Cores Brilhos e Fantasias, Abram
Alas para a Folia
Foi
a partir da guerra do Paraguai que se introduziu no Brasil o atual
carnaval. Antigamente era o entrudo (festa de origem européia), a
água, a farinha de trigo e polvilho que faziam alegria de todos. Com
o tempo o entrudo foi proibido em algumas cidades. Pretendia-se transformar
a festa, numa comemoração de elite.
A
maior festa do carnaval carioca, "As escolas de samba",
descem o morro cantam e dançam nas ruas com seus personagens e falam
de acontecimentos da nossa história através de sambas enredos. Com
suas cores virtuosas, com seus brilhos ofuscantes e fantasias deslumbrantes,
saúdam o povo e pedem passagem para folia.
Inspirado
na antiga comédia italiana "Dell Arte" trazem para nosso
carnaval personagens marcantes, entre eles: Arlequim, fantasia carnavalesca
que tinha a função de divertir o público; Colombina, principal personagem
feminina da comédia, amante ou esposa de Arlequim, namoradeira, alegre,
fútil e bela; Pierrô, personagem ingênuo e sentimental, transportado
para o teatro francês e depois para o da pantomima (arte ou ato de
expressão por meio de gesto, mímica).
Além
destes, existem uns personagens que trazem fantasias multicoloridas,
como por exemplo: o palhaço, que participa de espetáculo circense
e em outros, se veste de maneira grotesca e faz pilhérias (piadas)
e momices (trejeitos, caretas) para divertir o público; o povo cigano,
que usa as cores com diferenciação, pois são delas que extraem forças
para dar continuidade em suas missões.
E,
além disso, podemos observar as cores por seus aspectos visuais. Em
se tratando de cores, não podemos esquecer das nossas tradições, conhecimentos
ou crenças populares expressas nas suas lendas, canções e costumes.
Isso tudo se resume no folclore brasileiro e suas principais regiões,
tais como: o Maranhão, Sergipe, Centro-Sul, Santa Catarina e o Amazonas.
Bumba-meu-Boi
do Maranhão é o mais rico de todo o Brasil, os brincantes passam o
ano todo preparando suas vestes para os festejos. Há traje típico
do "Vaqueiro do Boi Maranhense" nota-se a influência das
três etnias. O bumba-meu-boi é um auto popular com muitos personagens,
os nomes variam de região para região. O mesmo é dividido em três
categorias: o Boi-de-Matraca, o Boi-de-Ilha e o Boi-de-Orquestra.
O mais expressivo é o Boi-de-Matraca onde todos acompanhantes participam
batendo pares de tabuinhas. A Matraca, os grandes pandeiros, os chocalhos
e a cantoria fazem com que de longe se possa escutar todo o barulho.
O Boi-de-Ilha é o dezabumba. Acompanhado por atabaques e tantãs é
mais lento, de acentuado sabor africano. O Boi-Orquestra apresenta
influencias modernas, pois não é tão puro. O Reisado foi introduzido
no Brasil Colônia pelos Portugueses. É um espetáculo popular das festas
de Natal e Reis, cuja ribalta é a praça pública e a rua. No reisado
encontramos alguns personagens que se apresentam também no Bumba-meu-Boi.
As figuras são variadas: Rei, Rainha, Mestre, Guias, Mestra, Palhaço,
Embaixadores, Embaixatriz, Governador, Índio Peri, Sereia e os chapéus
dos participantes são ricamente enfeitados. Há cópias de tiara do
papa, reproduções de fachadas de igrejas, com suas torres e etc. Material
este que levam meses e meses para sua confecção, são peças enfeitadas
de fitas coloridas, de estrelas e de espelhinhos (os espelhinhos têm
uma finalidade mágica e funciona como um amuleto. Servem para o choque
de retorno. Todo o mal, os maus olhados e os maus desejos que baterem
nos espelhos voltarão contra quem os desejou).
A
Dança das fitas é uma tradição milenar, é uma dança pagã das árvores
de maio, da arqueocivilização. Fazem um pau de fita cujo mastro é
sustentado no centro da dança. Da ponta do mastro saem pares de fitas
que são seguradas por pessoas para começar a dança. Em Santa Catarina,
antes da dança das fitas, executam a dança da jardineira, em que pares
de dançadores conduzem o arco enfeitado de flores. Fazem diversas
figurações com os arcos.
Os
Brasileiros do Centro-Sul do país continuam a comemorar as duas festividades
(Festa da Natividade, com as festas da Epifânia) numa só. Nas Folias
de Reis, em alguns grupos aparecem os mascarados, palhaços, Pai Juão,
Catirina, Mocorongo e Bastião, eles são chamados de espiões do Rei
Herodes. As folias percorrem as casas da cidade, onde os foliões entram
e são bem recebidos.
O
Boi, desde as mais remotas eras da humanidade, tem constituído motivo
para bailados, cerimônias e cultos. O Boi-Bumbá é uma das variações
do Bumba-meu-Boi, bailado largamente praticado nas nossas terras é
uma das mais antigas formas de distração popular, folguedo noturno,
recreação sadia do povo. Foi sem dúvida introduzido pelos colonizadores
europeus, sendo a primeira expressão do teatro popular brasileiro
praticado em diversas partes do Brasil, toma nomes diferentes de acordo
com cada região. Bumba-meu-Boi, Boi-Bumbá, Boi-Calemba, Boi-de-Reis,
Boi-Mamão, Boizinho, Boi-Jaraguá e Boi-Pintadinho. Há um bailado popular
que atrai a atenção do povo, e sua época varia: "No Nordeste
sai nas festas Natalinas, e do Norte nas festas Juninas".
Com
este enredo, venho mostrar através de suas fantasias e adereços um
hábito que virou tradição nas nossas folias, buscando no nosso folclore,
vestes multicoloridas e tradições que hoje fazem parte dos costumes
do nosso povo brasileiro.
Luiz
Carlos Guimarães |