Da
vila da olímpica a Villa Rica, Chiquinho da Mangueira, um exemplo
de vida
A
Villa Rica vai enfrentar o maior desafio de toda a sua história: conceber,
realizar e apresentar num desfile carnavalesco, a vida de um benfeitor
da moderna sociedade e que pela grandeza, importância e complexidade,
obrigatoriamente, deveria ser tema de um romance, mas de qualquer
maneira, será reproduzido, como faria uma escritora, com toda emoção,
seriedade e reconhecimento ao nosso homenageado cuja vida e obra,
desde agora, já serve de exemplo para grande parte da juventude que
acredita no futuro.
A autorização
para a narração dos fatos descritos a seguir, que servirão de base
para a montagem plástica deste enredo carnavalesco, sofreu resistência
do nosso homenageado sempre avesso aos elogios, devido a sua formação
humilde e discreta. Mas a Villa Rica conseguiu sensibiliza-lo ao garantir-lhe
que os méritos de sua obra seriam transferidos para a Mangueira, verdadeira
"moldura e motivação"para a continuação do seu trabalho.
De 1968
até 1972, assistiu a todos os desfiles da Mangueira, inclusive no
ano de forte chuva, que só parou na entrada da verde e rosa, e inclusive
ele, seguiu festejando até a quadra com o famoso "já ganhou!!!!"
No ano
seguinte desfilou pela primeira vez como membro da escola, e citou
uma figura de forte liderança e personalidade: tia Alice, a sua grande
incentivadora de seu ingresso no mundo dos esportes da Mangueira mesmo
com a dificuldade de estudar em Cascadura e morar na Tijuca sempre
encontrava tempo para praticar o atletismo por isso valeu a amizade
e os conselos dessa tia.
Tia Alice
foi a grande inspiradora do projeto social da Mangueira estabelecida
uma convivência com a Mangueira, começou então a mudar o comportamento
social das crianças daquela comunidade através do esporte, contando
com as parceiras Alice e Alcione.
As grandes
realizações e conquistas aconteceram em 1988, ano do primeiro campeonato
esportivo vencido pela Mangueira dentro daquele projeto e esse feito
entusiasmou ao nosso homenageado e suas parcerias a reivindicar e
conseguir uma área com onze mil metros quadrados, iniciando aí, um
projeto cultural, já naquela época considerando o mais importante
do país, aumentando a responsabilidade de todos que eram vistos como
exemplo, pelas crianças. Mas para tia Alice ainda era pouco.
Vale registrar,
como pleito de reconhecimento, que todos esses trabalhos puderam ser
realizados porque contaram com ajuda de alguns presidentes, mas com
destaque para Carlos Dória, o que resultou na elaboração de um projeto
esportivo que foi uma referência para a melhor formação social dos
jovens. As bençãos, aprovação e empenho das madrinhas dona Neuma e
dona Zica, foram muito importantes para que a mangueira formasse o
trio : esporte, educação e saúde- o sol nasce para todos.
Os bons
resultados deram suficiente prestígio para a Mangueira pleitear a
construção do CIEP Nação Mangueirense e assim receberam um novo CIEP,
diferenciados até nas cores, em verde e rosa, mas foi o nosso homenageado
que articulou a implantação de oficinas, instrumentos, aparelhos e
tudo o mais utilizado nos modernos programas educacionais e a Mangueira
não ficou por ai, porque os seus projetos cumpriram o estatuto da
criança e do adolescente, voltado para a educação, lazer sadio, cultura,
saúde e trabalho honesto.
Área com
trinta e um mil metros quadrados para a realização de todos os seus
projetos.
Em 1994,
o projeto social foi considerado por um orgão governamental da Inglaterra
como o melhor e mais completo em atendimentos a crianças e adolescentes
em um país em desenvolvimento e logo a seguir a vila olímpica recebe
a visita do ministro do exterior dos Estados Unidos e o conhecimento
da casa branca que estava avaliando projetos no mundo inteiro, inclusive
os nossos.
Ainda
no curso do mês de agosto/98 os projetos mangueirenses receberam o
prêmio da LBV mundial por estar entre os cinco melhores do mundo e
um mês depois uma notícia deixou a Mangueira, o Rio de Janeiro e o
Brasil orgulhosos de sua existência.
A Mangueira
venceu os seus melhores concorrentes o próprio presidente Bill Clinton
manifestou o desejo de visitar a Vila Olímpica da Mangueira e entregar
pessoalmente a Francisco de Carvalho o diploma de mentor do melhor
projeto social do mundo.
Todas
essas vitórias que a Villa Rica vai encenar no carnaval/2001 dentro
do espírito alegre e irreverente da festa, acrescentou Francisco de
Carvalho, não teriam acontecido sem a participação de uma pessoa muito
especial, a quem ele próprio atribuiu grandes considerações e credita
a responsabilidade destas conquistas, a cantora Alcione que juntamente
com tia Alice serão citadas nos versos dos poetas de Copacabana.
Ana Paula Vannier
Autora & Carnavalesca
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