João Pessoa onde
o sol brilha mais cedo
Apresentação:
Clamamos pelo Hemisfério Sul, o Novo Mundo, o Sol da América, os Filhos
do Sol.
Somos a luz e o brilho do imenso continente das Américas, o olho primeiro
que acorda uma Civilização.
Viva João Pessoa, Paraíba, Mulheres e Machos, por que não, Senhor?
Viva a luz-primeira do novo Milênio!
Salve este povo plural que acordará o Brasil cheio de graça, cheio de
garra, cheio de luz...
Desenvolvimento Temático
A
Vila Isabel, especificamente a Comunidade do Morro dos Macacos, célula-mater
de nossa Escola, viajou para João Pessoa. Eram todos turistas orgulhosos
e felizes de tudo que viam e deslumbrados pela terra paraibana e pela
hospitalidade de seu povo, povo exemplar que tem a graça de receber
a primeira luz do sol no torrão das Américas.
E, assim, a Comunidade de Vila Isabel vai contar para todo mundo o que
viu e narrar a história deste chão Paraíba, dizendo: “Sou a luz do Novo
Mundo, força Paraíba!”
Na minha Ponta do Seixas, abro as Portas das Américas e faço de mim
o olho-brilho qual o povo primeiro, os filhos do Sol: Potiguaras, Tabajaras
e Cariris, as tribos sêmen da nova Civilização, sou eu!
O Sol que emana a luz de mim, João Pessoa, é o símbolo do princípio
gerador de um povo de luta, a luta de Mulher-Macho, sim, Senhor!
Filipéia de Nossa Senhora das Neves, nasci com a garra espanhola, a
força holandesa fundida aos brios do povo-índio da terra ao estilo mouro
do povo da Coroa de Portugal.
À fusão de povos e culturas, somam-se em mim os aspectos naturais de
uma região de falésias, dunas, estuários, restingas, manguezais no universo
deslumbrante dos trópicos da Mata Atlântica, que me adornam.
A mata sobre mim de João Pessoa torna-me a cidade mais verde das Américas,
numa fusão de luz-ouro-verde, cores do país vermelho no nome em vibração
com o sangue forte de um povo, Paraíba!
Neste universo de puro encanto Paraíba-João Pessoa tem que festejar
em Folia de Rua, Festejos Juninos, Bumba-Meu-Boi e Viva São João!, pois
a rua sempre foi do povo desta terra de luta simbolizada na figura fantástica
do Cangaceiro.
A convivência dos povos nesta terra foi traduzida em arte de rendas,
labirintos e bordados, bonecas de estopa, em arte de couro, madeira
e sisal, além das cerâmicas que são o meu domínio sobre a forma e a
criação.
Oh, Sol-Paraíba, meu quinhão João Pessoa! Que me dá fibras vegetais,
argila e algodão.
Sou o orgulho do Nordeste enfeitando meu país com o mais rico artesanato.
Terra da pluralidade, vou comer à beça! Tem peixes variados, camarões
e lagostas, vou de arrumadinho, ensopado de frutos-do-mar. Vou de caranguejo
no coco e na tábua ponho carne de sol, bode guisado, galinha à cabidela.
Não tenho fastio, pois o Sol queima as energias. Saboreio queijo de
coalho assado, com pratos de milho, pamonha, canjica e macaxeira.
À sombra de minhas árvores para descansar do calor, ao brilho da luz,
ao prazer da brisa das belíssimas praias, sou delícia de cajus, cocos,
acerolas, mangas, maracujás, goiabas, abacaxis e muito, mas muito mais,
pois Paraíba é sagaz!
O Barroco me faz uma das mais antigas cidades do meu chão-pátria, resistindo
do calor do sol às invasões das cobiças dos povos que em João Pessoa
chegaram, que eram sábios em perceber o luxo do planeta e, certamente,
queriam desta terra a mais calorosa convivência.
E nesta João Pessoa reverencio todos os dias, como todo o povo desta
terra, meu Deus-Sol, pois fazemos por merecê-lo e, em grande estilo,
contemplamos o crepúsculo ao som de Bolero de Ravel neste movimento
melódico crescente em parceria com a luz do meu sol.
Sou Paraíba, sempre, sim, Senhor! Braço do mar-tupi para lhes dar a
primeira luz nossa de cada dia, que vou, por isso lhes dar o primeiro
brilho do Novo Milênio, para que eu possa, com a força das demais Naturezas,
continuar iluminando, o Novo Mundo!
E direi bem forte, como a primeira parte do chão das Américas a saudar
a virada do século, dizendo: “Acorde, Brasil!”
Poema ilustrativo do enredo
Sol Paraíba
(Sérgio Murilo)
A luz do sol brilhante
Revela o surgimento de uma raça
O calor dessa luz
Revela a força deste povo.
O braço avançando o mar,
Qual extensão dessa gente
Vai acordar o Novo Mundo.
A luz na pessoa de João Paraíba
Unindo povos...
A união alterando a história
A geografia criando uma outra história humana:
A humanidade forte dos trópicos!
Eis Paraíba em cenário de João Pessoa,
Traduzida em Passarela do Samba
Na força d Isabel na Vila.
Unindo braço do mar de Seixas
Com berço de Noel do Samba,
Vai, Paraíba!
Acorde o Brasil e o Mundo
E mostre o brilho da luz de sua gente!
Autores do Enredo :João Luiz de Moura e Sérgio Murilo Pereira
Gomes
Carnavalesco: Jorge Freitas
Texto e Pesquisa: Sérgio Murilo Pereira Gomes
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