Singrando em
mares bravios... E construindo o futuro
Sinopse:
Altaneira
e intrépida a Vila Isabel pede passagem.
Reverencia
Olukum, o Senhor dos Mares.
E volta ao
tempos bíblicos para contar a História da Navegação. Uma pomba branca
retorna trazendo um ramo de oliveira. É o fim do dilúvio. Desponta uma
belíssima aurora. Um esplendoroso arco-íris anuncia uma aliança entre
os céus e as terras. Dentre as brumas, surge triunfante a Arca de Noé.
Cheia de vida ela é o símbolo do renascer e o exemplo do saber popular
que diz "Depois da tempestade vem a bonança".
O tempo passa.
Muitas civilizações aconteceram e algumas desenvolveram a navegação marítima.
Destacou-se o Egito, assombrando o mundo com os altares a seus deuses
e sua imensa sabedoria.
Ao Norte,
vindos de regiões frias, com poderosos barcos, os vikings invadiram a
Europa e outras terras, alterando fronteiras e demarcando novas geografias.
E o mundo teve certeza que era um globo terrestre com o início das grandes
circunavegações. Tudo teve início em Portugal, na Escola do Infante Henrique
de Sagres. As caravelas começaram a enfrentar os mares em busca dos caminhos
para o Oriente. Todos sonhavam com seus fascínios e riquezas. E o Brasil
foi descoberto.
Os navegantes
portugueses pensaram que tinham chegado nas índias orientais. Por isso
chamaram nossa gente de índios.
Obrigados
ao trabalho forçado, nossos silvícolas revoltaram-se. Houve guerras.
Os brancos
europeus iniciaram uma das páginas mais dramáticas de nossa história,
a escravidão negra. O horror dos navios negreiros.
A resistência
cultural do africano aconteceu. Trazendo no corpo, na alma e no espírito
a força dos seus deuses e ancestrais. Em nossas terras, o negro pariu
uma nova mãe África. Somos nós um Brasil miscigenado, buscando seu futuro
glorioso. Houve luta.
Mesmo proibida,
a escravidão continuava a fazer seu maldito tráfico. No Norte, Francisco
José do Nascimento, conhecido como o "Chico da Matilde", chamado
também de "O Dragão do Mar", recusa-se a fazer o desembarque
de novos escravos. É a chamada Revolta dos Jangadeiros. Além dele, há
outros heróis.
O pulso firme
e a mente brilhante fizeram do Almirante Tamandaré uma figura admirada
e respeitada. Sua imagem lembra um majestoso cisne branco, navegando em
noite estrelada, esperando um novo dia raiar.
Um outro grande
vulto nacional é o Barão de Mauá, que iniciou a indústria naval no Brasil,
que hoje retoma seu fôlego construindo até plataformas em alto mar. A
construção de navios de médio e grande porte emprega centenas de pessoas
das mais diferentes categorias. Estimula a formação de novos profissionais.
O transporte marítimo, pelas suas facilidades, traz inúmeras vantagens
em várias direções. É um atestado de nossa capacidade de planejar e realizar.
Atualmente,
cruzeiros marítimos de luxo trazem até nós turistas que ficam maravilhados
com as potencialidades deste país.
Aplaudem a
força de nossa cultura popular, onde se destaca o Carnaval, hoje considerado
como o Maior Espetáculo da Terra.
Através dos
mares o Brasil cresceu. De caravelas a modernos transatlânticos escrevemos
uma trajetória. A retomada da construção naval garantirá avanço altamente
promissor à nação. E na vibração e entusiasmo de seu Carnaval a Vila Isabel
exalta os milênios de navegações singrando os oceanos, rumo ao futuro.
Que toquem
bem alto os tambores, repeniques e agogôs...
Girem queridas
baianas e sestrosas mulatas!
Imponente,
vai desfilar a tradicional Escola do bairro de Noel, pois "sambar
na avenida, de azul e branco é o nosso papel, mostrando pro povo que o
berço do samba é em Vila Isabel".
Martinho da Vila, Joãosinho Trinta e Wagner Victer |