Lendas e
costumes... O tesouro folclórico de suas regiões
O panorama folclórico brasileiro é vasto, por isso é difícil apresentar uma visão integral dessa imensidão. O folclore estuda a expressão do sentir, do pensar, do agir, do ser social, do homem na sociedade em que vive. A vivencia do grupo humano recebeu as mais variadas influencias e ainda continua a receber.
Basta citar os fenômenos provocados pelas migrações internas. Grupos humanos que noutros ambientes repetem muito de uso e costumes. Somos um país em desenvolvimento, em mudança e progresso. Portanto é um erro dizer que uma área ou região é mais rica em folclore do que outra. Não menosprezando as diversas riquezas culturais que aqui existem em nosso país, cito alguma delas, típicas de suas regiões.
Folclore popular é assinalado no Brasil Colônia, no tempo dos vices reis, este bailado abrange do Ceará ao Rio Grande do Sul. É uma adaptação da "canção de rolando"; epopéia francesa, que chegou até nós através dos jesuítas e colonizadores, conhecida como Congada. A congada foi usada pelos jesuítas na obra de conversão, da catequese. No passado a congada tinha a função de sublimar o extinto guerreiro do negro, criando uma luta irreal de cristãos e pagãos (mouros).
No Paraná existe uma dança de tradição milenar, chamada Danças das Fitas, uma dança pagã, da arvore de maio. A musica que acompanha é, em geral, tocada por sanfona, violões e pandeiros. Em Santa Catarina, antes da dança das fitas, executam a dança da jardineira, em que pares de dançadores conduzem um arco enfeitado de flores.
Um bailado de influência indígena aparece em diversos Estados do Brasil, com variações: São Paulo, Estado do Rio e Estado de Minas. Participam deste bailado dez a doze elementos: curumim, cacique ou pajé e os demais dançadores. Em algumas cidades apresenta-se mais uma participante - porta bandeira ou estandarte. Este folclore conhecido como Caiapó.
Introduzida no tempo do Brasil - Colônia, com o tema religioso, a finalidade é transmitir uma lição cristã, o Bem vence o Mal. Dramatizada com grande gala. O grupo procurava fazer trajes mais ricos do que os outros. As cores fundamentais tinham que ser respeitada: para os cristãos o branco e azul, a cor do céu e da pureza e o perdão. e os mouras o vermelho e o verde, a cor das chamas do inferno e das amarguras. Até nas próprias espadas há um simbolismo.
Os cristãos com espadas retas da retidão da justiça. Os mouros, com espadas curvas, dos maus, sicários. Era uma festa para os grandes senhores da terra "Os fazendeiros", conhecida como a Cavalhada.
Candomblé é um culto africano trazido pelos os escravos negros, na época do Brasil colonial. Em outros estados este culto recebem os nomes de: Xangô (Pernambuco); Macumba (Rio de Janeiro e São Paulo); Batuque (Rio Grande do Sul); Tambor de Mina (Maranhão).
Maracatu nasceu no Recife, filho legitimo das procissões em louvor a nossa Senhora do Rosário dos negros. Negros que batiam o xangô (candomblé) o ano inteiro. O maracatu é um cortejo simples, que no sagrado passou a profano para o carnavalesco. Do começo deste século o maracatu tinha um cunho altamente religioso. Dançavam primeiramente em frente às igrejas. O maracatu hoje é uma mistura de música primitiva e teatro, no carnaval pernambucano, o mais folclórico do Brasil. O seu aparecimento em Alagoas é na data de mais ou menos meio século. É a mistura do antigo altos populares dos reisados e cabocolinhos. Recebeu as influencias das tradições européias do reisado e a indígena dos cabocolinhos, nota-se a influencia dos antigos reisados, sem parte devocional. Esta é uma dança dramática ou bailado, conhecido como os Guerreiros Alagoanos.
O Reisado foi introduzido no Brasil colônia pelos portugueses. É um espetáculo popular das festas de natal e reis, cuja ribalta é a praça pública, rua. No nordeste, a partir de 24 de dezembro saem os vários reisados, cada bairro com o seu, cantando e dançando.
Este é o folclore mais rico de todo o Brasil, nasceu provavelmente no Maranhão, os brincantes passam o ano todo preparando as vestes para os festejos. No traje típico do" vaqueiro do boi maranhense, nota-se a influencia das três etnias. M calças brancas mostram a influencia do branco, a roupa dos antigos fazendeiros. O saiote ou bata e o chocalho metálico mostram a influencia dos escravos. O índio aparece nas penas e nas setas tupi. O Bumba meu Boi, é um auto popular de muitos personagens, aos nomes variam de região para região. Os cantadores improvisam, auxiliados pelos os assistentes.
Bailados dos Pássaros começam os folguedos de inverno, na época de junho com a chegada do frio. Os pássaros, a festa das crianças e adolescentes. São pequenos dramas musicados misto de bailados. Representam uma caçada. A morte e a ressurreição de um pássaro, ou então de um animal do mato.
Boi Bumbá amazonense é uma das variações do bumba meu boi, bailado largamente praticado em nossas terras. É uma das mais antigas formas de distrações popular, folguedo noturno, recreação sadia do povo. Foi sem duvida introduzida pelos colonizadores
europeus, sendo a primeira expressão popular de teatro brasileiro.
Praticado em diversas partes do Brasil, toma nomes diferentes de acordo com a região. BUMBA MEU BOI, BOI BUMBÁ, BOI CALENDA, BOI DE REIS, BOI Mamão, BOIZINHO, BOI JARAGUÁ e BOI PINTADINHO. É um bailado popular que atrai a atenção do povo. Sua época varia: no Nordeste sai das festas natalinas e no Norte nas Festas Juninas (É uma festa presente em todas as áreas culturais brasileiras).
A idéia deste enredo é simplesmente trazer um pouco do folclore Brasileiro, nas festas do passado da qual participavam todo o tipo de raças, independente de línguas e costumes, deixando sua vasta contribuição para a nossa cultura.
Hoje vieram novas culturas. Culturas nos diversos sentido, tanto material como espiritual. Hoje é indústria. As chaminés tomaram conta da paisagem. As cidades crescem, os contrastes são marcantes, mas a idéia é ressurgir o folclore Brasileiro desde a época do Brasil Colônia.
Luiz Carlos Guimarães |