FICHA TÉCNICA 1995

 

Carnavalesco     Max Lopes
Diretor de Carnaval     Valter Lopes de Carvalho
Diretor de Harmonia     Jaime Machado
Diretor de Evolução     Adilson Lopes da Silva
Diretor de Bateria     Mestre Mug (Amadeu Amaral)
Puxador de Samba Enredo     Gera e Jorge Tropical
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Ubiracy da Silva Monteiro (Bira) e Marcieli de Oliveira Martins Lins (Márcia da Vila)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Leonardo Batista de Jesus & Carla Cristina Rocha Santos
Resp. Comissão de Frente     Roberto Pereira de Andrade (Lima)
Resp. Ala das Baianas     Marlene Maria Bragança
Resp. Ala das Crianças     Não teve

 

SINOPSE 1995

Cara ou Coroa

“O mar me deu a pérola, o caurí (búzios) e esse mar me deu o sal, e do sal veio o salário, daí tudo mudou...”

            Os árabes iniciavam sua expansão na Espanha, na Pérsia e África. A Europa voltava-se para o outro lado do mundo, para seus contatos de mercado cruzando a Ásia até a China (ouro, seda, açúcar, pimenta e etc.). Na China era o arroz utilizado como moeda, substituído por lingotes de bronze que originaram as moedas.
            Gana, era o Eldorado Negro onde existiu o grande império cio ouro, e era o centro de trocas. O sal era transportado pelos árabes que atravessavam o deserto para Taghaza (a cidade de sal) e voltavam carregados de ouro em pó. Com o aparecimento da bússola, por terra e mar, a moeda difundiu-se e foram cunhadas para o comércio internacional, peças em ouro, prata e cobre.
            Portugueses e castelhanos se lançaram ao Mar Oceânico e entraram na era dos grandes descobrimentos. Caravelas portuguesas nos mares de Vera Cruz. Está descoberto o BRASIL!

Extração para o escambo, do “Pau-Brasil”

            A ibirapitanga (o pau-brasil, chamado pelos índios) adquire valor comercial na Europa, usado como corante. A coroa portuguesa reserva a exclusividade da exploração.

A Colônia

            Importavam-se os africanos para que deles fossem feitos os escravos, já que a produção açucareira estava ficando significativa para o comércio português (açúcar, algodão e o fumo). Até esse escravo virou mercadoria, que era vendido a peso de ouro, trocado, empenhado e comprado (mercado de escravos).

A Chegada da Corte

            Com a chegada da Corte, o progresso do país foi grande. Fundou-se o Banco do Brasil para emitir o papel moeda, mas D. João VI voltou para Portugal levando todos os valores que o tesouro tinha em caixa (primeira inflação).
            A independência foi consumada com os nossos cofres vazios. D. Pedro I estava sem dinheiro algum.
            Com D. Pedro II as coisas melhoraram devido ao aumento industrial e agrícola.

O Brasil vira República

            Com a chegada da República, a economia entrou em crise causada pela febre das especulações.
            Em 1967 o cruzeiro novo ficou no lugar do cruzeiro velho, veio O cruzado e o cruzeiro real.

O fim volta ao começo

            Nasce o Real, que como nossa coroa pressupõe realeza, e daí, um Real moderno. Esperamos que essa moeda (Real) restitua-nos à realeza no sentido da ordem e progresso, e seja o ponto de partida para uma realidade mais amena.

Max Lopes

 

SAMBA ENREDO                                                1995
Enredo     Cara ou Coroa, as duas faces da moeda
Compositores     Evandro Bocão e André Diniz
O cauri que eu vou jogar já foi dinheiro
O salário vem do sal que é tempero
No azul desse mar eu faço o meu carnaval
Com a Vila levantando o meu astral

A Vila ao girar sua coroa
Mostra a cara na avenida
E diz que a vida sempre foi um troca-troca
A Arábia em duas faces se escondia
Atraindo pro Oriente os interesses da Europa
Ao aumentar suas fronteiras
Surgiram novas rotas financeiras
O ciclo da moeda refletia
O comércio das especiarias

O "Eldorado Negro", império e tesouro
Taghaza transformava "ouro em pó" em pó de ouro

Renascem da evolução novos filões
Entre o Ocidente regiões
Daí a cobiça tão viril
Caravelas aportaram no Brasil
Um paraíso, um "colírio" no olhar
Novo eldorado fez a corte delirar
Pregoeiros de riquezas
Pau-Brasil de mão em mão
Nosso chão virou senzala
Um mercado a escravidão
D. João trouxe o progresso
A inflação deixou de herança
No real, realidade é a esperança