FICHA TÉCNICA 2009

 

Carnavalesco     Guilherme Alexandre e Edward Moraes
Diretor de Carnaval     Cícero e Mariângela Cílio
Diretor de Harmonia     Tulio Franback e Paulo Rozendo
Diretor de Evolução     Tulio Franback e Paulo Rozendo
Diretor de Bateria     Carlos Eduardo (Dudu)
Puxador de Samba Enredo     Edson Carvalho
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Marcelo de Castro Pinto Miranda (Tchetchelo) e Érica Renata T. Duarte
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Fabinho e Sheila Narcizo
Resp. Comissão de Frente     Carlos Antonio Teixeira Motta (Carlos Motta)
Resp. Ala das Baianas     Jussara Pereira
Resp. Ala das Crianças     Irlan e Rafaele
Resp. Galeria de Velha Guarda     Selma Ventura Rodrigues

 

SINOPSE 2009

Vinho, Néctar dos Deuses, a Celebração da Vida

Justificativa:

          De onde vem o vinho?
          Ninguém sabe, ninguém viu!
          Mas temos, mergulhando na Mitologia, um deus que de vinho, tudo sabe! Pois ele é Dionísio, ou Baco, deus desta bebida tão especial como as sensações por ela causadas. Por isso Baco também é o deus da alegria e das artes (delírios e criações)!
          Então, que seja Ele o portador e divulgador de nosso Enredo, mostrando suas andanças e de seus vinhos pelo mundo e seus ensinamentos nas grandes civilizações antigas, até o apogeu da bebida, na Grécia.
          Rejeitado ou enaltecido, em sua viagem o vinho foi amadurecido em Roma, apadrinhado pela Igreja Cristã, na Idade Média, desprezado pelo Islamismo e fortalecido no Renascimento.
          Com sua rica trajetória, o vinho embarcou em naus, na época das Grandes Navegações, chegando ao Mundo Novo, onde suas vinhas se aclimataram e hoje tem suas boas qualidades.
          No Brasil, exigente como é, só se criou com os imigrantes italianos, no sul do país! Deus lhes pague!!! Mas, atualmente, também se agradou com o solo e clima do rio São Francisco, na região de Petrolina/PE.
          Inspirador de grandes obras artísticas, das artes-plásticas ao teatro, seu deguste também assegura a manutenção da saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida, sabendo-se que o Ministério da Saúde adverte: Beber (muito) provoca... alegria em dobro!!!!
          Então, a exemplo de seu deus, o vinho representa a celebração da vida, presente em todas as cerimônias e festas comemorativas. Em nosso país, sua homenagem maior é a Festa da Uva, realizada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, com apresentação de alegorias e rainhas, a exemplo de nossa festa de hoje, o Carnaval.
          Então, vamos todos sambar e bebericar, chamando o povão da Sapucaí a participar desta grande homenagem ao vinho, mas, antes, pedimos licença e bênção ao grande DEUS DIONÍSIO, ou BACO!
          Io Evoé!!!
          Tim... Tim! Saúde!

Introdução:

          Não se pode apontar precisamente o local e a época em que o vinho foi feito pela primeira vez, do mesmo modo que não sabemos quem foi o inventor da roda. Uma pedra que rola é um tipo de roda; um cacho de uvas caído, potencialmente, torna-se um tipo de vinho. O vinho não teve que esperar para ser inventado: ele estava lá, onde quer que as uvas fossem colhidas e armazenadas em um recipiente que pudesse reter seu suco.
          Sendo assim, o G.R.E.S. Unidos de Padre Miguel, independentemente de teses e estudos arqueológicos, apresenta seu enredo evocando o deus do vinho Dionísio, ou Baco, que, hoje, desembarca na passarela contando as lendas do vinho e mostrando os caminhos desta bebida milenar, até a Grécia Antiga. Após, a própria história escrita mostra sua evolução.
          A cronologia do enredo segue os tópicos: - apresentação do vinho; - a saga de Dionísio que, levado à loucura pela inveja da deusa Hera, passa a vagar por várias partes da Terra ensinando a cultura da vinha, justificando, pela linha de enredo proposta, a origem de tão gostosa bebida e sua propagação pelo mundo, através das grandes civilizações; - reconhecimento nos grandes simpósios gregos e fama no Império Romano; - Proibição ou culto ao vinho, que chega à Idade Média protegido pela Igreja Católica, devido seu simbolismo litúrgico, sendo, no entanto, combatido pelo Islamismo. Por essa época, aconteceram as grandes Cruzadas, guerra entre cristãos e mouros, em luta por posse de terras e por ideais de correto comportamento humano; - O Renascimento, onde, através das expedições colonizadoras, as vinhas chegaram a outros continentes, se aclimatando e passando a fornecer bons vinhos, especialmente nas Américas do Norte (Estados Unidos) e do Sul (Argentina, Chile e Brasil); - Enaltecimento nas artes, ciências (por suas propriedades medicinais e tecnologia da vitivinicultura e da Enologia) e na Gastronomia (imprescindível nas pequenas e grandes comemorações), o vinho ganha o doce apelido de Néctar dos Deuses!
          Em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul/Brasil, no mês de fevereiro ou março, sempre nos anos pares, acontece a Festa da Uva, uma grande celebração ao vinho e à vida.
          Então, chegou a hora da onça beber...vinho!
          Hora de nossa Agremiação comemorar seu campeonato...com vinho”!
          Guiados pelo deus Baco, os foliões vêm cair no samba, transformando o Carnaval numa grande festa... DA UVA!
          Saúde!

Estruturação do Enredo:

          O presente enredo está dividido em 05 (cinco) partes, que pretendem, dentro de uma ordem coerente, homenagear a bebida chamada de Néctar dos Deuses, o nosso bom vinho de cada dia:

  • Parte I – Vinho, o néctar dos deuses
              Trás o “Sommelier”, que apresentará a carta de vinhos ao público da Sapucaí, a colheita da “vitis Vinifera”, uva própria para o vinho e sua doce coloração, em branco, rosado e tinto.

  • Parte II – As Viagens de Baco (e lendas do Vinho)
              Apresenta o deus Dionísio (Mitologia Grega) ou deus Baco (Mitologia Romana) ao grande público da Sapucaí, como o deus portador da alegria, das artes e, logicamente, do vinho.
              Como ninguém sabe ao certo onde e como nasceu a vinha e o vinho, nossa Agremiação justifica suas origens nas andanças de Baco, levando a cultura do vinho às principais civilizações antigas, até a Grécia, onde, a partir daí, o vinho tem história verdadeiramente registrada.

  • Parte III – A História do Vinho
              Dos grandes simpósios gregos às Grandes Navegações, no Renascimento, nossa Escola mostra as manhas e artimanhas da bebida.

  • Parte IV – As Particularidades do Vinho
              As influências nas artes, suas utilidades na manutenção da saúde e a tecnologia para seu preparo são apresentadas nesta parte como importância do vinho no nosso cotidiano, não só pelo seu paladar, mas pela boa qualidade de vida que ele oferece.

  • Parte V – Vinho, Celebração da Vida
              Esta parte encerra o Enredo, demonstrando toda a simbologia festiva do vinho, com seus brindes oferecendo esperança a quem o degusta, além de mostrarmos a celebração das colheitas no Brasil e sua festa maior, a Festa da Uva no sul do país.

Sinopse:

A mitologia

          No Olimpo vivia Dionísio(ou Baco), o deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade. Filho de Zeus e Sêmele, simples mortal, Dionísio freqüentemente era vítima das armadilhas de Hera, deusa esposa de Zeus, que ficou demasiadamente furiosa ao saber que Sêmele esperava um filho de seu marido, resolvendo vingar-se da jovem e destruí-la. Conseguindo seu intento, Zeus entrega Dionísio às ninfas de Nysa, na Turquia, que cuidam dele durante a infância. Ao se tornar homem, certa vez, passeando pela região, deparou-se com as uvas, descobrindo a arte de extrair o suco da fruta. Porém, a inveja de Hera leva Dionísio a enlouquecer e a vagar por várias partes da Terra, onde ensinou a cultura da vinha.
          Junto dele estava sempre seu cortejo mítico de ninfas, sátiros, bacantes e centauros. Viajavam propiciando alegria e felicidade. Das festas solenes em honra a ele nasceu o teatro – a tragédia. E das festas populares nasceu a comédia. Nestas celebrações, as pessoas vestiam-se com peles de bode, saíam em procissão ruidosa, cantando, dançando e declamando poemas pornográficos. Levavam falos gigantes- símbolo da fertilidade. E bebiam muito vinho.

As viagens de Baco (e do vinho)

          As histórias sobre as andanças de Baco (Dionísio) são provavelmente surgidas da simples observação da difusão geográfica da videira. Onde essa planta era cultivada, e o vinho extraído, acreditava-se que o deus por lá havia passado, dando aos mortais sua bênção ou maldições.
          Enlouquecido por Hera, Baco andou errante pelo Egito, pela Mesopotâmia,pela Fenícia, pela Pérsia e pela Frígia, onde a deusa Réia (Cibele) o curou e o iniciou em seu culto. Em todos os países, ensinava aos homens o trato da videira e a fabricação do vinho. Fatigado de tantas viagens, voltou à Grécia, recuperado da sanidade. Na Trácia, foi mal recebido pelo rei Licurgo, a quem puniu severamente. Em seguida, chegou à Índia, país que conquistou pela força e por seu poder místico, onde ficou diversos anos, para ensinar os povos a cultivar a vinha, sendo associado ao deus hindu Shiva.
          A fama e o poder de Baco corriam o mundo. Um dia, quis navegar de Icaria para Naxos. Marinheiros ambiciosos aprisionam-no e tentam levá-lo ao Egito, para ser vendido como escravo. Baco percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no meio do mar, como se fincado na terra. Assustados, os homens aumentam a força em seus remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons melodiosos de flautas. Baco aparece. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os marinheiros, levados à loucura, começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água se transformavam. Seus corpos se achatavam e terminavam numa calda retorcida. Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em lugar dos braços. Toda a tripulação foi transformada e Baco navega em direção a Naxos, onde encontra Ariadne, sua futura esposa.
          Diante a tanta força e poder os gregos adotaram o vinho como uma dádiva dos deuses, e Baco como deus de primeiro escalão do Olimpo, considerado, também, o protetor das belas-artes e do teatro.

Do apogeu da Grécia à ascensão e queda de Roma

          A civilização grega atinge o seu apogeu nas artes, arquitetura e filosofia do século V a.C., principalmente em Atenas. Nessa cidade-estado, entre o início daquele século e o final do século IV a.C. , a filosofia grega tem a sua época áurea, sob a liderança sucessiva de Sócrates, Platão e Aristóteles, que exerciam suas atividades sobretudo nos chamados simpósios.
          E o vinho era o elemento central dos simpósios.
          O biógrafo grego Plutarco descreveu os simpósios como rituais iniciados pela comida, seguindo a tradição dos banquetes, mas cuja atividade principal dava-se em torno da bebida. Após as preces e a escolha dos oradores e do tema do debate, todos bebiam vinho puro. Depois o simposiarca (presidente do simpósio) determinava a quantidade de água a misturar ao vinho. De sua diligência dependia a embriaguês da noite. Nos simpósios inspirados pelo vinho falava-se do destino do homem, de suas alegrias e seus tormentos. Criticavam-se, sem aspereza, seu orgulho e suas vaidades.
          O vinho, portanto, teve um papel fundamental na formação e consolidação da filosofia grega, que iria influenciar toda a cultura ocidental.
          O vinho ainda iria evoluir nos séculos seguintes, mas sob o domínio de outra cultura, cuja origem era a Itália.
          Fundada em 753 a.C. Como uma pequena vila de pastores e agricultores, Roma iniciou sua expansão no século VI a.C. Três séculos depois, já dominaria toda a península itálica, e no final do século II a.C., praticamente toda a área mediterrânea, tendo conquistado a própria Grécia em 146 a.C.
          Os romanos dominaram militar e politicamente a Grécia, mas foram por ela dominados culturalmente. Absorveram muitas das tradições artísticas, filosóficas e religiosas dos gregos. E o seu gosto pelo vinho.
          Se os gregos espalharam a cultura vinícola pelas costas do Mediterrâneo, os romanos iriam prosseguir essa marcha pelo interior.
          O vinho era bebido pelos legionários, e era tido como mais saudável e seguro que a água das terras estrangeiras. Além disso, os romanos incentivavam o plantio da videira pelos assim chamados bárbaros nas regiões conquistadas, para que se estabelecessem em bases mais permanentes, facilitando o controle sobre as populações “pacificadas”.
          Os romanos foram ocupando progressivamente toda a Europa e levando a produção de vinho à Hispânia (Península Ibérica), Gália (atual França), Germânia (atual Alemanha) e Britânia (atual Grã-Bretanha).
          Foi então que a videira veio a conhecer, depois da Itália, o seu outro verdadeiro lar: as terras que no futuro constituiriam a França.
          Partindo da região de Provence, os romanos subiram pelo vale do Rhône, e, sob o comando de Júlio César (que lutou na Gália de 58 a 51 a.C.), chegaram até Bordeaux. No século II já havia vinhas na Borgonha, no século III no Loire e no IV em Paris, Champagne, Mosel e no Reno.
A implantação da videira na Gália pode ser considerada um dos fatores de maior importância na história do vinho.
          A civilização romana conheceu seu apogeu nos séculos I e II de nossa era, e depois iniciou um processo de declínio, pontuado por conflitos internos.
          No final do século IV, após diversas crises econômicas, sociais e militares, o Império Romano é dividido em dois: o do Ocidente, com sede em Roma; e o do Oriente, com sede em Bizâncio (atual Istambul).
          Após a cisão e até meados do século V a Europa continuaria, bem ou mal, sob o domínio de um Império Romano do Ocidente em decadência, mas cuja produção vinícola se amplia e progride.
Os romanos aperfeiçoaram bastante a produção dos vinhos. Embora ainda subsistisse o costume de se adicionar água, resinas, mel e outras substâncias ao vinho, autores de obras especializadas já afirmaram que é razoável supor que, há 2.000 anos, se bebia em Roma um vinho algo semelhante ao de hoje, com características jovens, elaborado com certa rusticidade, mais ou menos seco ou forte, dependendo da meteorologia.
          Os romanos possuíam tudo o que era necessário para envelhecer o vinho. Diferentes dos gregos, não tinham somente ânforas de barro, mas também barris e garrafas muito semelhantes às atuais, inclusive com o uso de rolhas. O método romano de cultivo de videiras ainda é usado no sul da Itália e norte de Portugal e, na Gália, deixaram os fundamentos técnicos até hoje empregados nos melhores vinhedos. Os romanos também tinham suas preferências por vinhos de determinadas regiões, o que constituiu a base do atual conceito de origem controlada.
          Desde o final do século IV, no entanto, os povos bárbaros do norte da Europa iam se infiltrando nos territórios romanos, chegando a atacar e saquear a própria capital em 409. Roma desmoronava-se rapidamente e, no ano 476, após novas invasões bárbaras, e com a queda do último imperador, o Império Romano do Ocidente deixava de existir.
          A Europa mergulharia, então, num longo período de desagregação, conflitos, ignorância e obscurantismo. As atividades econômicas entraram em crise e recessão e com elas a vitivinicultura, inclusive com retrocesso técnico.
          O vinho não iria desaparecer, mas atravessaria outro período histórico, com características próprias.

O vinho na idade média

          A partir do século V, os territórios romanos são divididos em diversos reinos, chamados bárbaros, de duração efêmera.
          A recessão das atividades econômicas e virtual paralisação do comércio fizeram retroagir a produção de uvas e vinhos. O uso da rolha desapareceu e o vinho, armazenado em tonéis de madeira primitivos, oxidava-se rapidamente. Tinha que ser destinado ao consumo rápido nos poucos locais onde ainda era produzido.
          Mas um novo e crescentemente protetor do vinho surgia em cena: a Igreja Cristã. Desde o século IV, com a conversão do imperador romano Constantino ao cristianismo, a Igreja fortalecia-se como instituição. Após o fim do Império Romano do Ocidente, o Reino dos Francos, na Gália, domina os bárbaros locais e converte-se ao cristianismo, em 497. Os anglo-saxões, na Britânia, em 597. Enquanto ocupava-se de cristianizar os povos bárbaros, a Igreja multiplicava os monastérios e mosteiros, ilhas de relativa paz onde o vinho era produzido, tanto para o sacramento da eucaristia como para contribuir para o sustento dos monges. No início do século VII novos atores surgem no cenário europeu: os árabes, que até então eram politeístas e viviam divididos em tribos rivais, unem-se em uma nova religião, o Islamismo, e iniciam em 632 uma expansão a partir da Península Arábica, avançando pelo norte da África e ocupando a Península Ibérica em 710. Os árabes foram responsáveis por mais um golpe na já incipiente produção de vinho na Europa, pois a religião muçulmana proibia o consumo de bebidas alcoólicas. Além disso, passaram a controlar a navegação no Mediterrâneo, fechando o comércio aos cristãos e aumentando o isolamento das cidades, o que desestimulou ainda mais a vitivinicultura.
          No Reino Franco, os árabes são afinal detidos, em 732. Os franco carolíngios fazem uma aliança com Roma e doam ao Papa os primeiros territórios do Estado Pontifício em 756, fortalecendo a Igreja Romana. Essa aliança é ampliada política e territorialmente por Carlos Magno, que, no ano 800, é coroado Imperador do Ocidente pelo Papa Leão III.
          Do início da Idade Média até o século XIII podemos atribuir somente à Igreja a sobrevivência da vitivinicultura na Europa. A queda de Constantinopla (capital do Império Romano do Oriente) marca o fim da Idade Média, mas, desde o século XIV, inicialmente na Itália, tomava corpo um movimento de estudo e admiração dos cânones artísticos e filosóficos da Antigüidade Clássica, relegados durante a Idade Média. Este movimento, que seria conhecido como Renascença, intensificou-se no século XV com a chegada dos sábios bizantinos expulsos de Constantinopla e consolidou-se em toda a Europa no século XVI. A onda renascentista promoveu no Ocidente, que já aperfeiçoara seu comércio e economia, um renascimento das ciências, das artes e do espírito humano, dando, portanto, novo impulso ao vinho.
          Da Europa, através das expedições colonizadoras, as vinhas chegaram a outros continentes, se aclimataram e passaram a fornecer bons vinhos, especialmente nas Américas do Norte (Estados Unidos) e do Sul (Argentina, Chile e Brasil) e na África (África do Sul). A uva foi trazida para as Américas por Cristóvão Colombo, na sua segunda viagem às Antilhas, em 1493, e se espalhou, em seguida, para o México e sul dos Estados Unidos e às colônias espanholas da América do Sul.

Vinho no Brasil

          As vinhas foram trazidas da Ilha da Madeira ao Brasil em 1532 por Martim Afonso de Souza e plantadas por Brás Cubas, inicialmente no litoral paulista e depois, em 1551, na região de Tatuapé. Mas as plantações não vingaram devido às desfavoráveis condições climáticas. Retornou, mais tarde, pelas mãos dos jesuítas e seu plantio foi novamente experimentado na região das Missões, no Rio Grande do Sul, mas também não deu certo.
          Somente em 1872, com a chegada dos imigrantes italianos, na região da Serra Gaúcha, as uvas começaram a nascer. Imigrantes do norte da Itália trouxeram na bagagem enxerto de videiras de excelente procedência, além de muita experiência na arte de cultivar a parreira e produzir excelente vinho.

Particularidades do vinho:

Vinho nas artes

          O vinho serviu, com alguma freqüência, de inspiração para pintores e escultores. Foram encontradas ilustrações onde o vinho, se não como protagonista, ao menos fazendo parte do contexto, está presente, em pinturas funerárias egípcias, Templos Antigos, Monastérios, Castelos, catedrais... Nas tumbas dos faraós, encontram-se pinturas, retratando detalhadamente a colheita da uva, prensagem e fermentação.
          As iconografias vinárias, sejam as de perfil mitológico (dionisíaco/báquico), sejam as que testemunham todas as atividades humanas, mais prosaicas, relacionadas com a vinha e o vinho, manifestaram-se prolixamente nas belas-artes, desde o longínquo Egito até aos nossos dias.
          Na Literatura, o primeiro documento escrito que menciona as uvas, ou o produto do seu sumo, é a Bíblia, quando diz: ?Noé plantou uma vinha e tendo bebido o seu vinho, se embriagou em sinal de agradecimento?. Alguns vinhos de renome, na Antiga Grécia, já eram citados por Homero, e a colheita durante o outono, é descrita com lirismo. A história dos vinhedos, na Antigüidade, foi ilustrada pelo poeta Hesíodo.O código de Hamurabi é o primeiro livro sobre leis onde se faz referência aos vinhos, imputando castigos a certas condutas das ?casas de vinho?. Hipócrates, em seus escritos, deixou várias observações sobre as propriedades medicinais do vinho. Citações ao vinho: - “O doce beber que nunca me teria saciado.” (Dante Alighieri); - “Sem vinho, sem soldados”. (Napoleão Bonaparte); “A penicilina cura os homens, mas é o vinho que os torna felizes.” (Fleming); “Boa é a vida, mas melhor é o vinho.” (Fernando Pessoa).
          O teatro, a dança e a música estão totalmente ligados às festas em comemoração ao deus Baco, o Deus do Vinho.

Vinho e saúde

          O vinho é um forte aliado no combate a diversas doenças. Segundo a Organização Mundial de Saúde, recomenda-se como dose saudável, dois cálices de vinho/dia. Entre os resultados benéficos para doenças, podem ser citados: - aumento do bom colesterol; - redução do mau colesterol; - diminuição do risco de infarto; - regulador da pressão sangüínea; - auxiliar digestivo; - anti-oxidante; - longevidade e boa qualidade de vida; - anti-depressivo, desinibidor, relaxante e evocador de otimismo; - combate ao diabetes.
          Com tudo isso, existe também um outro paradoxo: além de todas as vantagens para a saúde, o vinho não tem contra indicações, é a melhor bebida que existe para acompanhar refeições e como efeito colateral promove o convívio social e faz amigos.

Vinho e tecnologia

          A partir do século XX a elaboração dos vinhos tomou novos rumos com o desenvolvimento tecnológico na vitivinicultura e da enologia.. Cepas de uvas com cruzamento genético, a colheita mecanizada, a fermentação “a frio” na elaboração dos vinhos brancos, etc. Ainda que pese o romantismo de muitos que consideram (ou supõem?) os vinhos dos séculos passados como mais artesanais, os vinhos deste século têm, certamente, um nível de qualidade bem melhor do que os de épocas passadas.

Vinho e festas - Celebração da vida

Celebrações

          Quando se abre uma garrafa de vinho, o que sai dela é pura magia, por isso foi escolhida para as grandes celebrações, especialmente se for champanhe. Símbolo da alegria e da esperança num futuro melhor, o champanhe é praticamente obrigatório em todo o país na noite de reveillon. A entrada de um ano novo sem aquele estouro da rolha não tem a mesma vibração. Seu brinde representa o ápice da fé numa melhor qualidade de vida, com bastante saúde, energia, fartura e, por que não, a descoberta de um grande amor?
          Conquista de títulos, casamentos, bodas, aniversários, o vinho sempre estará presente, onde tiver alegria, como ordenou nosso grande deus Baco.

A Festa da Uva

          Criada em Caxias do Sul, a primeira festa foi organizada em 1931 para celebrar a vindima. O dia 07 de março deste ano foi marcado por uma exposição discreta e elegante de uvas, na sede do Recreio. As semelhanças com o nosso carnaval são muitas: em 1932 foi organizado o primeiro desfile de carros alegóricos da festa da Uva. As alegorias desfilavam pelas ruas centrais da cidade, puxadas por carros de bois. Na terceira edição, em 1933, foi instituído o concurso da escolha da Rainha da festa da Uva. Além de confraternizações festivas e bailes de gala, que representam a festa de hoje.
          Esta festividade acontece em Caxias do Sul, em fevereiro ou março, sempre nos anos pares.

Guilherme Alexandre e Edward Moraes

Roteiro do desfile:
 

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
1° Setor: Baianas - “As mágicas cores do néctar”
1 “Sommelier” Comissão de Frente

Representa o responsável pelo serviço de vinhos de um restaurante. Mostrará a carta de vinhos ao povo da Sapucaí. Qual o vinho de sua preferência?

Carlos Motta
2° Setor: “O primeiro gole foi de Noé?

          Representa a primeira lenda do vinho, que está no Velho Testamento. O capítulo 9 do Gêneses diz que Noé, após ter desembarcado os animais, plantou um vinhedo do qual fez vinho, bebeu e se embriagou. Entre outros aspectos interessantes sobre a história de Noé, está o Monte Ararat, onde a Arca ancorou durante o dilúvio. Essa montanha fica entre a Armênia e a Turquia.

1° Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: “A colheita da Vitis Vinifera”

          Representa a colheita da videira própria a vitivinificação. Acompanham guardiões fantasiados de “vitis vinífera”. Colhe, colhe, colhedor... o néctar que adoça o meu amor.

2 “As mágicas cores do néctar” Baianas

Representa as cores do prazer e das sensações dionisíacas, em branco, rosa e vinho, no néctar branco, rosado ou tinto. Essas cores que me inebriam e me fazem rodar, rodar, rodar...

Jussara Pereira

1ª Alegoria

8 Quadripés acoplados ao Abre-Alas: “As videiras encantadas”

          Representa a descoberta do vinho pelo deus Baco (Dionísio), quando criança, criado por ninfas, em Nysa – Turquia.

Abre-Alas: “A Divindade de Baco – Força, Poder e Esplendor”

          Representa deus Baco e seu cortejo de ninfas, sátiros, bacantes e centauros. O poder da ilusão e da transformação. Enlouquecido pela deusa Hera, que o odiava por ser bastardo de seu esposo Zeus com a mortal Sêmele, Baco andou errante pelo Egito, Mesopotâmia, Fenícia, Pérsia e Frígia. Em todos os países ensinava aos homens o trato da videira e a fabricação do vinho. Sua fama e poder corriam o mundo. Um dia, quis navegar de Icaria para Naxos. Marinheiros ambiciosos aprisionaram-no e tentam levá-lo para o Egito, para ser vendido como escravo. Baco percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no meio do mar, como se fincado na terra. Assustados, os homens aumentam as forças em seus remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons melodiosos de flautas. Baco aparece. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os marinheiros, levados à loucura, começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água se transformam. Seus corpos se achatavam e terminavam numa calda retorcida. Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em lugar de braços. Toda a tripulação foi transformada e Baco navega em direção a Naxos, onde encontra Ariadne, sua futura esposa. Na Índia, país que conquistou pela força e por seu poder místico, onde ficou diversos anos, para ensinar os povos a cultivar a vinha, foi associado ao deus hindu Shiva e, mais tarde, a Buda.

Principais destaques Alexandre, Luiz Cavalcante e Mara

3 “Ramsés III”  

Representa os egípcios, que não foram os primeiros a fazer vinho, mas certamente foram os primeiros a saber como registrar e celebrar os detalhes da vitivinificação em suas pinturas, que datam de 1.000 a 3.000 a.C. Haviam, inclusive expertos que diferenciavam as qualidades dos vinhos profissionalmente. O consumo do vinho parece ter sido limitado aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho eram oferecidos aos deuses , especialmente pelos faraós, como mostram os registros do presente que Ramsés III (1.100 a.C.) fez ao deus Amun.

 
4 “Gilgamesh”  

Representa o épico babilônico Gilgamesh, o mais antigo trabalho literário conhecido (1.800 a.C.). O vinho aparece nos escritos, onde o herói Gilgamesh entra no reino do sol e lá encontra um vinhedo encantado de cujo vinho obteria, se lhe fosse permitido bebê-lo, a imortalidade que ele procurava.

 
5 “Jamshid, o rei persa”  

Representa a mais citada de todas as lendas sobre a descoberta do vinho. É uma versão persa que fala sobre Jamshid, um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho, sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar, ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte, ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei, que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida

 
6 “Ano e a lenda basca”  

Representa uma lenda basca, que celebra um herói chamado Ano, que teria trazido a videira e outras plantas num barco. Curiosamente, o basco é uma das mais antigas línguas ocidentais e “ano”, em basco, também significa vinho.

 
7 “Em defesa da cultura grega”  

Representa a civilização grega, que atinge o seu apogeu nas artes, arquitetura e filosofia do século V a.C., principalmente em Atenas. Nessa cidade-estado, entre o início daquele século e o final do século IV a.C. , a filosofia grega tem a sua época áurea, sob a liderança sucessiva de Sócrates, Platão e Aristóteles, que exerciam suas atividades sobretudo nos chamados simpósios.E o vinho era o elemento central dos simpósios. O biógrafo grego Plutarco descreveu os simpósios como rituais iniciados pela comida, seguindo a tradição dos banquetes, mas cuja atividade principal dava-se em torno da bebida. Após as preces e a escolha dos oradores e do tema do debate, todos bebiam vinho puro. Depois o simposiarca (presidente do simpósio) determinava a quantidade de água a misturar ao vinho. De sua diligência dependia a embriaguês da noite. Nos simpósios inspirados pelo vinho falava-se do destino do homem, de suas alegrias e seus tormentos. Criticavam-se, sem aspereza, seu orgulho e suas vaidades.O vinho, portanto, teve um papel fundamental na formação e consolidação da filosofia grega, que iria influenciar toda a cultura ocidental.

 
8 “O Império Romano”  

Representa os romanos, que dominaram militar e politicamente a Grécia, mas foram por ela dominados culturalmente. Absorveram muitas das tradições artísticas, filosófica e religiosas dos gregos. E o seu gosto pelo vinho. Se os gregos espalharam a cultura vinícola pelas costas do Mediterrâneo, os romanos iriam prosseguir essa marcha pelo interior. O vinho era bebido pelos legionários, e era tido como mais saudável e seguro que a água das terras estrangeiras. Além disso, os romanos incentivavam o plantio da videira pelos assim chamados bárbaros nas regiões conquistadas, para que se estabelecessem em bases mais permanentes, facilitando o controle sobre as populações “pacificadas”. Os romanos foram ocupando progressivamente toda a Europa e levando a produção de vinho à Hispânia (Península Ibérica), Gália (atual França), Germânia (Alemanha) e Britânia (Grã-Bretanha).

 

2ª Alegoria: “O vinho na Idade Média”

          Representa o panorama medieval do século V, onde os territórios romanos são divididos em diversos reinos, chamados bárbaros, de duração efêmera. A recessão das atividades econômicas e virtual paralisação do comércio fizeram retroagir a produção de uvas e vinhos. O uso da rolha desapareceu e o vinho, armazenado em tonéis de madeira primitivos, oxidava-se rapidamente. Tinha que ser destinado ao consumo rápido nos poucos locais onde ainda era produzido. Mas um novo e crescentemente protetor do vinho surgia em cena: a Igreja Cristã. Desde o século IV, com a conversão do imperador romano Constantino ao cristianismo, a Igreja fortalecia-se como instituição. Após o fim do Império Romano do Ocidente, o Reino dos Francos, na Gália, domina os bárbaros locais e converte-se ao cristianismo, em 497. Os anglo-saxões, na Britânia, em 597. Enquanto ocupava-se de cristianizar os povos bárbaros, a Igreja multiplicava os monastérios e mosteiros, ilhas de relativa paz onde o vinho era produzido.

Principais destaques Ewaldo Rocha e Jeferson

3° Setor: “As Cruzadas”

          Representa a eterna luta entre cristãos e mouros, em luta por posse de terras e pelos ideais de correto comportamento humano.

9 “A Renascença”  
Desde o século XIV, toma corpo um movimento de estudo e admiração dos cânones artísticos e filosóficos da Antigüidade Clássica, relegados durante a Idade Média. Este movimento, que seria conhecido como Renascença, intensificou-se no século XV com a chegada dos sábios bizantinos expulsos de Constantinopla e consolidou-se em toda a Europa no século XVI. A onda renascentista promoveu no Ocidente, que já aperfeiçoara seu comércio e economia, um renascimento das ciências, das artes e do espírito humano, dando, portanto, novo impulso ao vinho
 

Rainha de bateria: “Champanhe”

          Representa o vinho mágico, que teve como origem a região vinícola de Champagne, na França. Diz-se que, no ano de 1670, o monge beneditino Dom Pérignon era responsável pela adega da abadia de Hautvilleres, na diocese de Reims. Tão amante das virtudes quanto dos bons vinhos. Foi surpreendido um dia com o pipocar das rolhas de suas garrafas de vinho. Surpreso, tratou logo de provar a bebida e, maravilhado, gritou para os outros monges: “corram, corram, venham ver, estou bebendo estrelas!” Dom Pérignon experimentou garrafas mais fortes e amarrou as rolhas com arame. Assim surgiu um vinho espumante delicioso, que depois seria batizado de champanhe. Quando se abre uma garrafa de champanhe o que sai dela é pura magia em forma de borbulhas. Essa mágica fez do champanhe a bebida escolhida para as celebrações.

10 “A Coroação” Bateria

A fama do champanhe espalhou-se por toda a Europa. Desde que os reis da França Luiz XIV (rei Sol) e Maria Teresa, após serem coroados na Categral de Reims, brindaram os convidados com champanhe, ela passou a ser a bebida dos reis.

Mestre Dudu
11 “Na corte de Luiz XV” Passistas

Representa a corte de Luiz XV, onde o champanhe gerou muitas fofocas, e uma delas dizia que o formato arredondado das taças foi inspirado nos seios de sua amante, madame Pompadour. Ela, depois de beber taças e mais taças, dizia: “O champanhe é o único vinho que deixa a mulher mais linda depois de bebê-lo”.

Flávia
12 “As Grandes Navegações”  

Representa as expedições colonizadoras européias, quando as vinhas chegaram a outros continentes, se aclimataram e passaram a fornecer bons vinhos, especialmente nas Américas do Norte (Estados Unidos) e do Sul (Argentina, Chile e Brasil) e na África (África do Sul). A uva foi trazida para as Américas por Cristóvão Colombo, na sua segunda viagem às Antilhas, em 1493, e se espalhou, em seguida, para o México e sul dos Estados Unidos e às colônias espanholas da América do Sul. As vinhas foram trazidas da Ilha da Madeira ao Brasil em 1532, por Martim Afonso de Souza, não vingando, devido às desfavoráveis condições climáticas.

 
13 “Engenharia Genética”  

Representa as cepas de uvas com cruzamento genético, para produção de novos e maravilhosos vinhos, pois, ainda que pese o romantismo de muitos que consideram (ou supõem?) os vinhos dos séculos passados como mais artesanais, os vinhos deste século têm, certamente um nível de qualidade bem melhor do que os de épocas passadas.

 

3ª Alegoria: “Saúde e tecnologia – a ciência em prol do vinho”

          Representa o vinho como um forte aliado no combate a diversas doenças. Segundo a Organização Mundial de Saúde, recomenda-se como dose saudável, dois cálices de vinho/dia. Entre os resultados benéficos para doenças, podem ser citados: - aumento do bom colesterol; - redução do mau colesterol; - diminuição do risco de infarto; - regulador da pressão sangüínea; - auxiliar digestivo; - anti-oxidante; - longevidade e boa qualidade de vida; - anti-depressivo, desinibidor, relaxante e evocador de otimismo; - combate ao diabetes. Ainda, na área das ciências, a alegoria mostra a tecnologia utilizada para o engarrafamento dos vinhos e a engenharia genética baseada na junção de cepas de uva. É a explosão carnavalesca de genes da viti vinífera, com a licença artística da associação entre a reprodução de seres humanos (clones em tubos de ensaio) e as tentativas de melhoria na qualidade do vinho.

Principais destaques Marquette Andrade, Carlos Santos e Paulinho da Ilha

4° Setor: “Charme e beleza”

          Representa o bem estar, o glamour e a beleza física e espiritual oferecido por este líquido milagroso, dado o seu consumo moderado, pois, além de todas as vantagens para a saúde, o vinho não tem contra indicações, é a melhor bebida que existe para acompanhar refeições e como efeito colateral promove o convívio social e faz amigos.

14 “Se beber, não dirija” Crianças

Representa a corrida irresponsável no trânsito e a Lei de proibição de consumo de álcool. Vinho é muito bom, mas a atenção à sinalização do trânsito, demonstra educação e melhor qualidade de vida. Então, se beber, não dirija.

Irlan e Rafaele
15 “Vinho nas artes”  

Representa a importância do vinho, que serviu, com alguma freqüência, de inspiração para pintores e escultores. Foram encontradas ilustrações onde o vinho, se não como protagonista, ao menos fazendo parte do contexto, está presente, em pinturas funerárias egípcias, templos antigos, monastérios castelos, catedrais... As iconografias vinárias, sejam as de perfil mitológico, sejam as que testemunham todas as atividades humanas, mais prosaicas, relacionadas com a vinha e o vinho, manifestaram-se prolixamente nas belas-artes, desde o longínquo Egito até aos nossos dias. Na literatura, o vinho é citado em vários escritos, como a Bíblia, Gilgamesh, Código de Hamurabi e citações de Dante Alighieri, Napoleão Bonaparte, Fleming e Fernando Pessoa. O teatro, a dança e a música estão totalmente ligados às festas em comemoração ao deus Baco, o deus do vinho.

 
16 “Vinho e sincretismo”  

Representa a presença do vinho nos rituais católicos e do Candomblé (tempero dos “santos”).

 
17 “Cerimônia de casamento”  

Representa o dia mais importante de um casal enamorado. E é muito bom compartilhar com amigos e parentes essa felicidade. E a bebida a ser servida? Lógico que é o vinho, servido em taças, que deve estar presente na tradicional foto dos noivos em frente ao bolo, no belo gesto dos braços entrelaçados.

 
18 “Reveillon”  

Representa o vinho espumante presente nos finais de ano. Símbolo da alegria e da esperança num futuro melhor, o champanhe é praticamente obrigatório em todo o país na noite de reveillon. A entrada de um ano novo sem aquele estouro da rolha não tem a mesma vibração, a exemplo dos fogos de artifício tão tradicionais em nossas praias.

 

2° Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: “Salve os Estados produtores do néctar”

          Representa as bandeiras dos Estados do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, significativos produtores dos vinhos brasileiros.

19 “O vinho do São Francisco”  
Representa a produção de vinhos em Petrolina - PE uma das fortalecedoras do desenvolvimento no Vale do São Francisco. O incentivo à produtividade fez com que o município virasse o segundo pólo vitivinicultor do país. São produzidas em Petrolina cerca de 2,5 safras anualmente, fato que vem despertando o interesse de empresários do mundo inteiro. São empregadas técnicas avançadas de agricultura irrigada, utilizando-se as águas do rio São Francisco.
 
20 “Os imigrantes italianos”  
As vinhas, trazidas ao Brasil em 1532, foram plantadas por Brás Cubas, inicialmente no litoral paulista e depois, em 1551, na região de Tatuapé. Mas as plantações não vingaram devido às desfavoráveis condições climáticas. Retornou, mais tarde, pelas mãos dos jesuítas e seu plantio foi novamente experimentado na região das Missões, no Rio Grande do Sul, mas também não deu certo. Somente em 1872, com a chegada dos imigrantes italianos, na região da Serra Gaúcha, as uvas começaram a nascer. Imigrantes do norte da Itália trouxeram na bagagem enxerto de videiras de excelente procedência, além de muita experiência na arte de cultivar a parreira e produzir excelente vinho.
 

4ª Alegoria:

2 Quadripés alegóricos acoplados a alegoria 4

          Representa o início da Festa da Uva em Caxias do Sul, pedindo passagem ao povo para o desfile de grupos folclóricos e alegorias alusivas à grande festa.

Alegoria 4: “A celebração da vida!”

          Representa as principais festas onde se é imprescindível o vinho, e sua festa maior, a Festa da Uva. Criada em Caxias do Sul, a primeira festa foi organizada em 1931 para celebrar a vindima. O dia 07 de março deste ano foi marcado por uma exposição discreta e elegante de uvas, na sede do Recreio. As semelhanças com o nosso carnaval são muitas: em 1932 foi organizado o primeiro desfile de carros alegóricos da festa da Uva. As alegorias desfilavam pelas ruas centrais da cidade, puxadas por carros de bois. Na terceira edição, em 1933, foi instituído o concurso da escolha da Rainha da festa da Uva. Além de confraternizações festivas e bailes de gala, que representam a festa de hoje. Esta festividade acontece em Caxias do Sul, em fevereiro ou março, sempre nos anos pares. Além das festas, um grande banquete celebrará a vida, onde todos estarão convidados. Gente de todas as raças, crenças e religiões. Todos os cidadãos, independente de suas opções; o banquete da inclusão social.

Principais destaques Joãozinho de Xangô e Edmilson

5° Setor: "Propriedades"
24 “Longevidade” Velha Guarda
Representa a energia e o rejuvenescimento daqueles que bebem até dois cálices ao dia deste poderoso néctar, que é dos deuses.
Selma Ventura
25 “Suavidade” Departamento Feminino
Representa o prazer do paladar, a sensação suave que temos ao beber um bom vinho.
Carminha
26 “Musicalidade” Ala de Compositores
Representa, ao tomarmos o vinho, a paz musicada, lembrando os sons das flautas do cortejo de Baco.
Sr. Guará

Bibliografia:

 

SAMBA ENREDO                                                2009
Enredo     Vinho, Néctar dos Deuses, a Celebração da Vida
Compositores     Andrezinho, Sergio Aguiar, Luiz Fernando, Sandro Avellar, Thiago e Diego Nascimento
Unidos de Padre Miguel
Conclama à celebração
Ergam as taças: um brinde à beleza!
Nossa carta está na mesa
Foi Deus, mensageiro da alegria e da ilusão
Enlouquecido pelo mundo vagou
E pelos povos o cultivo espalhou
Em tons de branco, rosado e tinto
Pela antiguidade viajou
Na Pérsia, Babilônia e no Egito encantou
Na Grécia simpósios inspirou

Romanos ampliaram sua produção
Cristãos e Mouros em duelos nas Cruzadas
No Renascimento, a esperança
Borbulhas na corte de França

Foi preciso navegar, novo mundo conquistar
Com tecnologia, modernizar
Imigrantes, pioneiros do plantio no Brasil
Que do sul para o nordeste se expandiu
O consumo moderado faz bem ao coração
Se beber não assuma a direção
Em casamento, réveillon, no dia a dia
Trago o néctar dos deuses para a folia

Sou vermelho e branco e vou cantar
Com vinho a vitória celebrar
Sou Vila Vintém, comunidade
Hoje tem Festa da Uva, que felicidade!