FICHA TÉCNICA 2008

 

Carnavalesco     Edson Pereira
Diretor de Carnaval     Mariangela Cilio dos Santos
Diretor de Harmonia     Cristiano Costa (Amendoim do Samba)
Diretor de Evolução     Cristiano Costa (Amendoim do Samba)
Diretor de Bateria     Jose Carlos de Oliveira (Mestre Coé)
Puxador de Samba Enredo     Edson Carvalho
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Hugo Luiz Cesário dos Santos e Luana Gomes Salles
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Fabio e Michele
Resp. Comissão de Frente     Junior Scapin e Carlos Antonio Teixeira Motta (Carlos Motta)
Resp. Ala das Baianas     Marly Lima Gomes
Resp. Ala das Crianças     Adilson dos Santos (Dadá)
Resp. Galeria de Velha Guarda     Selma Ventura Rodrigues

 

SINOPSE 2008

No reino das águas de Olokum

Justificativa:

          A água é fonte de vida e saúde. Irriga a terra, hidrata o corpo e gera a energia que move o mundo. Mas será que essas são suas únicas formas e definições?
          Seja dos mares, rios ou oceanos, a água nos remete a uma viagem histórica. Através de lendas, mitos, crendices e onde mais a imaginação nos levar. Sem esquecer dos problemas ambientais atuais, causados pela ganância da humanidade.
          A Unidos de Padre Miguel ao apresentar o seu enredo, lança um grito de alerta pela preservação da natureza e lendas que envolvem a água. Dos nossos ancestrais africanos e do folclore brasileiro.
Nossa história começa na África. E quem nos guia nessa trajetória é Olokum. Senhor de Okum, Deus das águas, ser de cólera implacável, andrógeno. Metade homem, metade peixe. Tem poder sobre as tempestades. Ao lado das suas filhas, as ninfas das águas, no seu imponente palácio nas profundezas do oceano, vem lavar a avenida. Purificar as almas e abrir caminhos para todos os Orixás.
          Das suas inúmeras filhas, a única se tornar deusa foi Iemanjá. Ao quebrar a garrafa dada por Olokum na fuga do seu casamento com Olofim, o rei de Ifé. Mas Iemanjá casou-se pela segunda vez com Oxalá. Dessa união nasceram duas divindades da água. Oxum, a mais bela e querida filha de Oxalá e Nana – burukê. Senhora das lamas e mangues, renova a terra ao limpar a água.
          Nossos ancestrais africanos quando chegaram escravizados ao Brasil, trouxeram consigo, parte da sua história e religião. Por isso, os cultos religiosos africanos são muito difundidos no país. Mas apesar da importância cultural dessa herança africana, não podemos esquecer da nossa cultura.O folclore brasileiro. Presente na Amazônia e nas encantadoras lendas do rio Amazonas.
          Iemanjá nas lendas indígenas da Amazônia é Iara. Deusa do mar, moradora das profundezas do rio Amazonas, guarda consigo segredos e lendas. Como o Boto, a Vitória- régia, Cobra Grande e principalmente a do Sol e da Lua, origem do rio – mar.
          São inúmeros os contos folclóricos, mas são inúmeros também os problemas enfrentados pela Amazônia e pelo mundo. O homem através da poluição e queimadas, causa a diminuição do oxigênio na atmosfera, o efeito estufa e conseqüentemente, o aquecimento global. Ao destruir a natureza, causamos o desequilíbrio ecológico. Acarretando enchentes, terremotos e mudanças climáticas. Futuramente essa ação nos levará a seca.
          O homem tem que se conscientizar e parar de destruir a natureza e poluir as águas, o quanto antes. A água simboliza a vida, a pureza da alma, a energia. Ela representa 70% do planeta. Mas a superpopulação, os maus tratos e o desleixo da humanidade, mudarão essa realidade.
          A Unidos de Padre Miguel mostrará uma breve história da água. Através das suas lendas e crenças que tentam sobreviver à evolução. Pedimos a Obatalá, criador do universo, paz, amor e esperança. Esperança de um mundo mais consciente e humanizado. Um mundo melhor para nós e nossos descendentes.

Sinopse:

1º Setor: Império das Águas

          A Unidos de Padre Miguel levará para a avenida os mistérios da água. E pede passagem a todos os deuses dos mares, rios e oceanos.
          Oba – Olokum, senhor de okum. Representa o mar na sua amplitude. Pois guarda nas profundezas do oceano inúmeros segredos. É um ser andrógeno; metade homem, metade peixe. Possui um caráter violento, misterioso e compulsivo. Desposou várias ninfas e com elas teve muitas filhas (as ninfas das águas). Representantes das cascatas, rios, extensão do mar e a água da chuva.
          Olokum representa a riqueza do fundo do mar e a saúde. Conta à lenda, que Olokum teve 11 filhas. Osupa (a lua), 5 Olasas, 4 Olanas e Agana Erí. Suas irmãs eram as mais belas e sereias. Podiam se transformar em mulheres. Mas Agana Erí era deformada, tinha uma perna maior que a outra. Por esse motivo, sentia inveja de suas irmãs e se aliou aos pescadores da região, os quais queriam capturar as sereias. Elas possuíam uma defesa dada por Orunmilá. Transformando-as em mulheres se precisassem.
          Agana Erí, em dia de lua cheia, disse aos pescadores como e onde capturar as suas irmãs. Olokum ao saber do ocorrido, cria um enorme maremoto e resgata suas filhas. Ao serem capturadas, as sereias perderam as defesas e permaneceram como peixes para sempre. Revoltado, Olokum pune Orunmilá ao atá-lo ao fundo do mar, só retornando em forma de espuma. Olokum olhou para Agana Erí e falou: “Era minha filha preferida. Por isso, não te abandonarei. Mas levará em uma das mãos por tua hipocrisia, uma máscara. Na outra, por tua maldade, uma serpente”. Assim Agana Erí foi amaldiçoada.
Olokum teve outros filhos. Mas sem dúvida a mais importante e poderosa, é Iemanjá.

2º Setor: Reino de Ifé

          Reza a lenda, que Iemanjá casou-se com Olofin, rei de Ifé. Cansada de Ifé e de seu casamento, foge em direção ao Oeste. Olokum lhe dera uma garrafa, a qual continha um preparo e só poderia abrir em caso de perigo. Olofin ao saber da sua fuga, coloca o exército de Ifé a procura de sua esposa. Ao pressentir o perigo, Iemanjá quebra a garrafa dada por seu pai. E no mesmo instante, cria-se um rio que a leva para okum, o oceano, moradia de Olokum. Torna-se assim senhora das águas salgadas.
          Iemanjá casou pela segunda vez com Oxalá. Tiveram vários filhos, dentre eles, duas divindades das águas. Oxum, nome de um rio em Oxogbó na Nigéria. Senhora dos rios, cachoeiras e fontes. Era a mais bela e amada filha de Oxalá. E Nana – burukê. Deusa das lamas , mangues e pântanos. Sereia velha das águas mansas. Renova a terra ao limpar a água.
          Iemanjá simboliza a maternidade e fecundidade. É considerada a mãe de todos os filhos, de todo o mundo. Grande mãe, o mar de onde toda vida nasceu.

3º Setor:  Lendas e Riquezas da Amazônia

          Apesar de serem cultuados no Brasil, os Orixás não são deuses brasileiros. Mas na Amazônia, existem inúmeras histórias e lendas sobre desuses e seus elementos. Como a lenda do rio Amazonas. Onde dois noivos apaixonados tinham esperança de se casarem. Ela se vestia de prata era a Lua. Ele se vestia de ouro e era o Sol. Mas se eles se casassem, o mundo acabaria. Pois ela era dona da noite e ele dono do dia. O Sol, com seu ardente amor, queimaria a terra. E a Lua com suas lágrimas provocaria uma inundação. Assim se separaram.
          No desespero da saudade a Lua chorou dia e noite. Suas lágrimas escorreram até o mar. Mas não se misturavam as águas do mar. As águas escavaram um vale e um imenso rio apareceu. As lágrimas da lua formaram o rio-mar. O rio Amazonas só passou a ter esse nome, quando os recém chegados espanhóis, em 1541, foram atacados por índias guerreiras.
          Ao capturar um índio, foi lhe perguntado quem eram tais mulheres. O índio lhes contou a história das “Incamiabas”. Os espanhóis acharam-nas semelhantes às guerreiras amazonas da Capadócia. Passaram a chamar o “Mar Dulce” de “Rio de las Amazonas”. Assim foi criado o rio Amazonas. Majestoso, sereno e misterioso. Guarda grandes segredos e lendas. Moradia da Vitória Régia, do Boto, da Cobra Grande e de Iara. Deusa das águas como Iemanjá e muitas vezes confundidas com Mãe D’ água. Criadora da lenda da pororoca ao revoltar o rio com seus filhos a procura de sua canoa Jacy.
          Iara segunda a lenda, vive nas encantarias do fundo dos rios, com sua calda submersa. Ela atrai os homens com sua beleza e seu canto. Quem vê seu rosto jamais esquece. Mais cedo ou mais tarde, vai se atirar no rio ao seu encontro. Como aconteceu com o jovem e forte índio Jaguarari, da tribo Taxuaua. Não resistiu aos seus cantos e encantos e mergulhou no rio para os braços de Iara. Criatura das águas, que enamora os homens e os leva a morte.

4º Setor: Alerta Ambiental

          O rio Amazonas e suas lendas continuam resistindo ao tempo. Mas até quando? O homem destrói a natureza. 40% das árvores da Amazônia podem desaparecer até o final do século. Esses atos levam ao efeito estufa, causa o aquecimento global e torna o clima mais seco na Amazônia. As mudanças climáticas e o desmatamento diminuem a formação de nuvens sobre a floresta.
          Um superaquecimento global no Atlântico, turbinou furacões causando a pior seca em décadas na Amazônia. Comunidades ficaram sem água e sem comida. A navegação foi suspensa em diversas áreas e o número de queimadas aumentou. Meses depois ocorreu o extremo. Chuvas intensas provocaram enchentes que invadiram casas de milhares de ribeirinhos. Moradores disseram nunca ter visto tal fenômeno. Uma seca seguida de um “dilúvio”. As mudanças climáticas já ameaçam os rios amazônicos.
          Esses fenômenos ocorrem no mundo inteiro e em outras cidades brasileiras.
          Em agosto de 2005, um tornado destruiu o nordeste do Rio Grande do Sul e no mesmo dia, o Katrina arrasou Nova Orleans nos EUA. Na Barra da Tijuca 800m linear de praia desaparece por ano. Se o homem não tiver consciência do seu erro, tentar reverter o quadro e ajudar a estabilizar o clima e o efeito estufa, muitas tragédias e fenômenos estranhos ocorrerão.
          A água é fonte de energia, ingrediente essencial da vida. Cabe aos homens se conscientizarem de sua importância e fazer o seu papel para melhorar o mundo. A Unidos de Padre Miguel pede a Obatalá, criador do universo, que abençoe a todos e transmita paz, amor e esperança de um mundo melhor. Digno de nossos descendentes. Onde possam desfrutar dos mares, da natureza e todas as belezas criadas por Obatalá.
          Através dessa breve história, a Unidos de padre Miguel, manda um alerta à humanidade. Com muito brilho e alegria para o carnaval 2008.

Edson Pereira

Roteiro do desfile:

 

1º Setor: Império das Águas

Nome da Fantasia

Nome da ala

Descrição

Responsável pela ala

 

Comissão de Frente

     
1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Balanço das Águas
1ª Alegoria: Império das Águas - Olokum, senhor de Okum, junto com suas filhas (as ninfas das águas) e seus fiéis servos no seu imponente palácio, nas profundezas de okum, abrem o desfile da Unidos de Padre Miguel, lavando a avenida, abrindo caminho para todos os orixás.
Principais destaques: Gláucia Bulhões, Edmilson Araújo e Paulo Coutinho

1

Servos de Olokum

60 Componentes

 

Vânia Reis

2

Riquezas do Reino Olokum

50 Componentes

 

Romilda

3

Segredo de Okum

40 Componentes

 

Isabel

4

Mares Bravios

45 Componentes

 

Jose Carlos (Virilha Minhoca)

5

As Duas Faces de Olokum

40 Componentes

 

Gama

2º Setor: Reino de Ifé

6

Rei de Ifé

45 Componentes

 

Cláudio- Zé Micuça

7

Guerreiros de Ifé

50 Componentes

 

Mariângela

8

Yemanjá a Deusa do mar

40 Componentes

   

9

Filhas de Yemanjá

Baianinhas

45 Componentes

Clivaneide

10

Majestosa África

Ala das Baianas

50 Componentes

Marly

2ª Alegoria: Reino de Ifé - Representa a fuga de Iemanjá do seu 1º casamento com Olofim, o Rei de Ifé e seu encontro com Oxalá, seu 2º marido dessa 2ª união, nasce duas divindades da água: Oxum e Nanã
Principais destaques: Yonnekarr, Renato Gerônimo e Joel Santana

3º Setor: Lendas e Riquezas da Amazônia

11

Espanhóis

50 Componentes

 

Regininha

12

Manderei – Jaci

Bateria

200 Componentes

Mestre Coe – Jose Carlos

13

Tribo Taxuaua

Passistas

30 Componentes

Rose e Flavia

14

Peixes da Amazônia

Ala das Crianças

45 Componentes

Dada

15

Rio Amazonas

50 Componentes

 

Pádua

3ª Alegoria: Lendas e Riquezas da Amazônia - A Amazônia é rica na sua fauna e flora aqui representada pela floresta amazônica e o tocumo, animal exótico da fauna brasileira. Mas também temos as lendas do folclore como a Cobra Grande e das tribos indígenas. Presentes em várias lendas do Rio Amazonas
Principais destaques:Regis Camura, Américo Martins e Cris Hani

4º Setor: Alerta Ambiental

16

Filhos de Peixe

40 Componentes

 

Carminha

17

Robôs Humanos

50 Componentes

   

18

Caos e Destruição

45 Componentes

 

Chuva

19

Obatalá

50 Componentes

 

Teia

2º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Industria de Alta Destruição
4ª Alegoria:Alerta Ambiental - O homem através da evolução da tecnologia das máquinas, destrói o meio ambiente por meio da poluição industrial, afeta a camada de ozônio, causa o efeito estufa e consequentemente o aquecimento global o que nos remete ao caos mundial a destruição da natureza e dos animais.
Principais destaques: Alexandre Coutinho

20

Compositores

     

21

Convidados

     

22

Velha-Guarda

     

Bibliografia:

  • Lendas Africanas dos Orixás (Pierre Verger Carybé)

  • Mitologia dos Orixás (Reginaldo Prandi)

  • Sites: Mundo Yorubá e Venezuela Esotérica (Los Orixás)

 

SAMBA ENREDO                                                2008
Enredo     No reino das águas de Olokum
Compositores     Toninho do Trayller, Diego Rodrigues, Cabeça, Amendoim do Samba e Cicinho
Mergulhei...
Unidos foi além da imaginação
O reino das águas de Olocum
Menino levou em forte correnteza
Indumentária nobreza
De Olofin a tristeza
Que fez a princesa chorar
Mistérios que se escondiam
Segredos serão revelados
Sob a luz de Obatalá

Ouço o canto da sereia no ar
Essa onda que me leva a Iemanjá
É Nanã quem purifica todo o mar
Das águas claras pro meu carnaval

Chorei oh lua
Ao ver que dos teus olhos nasce o rio-mar
Pudera essa noite o sol vir a brilhar
Zelando esse amor em ouro e prata
Com seu cantar me seduziu
Me apaixonei por ti, oh doce Iara
Vem refletir...
E vem cantar em massa a preservação
Sem consciência o amanhã não mais virá
A fonte é o pavilhão da minha história
Sem desperdício, é carnaval
Ouça meu alerta ambiental

Olocum, lava minh'alma, clareia
Obatalá derrama a benção lá do céu
Banhando a Unidos de Padre Miguel