FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Ilvamar Magalhães
Diretor de Carnaval     Paulo Francisco
Diretor de Harmonia     Jaiminho
Diretor de Evolução     Jaiminho
Diretor de Bateria     Mestre Mug (Amadeu Amaral)
Puxador de Samba Enredo     Gera
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Carlinhos Brilhante e Mariazinha
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Ubiracy Silva Monteiro (Bira Mulato) e Teresa Cristina Garcia (Tuca)
Resp. Comissão de Frente     Edejô
Resp. Ala das Baianas     Marlene
Resp. Ala das Crianças     Jussara

 

SINOPSE 1991

Luiz Peixoto: E tome polca!

            Luiz Peixoto foi um artista mais do que completo. Perfeito. Músico, poeta, caricaturista, cenógrafo, teatrólogo, pioneiro do teatro de revista, enfim, um verdadeiro gênio, homem simples, bem-humorado e brincalhão que viveu um bom tempo de sua vida no bairro de Vila Isabel.
            E o que a escola levará para o desfile da Marquês de Sapucaí é uma homenagem a este homem, através de um retrato de seu tempo e de sua obra. Além das referências a outros artistas, seus contemporâneos e aos seus parceiros, como Ary Barroso, Chiquinha Gonzaga, Henrique Vogeler, Vicente Paiva, José Maria de Abreu e tantos outros. E não poderiam ficar de fora as suas intérpretes verdadeiras estrelas de revistas escritas e dirigidas por ele como a nossa grande Aracy Côrtes. E tendo que citar ainda Carmem Miranda, Marlene e vários dos seus companheiros, como Calixto, J. Carlos, Raul Pederneiras, Olegário Mariano.
            A Vila Isabel vai falar da época em que ele iniciou sua carreira, no início do século, aqueles loucos  anos de 1910 e 1920. Época de melindrosas, almofadinhas, confeitarias cheias de escritores e artistas. Tempo de um Rio metido a francês, na arquitetura da Avenida Central, então recém-aberta, na última moda desfilando a pé ou de bonde, a Rua do Ouvidor fervilhando de novidades.
            O enredo irá abordar as artes nas quais este Luiz Peixoto pintou e bordou. Na caricatura, onde foi um mestre, trabalhando na revista O Malho e nos jornais Zum-Zum e Última Hora. Nas decorações que ele fez para a cidade durante os nossos carnavais. E no teatro, onde fez de tudo: escrevendo, dirigindo, fazendo cenários e até atuando como ator e bailarino. Sendo um pioneiro no cinema.
            E quem não se lembra do sucesso E tome polca, que falava de sarau na Rua Itapiru, onde moravam as Novaes? Pois a música, até hoje, é lembrada pela expressão “ e tome polca”, que já existia antes do seu sucesso. E que queria dizer o mesmo que “e lá ai bola”, “e lá vai samba”, “lá vai viola”, com sentido de continuidade em quantidade, ou seja, como quem avisa que “vem mais coisa por aí”... Bom, a letra de E tome Polca era de Luiz Peixoto.

Ilvamar Magalhães

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     Luiz Peixoto – e tome polca
Compositores     Adil, Celsinho, Jorge Secretário e Helinho
Vem, vem amor...
Que a minha Vila hoje é poesia
Entre acordes musicais
É lirismo, show e fantasia
Para exaltar, um inusitado poeta
Literato e compositor
E suas obras que o tempo consagrou

“E tome polca...”, “Iaiá...”
sua arte ainda encanta e me faz cantar

Retratando a bela época,
caricaturando nosso Rio de Janeiro
cinema e teatro de revista,
Luiz Peixoto foi o pioneiro
Almofadinhas, melindrosas
E avenida eram inspiração
Até o “M” de Maria, na palma da sua mão

“O olhar da mulata...” que seduzia!
Vendilhões e realejos, pregões e melodias
“o verde-esperança” desta mata tropical
e os negros foram artes literária e visual
Com sua divina vocação
criou, criou, criou...
que a pequena notável,
dolarizou e não americanizou
e a Vila, faz na folia um sarau
polca-sambando neste carnaval

Põe tempero baiana, esquenta batuqueiro
enquanto há chama neste candeeiro