FICHA TÉCNICA 1999

 

Carnavalesco     Jorge Freitas
Diretor de Carnaval     Jorge Antonio dos Santos
Diretor de Harmonia     Alair Faria dos Santos, José Carlos Alves e Pery Aymoré da Silva
Diretor de Evolução     Alair Faria dos Santos, José Carlos Alves e Pery Aymoré da Silva
Diretor de Bateria     Amadeu Amaral (Mestre Mug)
Puxador de Samba Enredo     Gera e Jorge Tropical
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Ubiracy Silva Monteiro (Bira Mulato) e Teresa Cristina Garcia (Tuca)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Leonardo Batista de Jesus & Carla Cristina Rocha Santos
Resp. Comissão de Frente     Oyama Queiroz de Carvalho
Resp. Ala das Baianas     Marlene Maria Bragança e Jorge Luiz Costa Alves
Resp. Ala das Crianças     Marilene Furtado Barbosa

 

SINOPSE 1999

João Pessoa onde o sol brilha mais cedo

Apresentação:

            Clamamos pelo Hemisfério Sul, o Novo Mundo, o Sol da América, os Filhos do Sol.
            Somos a luz e o brilho do imenso continente das Américas, o olho primeiro que acorda uma Civilização.
            Viva João Pessoa, Paraíba, Mulheres e Machos, por que não, Senhor?
            Viva a luz-primeira do novo Milênio!
            Salve este povo plural que acordará o Brasil cheio de graça, cheio de garra, cheio de luz...

Desenvolvimento Temático

            A Vila Isabel, especificamente a Comunidade do Morro dos Macacos, célula-mater de nossa Escola, viajou para João Pessoa. Eram todos turistas orgulhosos e felizes de tudo que viam e deslumbrados pela terra paraibana e pela hospitalidade de seu povo, povo exemplar que tem a graça de receber a primeira luz do sol no torrão das Américas.
            E, assim, a Comunidade de Vila Isabel vai contar para todo mundo o que viu e narrar a história deste chão Paraíba, dizendo: “Sou a luz do Novo Mundo, força Paraíba!”
            Na minha Ponta do Seixas, abro as Portas das Américas e faço de mim o olho-brilho qual o povo primeiro, os filhos do Sol: Potiguaras, Tabajaras e Cariris, as tribos sêmen da nova Civilização, sou eu!
            O Sol que emana a luz de mim, João Pessoa, é o símbolo do princípio gerador de um povo de luta, a luta de Mulher-Macho, sim, Senhor!
            Filipéia de Nossa Senhora das Neves, nasci com a garra espanhola, a força holandesa fundida aos brios do povo-índio da terra ao estilo mouro do povo da Coroa de Portugal.
            À fusão de povos e culturas, somam-se em mim os aspectos naturais de uma região de falésias, dunas, estuários, restingas, manguezais no universo deslumbrante dos trópicos da Mata Atlântica, que me adornam.
            A mata sobre mim de João Pessoa torna-me a cidade mais verde das Américas, numa fusão de luz-ouro-verde, cores do país vermelho no nome em vibração com o sangue forte de um povo, Paraíba!
            Neste universo de puro encanto Paraíba-João Pessoa tem que festejar em Folia de Rua, Festejos Juninos, Bumba-Meu-Boi e Viva São João!, pois a rua sempre foi do povo desta terra de luta simbolizada na figura fantástica do Cangaceiro.
            A convivência dos povos nesta terra foi traduzida em arte de rendas, labirintos e bordados, bonecas de estopa, em arte de couro, madeira e sisal, além das cerâmicas que são o meu domínio sobre a forma e a criação.
            Oh, Sol-Paraíba, meu quinhão João Pessoa! Que me dá fibras vegetais, argila e algodão.
Sou o orgulho do Nordeste enfeitando meu país com o mais rico artesanato.
            Terra da pluralidade, vou comer à beça! Tem peixes variados, camarões e lagostas, vou de arrumadinho, ensopado de frutos-do-mar. Vou de caranguejo no coco e na tábua ponho carne de sol, bode guisado, galinha à cabidela. Não tenho fastio, pois o Sol queima as energias. Saboreio queijo de coalho assado, com pratos de milho, pamonha, canjica e macaxeira.
            À sombra de minhas árvores para descansar do calor, ao brilho da luz, ao prazer da brisa das belíssimas praias, sou delícia de cajus, cocos, acerolas, mangas, maracujás, goiabas, abacaxis e muito, mas muito mais, pois Paraíba é sagaz!
            O Barroco me faz uma das mais antigas cidades do meu chão-pátria, resistindo do calor do sol às invasões das cobiças dos povos que em João Pessoa chegaram, que eram sábios em perceber o luxo do planeta e, certamente, queriam desta terra a mais calorosa convivência.
            E nesta João Pessoa reverencio todos os dias, como todo o povo desta terra, meu Deus-Sol, pois fazemos por merecê-lo e, em grande estilo, contemplamos o crepúsculo ao som de Bolero de Ravel neste movimento melódico crescente em parceria com a luz do meu sol.
            Sou Paraíba, sempre, sim, Senhor! Braço do mar-tupi para lhes dar a primeira luz nossa de cada dia, que vou, por isso lhes dar o primeiro brilho do Novo Milênio, para que eu possa, com a força das demais Naturezas, continuar iluminando, o Novo Mundo!
            E direi bem forte, como a primeira parte do chão das Américas a saudar a virada do século, dizendo: “Acorde, Brasil!”

Poema ilustrativo do enredo

Sol Paraíba

(Sérgio Murilo)

A luz do sol brilhante
Revela o surgimento de uma raça
O calor dessa luz
Revela a força deste povo.

O braço avançando o mar,
Qual extensão dessa gente
Vai acordar o Novo Mundo.

A luz na pessoa de João Paraíba
Unindo povos...
A união alterando a história
A geografia criando uma outra história humana:
A humanidade forte dos trópicos!

Eis Paraíba em cenário de João Pessoa,
Traduzida em Passarela do Samba
Na força d Isabel na Vila.

Unindo braço do mar de Seixas
Com berço de Noel do Samba,
Vai, Paraíba!
Acorde o Brasil e o Mundo
E mostre o brilho da luz de sua gente!

Autores do Enredo :João Luiz de Moura e Sérgio Murilo Pereira Gomes
Carnavalesco: Jorge Freitas
Texto e Pesquisa: Sérgio Murilo Pereira Gomes

 

SAMBA ENREDO                                                1999
Enredo     João Pessoa, onde o Sol brilha mais cedo
Compositores     Evandro Bocão, Serginho 20 e Tito
Viajando pra onde o sol brilha mais cedo
Abro as portas das Américas
Sob a luz te faço enerdo
Chão de potiguaras, tabajaras, cariris
Raízes desse povo lutador
A mulher por sua terra vira macho, sim senhor

Filipéia abençoada
Por missões estrangeiras cobiçada
É negra, é sangue, é verde mata
Não "nego" tua bandeira tão amada

Folia se faz... na rua
Dançando ao clarão... da lua
Xaxado ou forró, o sanfoneiro
Mostra a força do folclore brasileiro

Tua gente fascinante
Borda em rendas a história
Molda a vida em argila
A natureza, a maior glória
O astro-rei, o azul do mar...
A culinária, o paladar
Nos doces frutos do teu chão, o sabor da região

A arte embala a inspira, suave, a brisa
Convida o luar pro dia descansar,
O pôr-do-sol ouvindo o Bolero de Ravel,
Cai a noite, estrelas lá no céu
Brilham para Vila Isabel

Acorde Brasil, no acorde da Vila
Hoje sou João Pessoa, sou a força Paraíba
Do braço do mar pros braços do povo
Luz que vai guiar um mundo novo