Da existência dos pretos forros ao desenvolvimento do Méier
Sinopse:
O Méier começou a se formar na primeira metade do século XVIII, quando se localizaram nas encostas de um morro, hoje conhecido por Pretos Forros, os primeiros pretos alforriados que ali chegaram e fundaram um arraial construindo suas "kimbembes", feitas de varas cruzadas por argamassa de barro e coberta com ramos de guariri e folhas de palmeiras.
Com o ocorrer do tempo ocuparam todo o alto da serra transformando-a numa imensa fazenda, que ficou conhecida como "a roça dos pretos forros", foram os pretos que aqui fixaram e colonizaram, criando o primeiro centro social e agrícola que se estabeleceu nesta paragem do território. Portanto, foram eles os pioneiros da colonização deste novo povoado.
Na parte alta que começava a elevar-se havia varias plantações de anil. Tentou-se a cafeicultura, mas não deu bons resultados. A chamada a parte baixa, já existia vários casebres espalhados entre capinzais e alagadiços. Durante a colonização foi de grande valia para os pretos ou escravos fugidios, que dele se serviam para chegar à roça dos pretos forros.
Um fato que despertou grande interesse na época, foi a notícia da descoberta de ouro. Várias outras versões surgiram sobre o fato, sendo uma delas a que se referia a um tesouro que teria sido deixado pêlos padres jesuítas, quando ainda eram donos da Fazenda do Engenho Novo. Mas acontece que, anteriormente lá para os lados do Barão de Bom Retiro e Cabuçu havia sido achado vestígios de antiga mineração de ouro na abertura de poços monumentais e a existência de muita pedra férrea, de penedos erráticos, esmeril magnéticos, mica, águas com cheiro de ovo choco cor de magnésia, que desta forma avivaram a crença de ouro em toda região.
Com o crescimento da cidade para a zona norte, manifestou-se a preocupação de se aumentar às vias de transportes que tão necessário se fazia para o desenvolvimento da metrópole.
A inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, "Cancela da Perna de Pau"-Estação do Méier, sendo que a primeira composição que parou na nova estação foi puxada pela máquina "Princesa Imperial", a Companhia Ferro Carril de Cachamby atração elétrica - os bondinhos e os ônibus.
Assim, o Meyer passou a ser "oficialmente" reconhecido, e sua emancipação e trouxe novas perspectivas ao seu desenvolvimento, impulsionando a sociedade, estimulando os negócios e expandindo seu comércio. Aí se tornou muito popular uma venda de secos e molhados, tornando-se bem popular "Os Armazéns" onde ganhou notoriedade na venda de licores, cervejas e bebidas importadas.
O Meyer foi sempre uma comunidade muito alegre e expansiva e daí, talvez, a grande animação que, em todos os tempos, despertou entre seus moradores o carnaval. No passado, existiram várias sociedades carnavalescas que fizeram furor, tornando-se tradicionais no carnaval de época. Em 1918, o carnaval atingia nesse subúrbio, o auge do seu esplendor com suas ruas muito concorridas, aonde os moradores de outros bairros vinham brincar o carnaval c assistir na segunda feira o corso
e no dia seguinte, o desfile de carros alegóricos que eram atração máxima desses folguedos.
Em todas as sociedades existem os chamados tipos populares que se caracterizavam pela alcunha que lhes é dado pelo povo em geral. No Meyer dos mais antigos podemos citar entre eles os "Chico dos porcos", "Casaca verde", Zé Macaco", "Pinto Casaca", "Botafogo", "Maria Palavrão", "Cambaxirra" e "Adão". Nesse Meyer "belle époque", tudo era mais barato e tudo era fácil. Hoje só recordações e saudades...
Foi na seqüência de 1950, que o Meyer começou a acelerar a expansão de seu desenvolvimento modernista, dotando-se de características novas em todos os setores. Foi realmente um decênio benfazejo em que à totalidade dos trabalhos realizados, longe de ter um caráter supérfluo, converteu-se no objetivo de proporcionar melhores condições de vida para essa coletividade.
O comércio revestiu-se com novo aparato recebendo o estímulo de outras casas mais arejadas e ricas, com suas vitrines apresentando melhor exposição e bom gosto. O Meyer transformou-se ganhando outra fisionomia mais vibrante e inquieta, deixando para trás aquele ar de provincianismo e adaptando-se aos requintes da vida moderna. Passou a ser um incessante centro de negócios que surgiram à toda hora, numa demonstração convincente de alto nível social e econômico a que chegou.
Seu atualizado comércio apresenta o que existe de mais moderno, nos principais centros do país, sobressaindo seus luxuosos magazines, sofisticados butiques, institutos de beleza, confeitarias, excelentes bares, churrascarias e restaurantes que fazem de tudo isto, um grande centro comercial logístico, bancário, imobiliário e varejista: o maior da Zona Norte.
No setor da educação e cultura se fundamenta com excelentes colégios e universidades, em que o ensino é ministrado dentro das mais modernas normas pedagógicas.
A história do Meyer estaria incompleta se deixasse de incluir alguns de seus símbolos que fizeram parte do marco desta história, O Cinema Imperator "O símbolo de uma época", a Policia Militar, Templo do Imaculado Coração de Maria, Corpo de Bombeiros, O Velho Coreto do Jardim do Meyer, A Assistência Pública do Meyer até a sua transformação O Hospital Salgado Filho, Rotary Club do Meyer, A Criação do Lions Club do Rio de Janeiro - Meyer, A loja maçónica Cayrú, Sport Club Mackenzie "Uma legenda de glórias e conquistas", O Tradicional Colégio Metropolitano.
Nomes e Famílias tradicionais do Meyer, Augusto Duque Estrada Meyer, José Teixeira de Carvalho Júnior, Aristides Caire, entre outros. No passado, era comum ouvir-se a denominação de caminhos, travessas e becos, mas hoje em dia esses logradouros públicos são chamados de estradas e ruas, das antigas algumas se conservam até hoje com o mesmo traçado original e outras sofreram modificações na sua forma sem, entretanto perderem a aparência que elas mostravam no início do século.
Daí pra cá o Meyer tem sido uma constância de evolução que o colocam numa situação privilegiada, destacando-se como um excepcional centro de vivência. Enfim, a intenção é transmitir uma mensagem de reverencia e amor a esse recanto da terra carioca, o Meyer.
Luiz Carlos Guimarães
Roteiro do desfile:
1° Setor
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Abre Alas –
a roça dos pretos forros - partiria do principio que no século XVIII os primeiros pretos alforriados fundaram um arraial, criando seu primeiro
centro agrícola.
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Ala 1:
Camarista Meier - responsável pela a concessão das terras
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2° Casal de mestre-sala e porta-bandeira:
a corte
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Ala 2:
Negros fugitivos - a tristeza de uma história que fez parte do passado.
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Ala 3:
Negro dança - noites de festa comemorando as terras cedidas
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Ala 4:
Cafezal - plantações utilizada no séc. XVIII
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Ala 5:
Canavial - plantações utilizada no séc. XVIII
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Ala 6:
Baianas - tesouro do solo - falsa noticia, ouro deixado pêlos jesuítas ocorreram varias escavações no solo. Verdadeiro tesouro, a fartura das plantações.
2° Setor
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2ª Alegoria:
transportes e carnaval - a chegada das vias de transportes e a grande animação dos carnavais que concentravam muitas pessoas no grande Méier.
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Ala 7:
Vias de transportes - dividida com os bondes e a locomotiva
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Ala 8:
Armazém secos e molhados - expansão do comercio
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Ala 9:
Vendedoras frutas e flores - expansão do comercio
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Estandartes com tipos populares da época do grande carnaval exemplos: (chico dos porcos, casaca verde,cambaxirra, zé macaco e ....)
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1° Casal de MS e PB -
símbolos dos antigos carnavais
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Ala 10:
Bateria: Pierrot - fantasia de carnaval com grande marco da época
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Ala 11:
Passistas: colombinas - fantasia de carnaval com grande marco da época adaptada para ala
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Ala 12:
Alegria do carnaval - personagem dos blocos que traziam o sorriso e despertava alegria
3° Setor
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3ª Alegoria: “belle epóque desenvolvimento e comércio" - o Méier com a sua transformação trazendo uns dos seus símbolos que fizeram o marco da história como o coreto e o templo imaculado coração de Maria.
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Ala 13:
Beleza feminina - representa a beleza da sua época, reverenciando as mulheres.
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Ala 14:
Do magazine - comercialização de artigos nacionais e importados
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Ala 15:
Alimentícia - comercialização de alimentos, através de bares e restaurantes.
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Ala 16:
Comércio financeiro - a movimentação financeira do bairro
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Ala 17:
Lazer - espaço cedido para o lazer familiar
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Ala 18
Ala Mirim: educação e cultura - excelentes colégios e universidades estandartes com nomes dos monumentos do bairro que fazem parte do marco da história.
(cinema Imperator, Coração de Maria, coreto do Mellir, Palácio do
Mámore, Corpo de Bombeiros, Sport Club Mackenzie, Lions e....)
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Ala 20: Velha Guarda
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Ala 21: Compositores
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