, sendo festejada tipicamente na região nordestina. A ala representa a região Nordeste do Brasil. Oscar
14

Festa do Divino Espírito Santo

Comunidade É provável que o costume de festejar o Espírito Santo tenha chegado ao Brasil já nas primeiras décadas de colonização. Hoje, a festa do Divino pode ser encontrada em praticamente todas as regiões do país, apresentando características distintas em cada local, mas mantendo em comum elementos como a pomba branca e a santa coroa. A ala representa a região Cento-Oeste do Brasil. Rosa
15

Carnaval

Comunidade O carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, sob influência das festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Hoje o carnaval pode ser encontrado praticamente em todas as regiões do país. A ala representa a região Sudeste do Brasil. Rosa
16

Festa gaúcha

Comunidade A festa gaúcha é de origem européia, sendo festejada tipicamente na região Sul. A ala representa a região Sul do Brasil. Oscar

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     Brasil sem fronteiras
Compositores     André Cabeça, Dudu Linhares, Marcelo Menezes e Ronaldo Lemos
Terra à vista
Anunciaram as caravelas de Cabral
Diante da inocência nativa
Despida sob a cruz de Portugal
Cenário de perfeita natureza
Que encantou a realeza
É o nascimento do Brasil colonial

Das trocas, gentileza que se faz desconfiar
Retirando o Pau-Brasil do seu lugar
Cultivando a exploração
Vermelha é a raça que lutou por liberdade
Contra a branca divindade
Pintando as cores da nova nação

Sou caboclo, estrela-guia de famosos orixás
Filho de preto, de branco, de tudo um pouco
Sou da mistura dos mais belos ancestrais

Da África
Aportam navios negreiros
Trazendo mão de obra escravizada
Candomblé e batucada
Resiste à dança disfarçada dos guerreiros

Venceu a abolição
Da negra mão nos cafezais
Abrindo o campo da infinita imigração
Diversidade de riquezas culturais

A Vila é rica de amor
E canta a miscigenação
Hoje meu sangue, azul e amarelo
Exalta as cores do meu pavilhão