Do Trigo da Terra...
Arte do Pão
Este
enredo é uma grande massa de sonho, fantasia e emoção. Vamos entrar
na arte dos pães, que é o alimento mais consumido no mundo e fornece
a maior cota de energia e proteína necessária ao organismo.
Acredita-se que os povos pré-históricos faziam pães achatados misturando
farinha de cereais com água e assavam a massa resultante em pedras por
ela aquecidas. Os egípcios inventaram o forno de barro e foram os primeiros
a juntar líquido fermentado á farinha para que a massa crescesse. Haviam
descoberto que o produto ganhava, com isto, sabor e leveza.Amassado
com os pés, os pães egípcios era feito habitualmente de cevada. Somente
os ricos comiam pão branco de trigo de primeira.
Os gregos não inovaram muito na matéria, mas foram os primeiros a fabricar
pães na Europa. Em Roma, fazia-se pão em casa. A tarefa cabia, inicialmente,
às mulheres, mas depois passou a libertos que abriam padarias públicas.
Os egípcios, gregos e romanos honravam os deuses e mortos com oferendas
votivas com flores e pães. Nos países latinos ainda é costume trocar
presentes de pães especiais, assados para este fim, no dia de Finados.
É costume também celebrar com pães os festivos de natal e bodas.
Os pães de casamento, verdadeiras obras folclóricas, não são comidos,
mas guardados como lembrança. A adição de um excesso de farinha e sal
pode tornar a massa tão dura quanto cimento. Desta forma, os pães são
emoldurados, ornamentados e colocados nas cabeceiras dos noivos.
Romanos e egípcios faziam distribuição regular de pão aos soldados.
Em Roma, de grão ou farinha, de qualquer maneira era entendido como
complemento do soldo. O costume perdurou na Idade Média. Mas com o fim
do Império e da organização que tinha imposto ao mundo, desaparecem
as grandes padarias e, na maior parte da Europa, voltou-se ao fabrico
doméstico do pão. Os conventos e castelos tinham padarias. Os métodos
eram antiquados, mas as cooperações de padeiros romanos tinham alguma
força.
Por volta do século XIII, já se vendia em Paris, para o consumo habitual,
cerca de vinte variedades de pães, todavia, só com Maria de Médicis,
no século XVII, que os modernos processos italianos de panificação foram
introduzidos na França, que se tornou o centro da fabricação de pães
de luxo. Depois a primazia passou a Viena. Até hoje o pão de Viena goza
de grande nomeada. Os tipos mais estimados são os brioches e o famoso
pão francês.
O pão também é considerado um grande símbolo religioso, como o pão de
Natal dos suíços em forma de estrela, o pão grego de Páscoa com ovos
coloridos encrostados na massa. Na Ucrânia, pão decorado para o domingo
da Ressurreição com uma grande cruz.O pão é considerado um símbolo da
Igreja. O pão é como um sinal da aliança com Deus, esse pão oferecido
exprime a comunhão ou a história entre Deus e seu povo.
Através dos anos, as padarias foram-se difundindo, mas até início do
século XX, a maior parte do pão consumido no Brasil era feita em casa,
porém ambos os pães eram feitos manualmente, tanto o produzido comercialmente
como o pão doméstico. A partir de 1920 as padarias começaram a ser mecanizadas
e os entregadores de pães, que entregava, o pão a pé, passaram a charretes
e depois bicicletas. Com a mecanização, foram formadas grandes padarias
ou confeitarias, onde podemos encontrar e nos deliciar com uma grande
variedade de pães.
O pão também tem um sentido figurado em grandes ditos populares. Exemplo:
"comer o pão que o diabo amassou", "pão duro" ou "aquele homem é um
pão". Além disso, virou nome de pedra. Chama-se Pão de Açúcar, uma elevação
íngreme no Rio de Janeiro, na entrada da baia de Guanabara, entre a
enseada de Botafogo e Praia Vermelha. Tem trezentos e noventa e cinco
metros de altura e constitui um ponto turístico da cidade. Com um bonde
aéreo, cuja linha perfaz uma extensão de mil e quatrocentos metros,
liga-o à praia Vermelha, através do morro da Urca. Do alto do Pão de
açúcar tem-se uma bela vista panorâmica.