FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Cid Carvalho
Diretor de Carnaval     Wilson da Silva Alves e Evandro Luiz do Nascimento
Diretor de Harmonia     Décio da Silva Bastos Júnior
Diretor de Evolução     Décio da Silva Bastos Júnior
Diretor de Bateria     Amadeu Amaral (Mestre Mug)
Puxador de Samba Enredo     Anderson dos Santos (Tinga)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Raphael da Silva Rodrigues (Raphael) e Rute Alves Noronha (Rutinha)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Paulo César da Costa e Elaine Fernanda Antônio Bispo (Elaine)
Resp. Comissão de Frente     Ana Botafogo
Resp. Ala das Baianas     Marlene Maria Bragança
Resp. Ala das Crianças     Não Possui

 

SINOPSE 2007

Metamorfoses: do reino natural à corte popular do carnaval - as transformações da vida

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
                                                                                                 Lavoisier

          Hoje a Vila é senhora do tempo.
          No tempo que já passou ou do que está por vir; do sábio tempo que faz soprar o vento das transformações.
          E inspirada nas constantes metamorfoses em que vivemos, faz da eterna busca pelo nunca visto e o desconhecido, o tema ideal para o seu carnaval.
          Partindo das pesquisas de Darwin, naturalista inglês, que tanto fez para a origem e evolução das espécies decifrar, a Vila vem cantar e exaltar o novo, o diferente, a coragem do descontente, que sabe que a força da gente é ser divergente de quem somente quer se acomodar.
          Livre e altaneira, qual borboleta faceira que do casulo se libertou, alcançará um panorâmico vôo através dos séculos, ora para trás e ora para adiante e através desse tema, num instante saberemos o que fomos, o que somos e até o que seremos.
          Há muito tempo, lá na África distante, surgiram nossos primeiros ancestrais, mas nada de mais teria acontecido se não tivéssemos logo percebido o que nos tornava diferente dos outros animais. Então como um menino que descobre o poder do conhecimento, fizemos da razão o nosso destino e da vontade a nossa direção.
          Aprendemos a caçar e transformar peles em proteção contra o mau tempo. Lascamos e polimos a pedra, dominamos o metal e o fogo, domesticamos animais e plantas, criamos cidades e monumentos para auto-aclamação.
          Nos tornamos senhores do nosso meio cavalgando a arrogância e tomados por cega ignorância, não percebemos os lamentos da natureza que nos abrigava e dava sustento.
          Chegamos à Era Medieval dominados pela mediocridade e as doenças destruíam comunidades inteiras. Do alto de nosso trono caótico e decadente, éramos a própria imagem do "ser caído", de Adão descendente, marcado pelo pecado original". O Renascimento humano surgiu através das mãos de escritores, escultores e pintores que passaram a nos colocar como "centro da criação", e qual Fênix, renascidos das próprias cinzas, alcançamos a nossa redenção.
          Lutamos, nos adaptamos e mais uma vez sobrevivemos.
          Guiados por espírito heróico e guerreiro, derrotamos os monstros do "Mar Tenebroso" da nossa imaginação e seguindo nosso instinto desbravador e aventureiro nos lançamos ao mar em busca de outros mundos encontrar. E assim o "velho encontrou o novo" e "novo" transformou o "velho", modificando os fundamentos do conhecimento dominantes ate então. Lá na França Real, o "bom selvagem" conheceu a realeza, e por sua natureza inspirou a Revolução.
          Mas nos temos pressa, muita pressa e embalados pelo frenético ritmo da evolução, fizemos um mundo, aparentemente, girar mais rápido. Dançávamos agora no compasso das grandes invenções: máquinas a vapor e elétricas, carros, trens, telefones, computadores e robôs fazem as pessoas e meio mudarem com impressionante rapidez e o homem por sua vez vai sendo, aos poucos, substituído pelas máquinas que fez.
          Nesta eterna busca por absorver o mundo circundante, apenas ser visto como guerreiros e heróis já não era o bastante. Então, cortejando inconscientemente nosso maiores desejos e fantasias, a materializamos através da ficção, surpreendentes imagens da nossa imaginação e assim transpomos o nosso "Eu" curioso e faminto de mundos até às constelações mais remotas e aos segredos profundos da ciência e tecnologia. E neste imaginário reino de todas as possibilidades que nos tornamos senhores das estrelas e galáxias, conquistamos super-poderes e nos tornamos super-homens. E na verdade, toda a realidade nasce das mentes daqueles que conseguem sonhar, então é melhor de nada duvidar!
          Com idéia fixa e decida, descontes com a própria imagem no espelho refletida, nos tornamos escravos da perfeição estética e procuramos interferir em nosso lado de fora: cirurgias plásticas, lipoaspiração, próteses de silicone, clareamento da pele ou bronzeamento artificial. Vale tudo transformar para o modelo ideal se tornar!
          Não satisfeitos, buscamos também aperfeiçoar o nosso interior ou o lado de dentro: códigos genéticos, cadeia de D.N.A. clones e bebês de projeto. Pode até assustar mas é real, a criação de fato, se transformou em criador. Quem será capaz de nos falar onde isso vai parar?
          Mas agora é hora de festa e magia. Vista a sua mais bela fantasia, traga no peito amor e alegria, porque neste momento, como por juramento, não existe nem dor nem lamento.
          Então, "abra os braços amor" olha a Vila aí que hoje juntamente com a energia transformadora de seus componentes, promove a inversão do mundo e a eliminação de todas as diferenças entre sexos, crenças, etnias, idades e classes sociais. Através da força de seu canto convoca a todos, de todos os cantos, para participarem do grande baile da igualdade que já vai começar: o sapo vai virar príncipe, a menina simples humilde se transformará em Cinderela, o rico será plebeu, enquanto o pobre se transfigurará em rei e rainha.
          Neste mundo atual, especialmente no nosso Brasil, onde as grandes transformações sociais se fazem necessárias e urgentes, louvamos aqui o carnaval, pois na mágica metamorfose refletidas em nossa maior festa, não existem diferenças, todos somos iguais!
          Ao apresentar neste carnaval as grandes metamorfoses da vida, gostaria de ressaltar aqui a força da nossa agremiação, que, forte e unida, jamais se deu por vencida e soube transformar por, amargura e decepção em alegria e emoção, para colocar no peito, com legítimo direito, a faixa de campeã.
          "Arriba Vila"... Viva ... Eterna Vila!!!
          "Que toquem bem alto os tambores, repeniques e agogôs... Imponente vai desfilar a tradicional escola do Bairro de Noel, pois Sambar na avenida de azul e branco é o nosso papel, mostrando pro povo que o berço do samba é em Vila Isabel ".

Cid Carvalho

 

SAMBA ENREDO                                                2007

Enredo

    Metamorfoses: do reino natural à corte popular do carnaval - as transformações da vida

Compositores

    Evandro Bocão, André Diniz, Serginho 20, Carlinhos Petisco e Prof Wladimir

Vai brilhar minha Vila
Ainda mais linda
Um tempo que faz sonhar
Inspira a luz da ciência
Mantém sua essência
E segue a se transformar...
A mudar sua natureza
Pouco a pouco evoluindo
Imponente feito um humano
Seus passos vão refletindo

Renasce a luz da sabedoria
O homem se lança no mar
O sonho é fonte dessa energia
E fabricando ilusões, renovar

Quero sempre me superar
Cruzar o céu, poder voar
Remodelar o que Deus criou
Brincando então de criador
A Vila também se modificou
No universo do carnaval
Lindamente desabrochou
E um sonho fez real

Samba não tem preconceito
Brancos e negros iguais
Um beijo da Vila Isabel princesa
Metamorfose assim se faz