Um amor de Carnaval
Justificativa:
O G.R.E.S. Unidos de Lucas trás para a Avenida Intendente Magalhães no
Carnaval de 2011 o triangulo amoroso mais famoso do carnaval mundial. O
amor entre Pierrô, Arlequim e Colombina. Proveniente da Comédia
Dell’Arte Italiana, este trio amoroso foi incorporado ao carnaval de
Veneza e tomou conta das ruas juntamente com os tradicionais mascarados
no período de folia; com o tempo a França levou tais personagens para
seus bailes nos salões. Depois da França foi à vez do Brasil trazer
esses famosos personagens para suas terras; o trio de amores chega ao
Rio de Janeiro e se faz presente na festa de coroação de D. João um dos
primeiros episódios que ocasionou uma festa nos moldes do carnaval
atual. O G.R.E.S. Unidos de Lucas revive toda esta atmosfera amorosa e
homenageia esses marcantes personagens que são a essência do carnaval.
Sinopse:
A cortina se abre... Entram em cena com o G.R.E.S. Unidos de Lucas os
astros do espetáculo mais bonito da terra, para brincar de ser feliz e
amar como nos velhos tempos venezianos.
“Uma cortina Um batom Um violino E cheiro de festa”
E quando a arte se tornava cada vez mais importante para a forma de
expressão de cada povo... Reluz a “Comédia da Arte” em Veneza. Traçada
do improviso, do brilho... Um baile de máscaras que despertava amores
nos salões, que fazia o confete e a serpentina se tornarem parte da vida
e do riso estonteante.
Personagens ganham vida em obras teatrais, as máscaras relutam a
expressão de cada face e o povo vive a sorrir, encontrando seu espelho
nos sentimentos de cada ator. E as nômades carroças chegam às cidades
prontas para alegrar, contagiar e emocionar o público. Quem sabe fazer
amar?
“... Embriagados Licores... ...Confetes Serpentinas...
E muitos Muitos mesmo, Mascarados!!!!”
A poesia entra em cena, nas danças e músicas, assim anuncia o
Plebeu... O público está lá querendo que os personagens o façam delirar
e viajar para um mundo distante. Um som melancólico no dedilhar do
violão se torna cada vez mais passional. E o Pedrolino – Pierrô surge
pronto para amar a dama... O serviçal “manchado” de branco queria apenas
um pouco do doce carinho da amada.
A bela e refinada criada, esbanjava sedução e encantava os “pobres”.
Ela girava, cantava, dançava e fazia acreditar que o sonho de outros
poderia ser realidade. Colombina de muitos e poucos amores verdadeiros,
que fez da lua seu verdadeiro amor, em forma de poema.
Eis que o servo espertalhão brinca de ganhar seu coração, Arlequim
preguiçoso, estúpido, que em seus paços de dança debochados, acreditava
que brincar de amar era viver. Entre beijos doces roubados da amada, uma
paixão de momentos. E vive assim, fascinado pelo desejo, pronto para
persuadir o coração alheio com o dom da conquista...
“Um plebeu Uma Colombina Um tolo Arlequim Um miserável Pierrô!”
O trio de amores ganha forma, ganha expressão de sentimentos... A
dama esnoba, o malandro brinca de amar e o pobre serviçal ama de
verdade... Pois se define, o marido Pierrô, o amante Arlequim e a dama
Colombina, “apaixonada”. Um amor do baile mascarado, um amor de ilusão,
visionário...
E quem imaginaria que a arte da comédia apaixonante chegaria à França?
Onde ganhou improviso, nomes refinados e por fim... Chegou à terra
tropical, na terra das paixões nativas, tupiniquins...
A primeira influência da arte francesa junto com o refinamento da
comédia italiana fez da terra brasileira o novo palco e cenário para o
trio amoroso, que de passagem foi a alegria do povo. E foi assim que o
governante do Rio de Janeiro ordenou uma semana de festa, de confetes e
serpentinas para “sustentar” de alegria o povo.
“Nos quatros cantos do salão Um cantinho à parte Plebeuzinho na janela Espia em vão toda a arte!”
A festa era para coroar e homenagear D.João, que misturou canções
portuguesas a Comédia Dell Arte. E a tradição se seguiu, depois de anos,
as máscaras misturam a paixão do povo em brincar e se divertir pelas
ruas.
No nosso carnaval, fábrica de sonhos, de imaginação, o trio amoroso de
inspiração italiana, é até hoje uma fonte de inspiração para quem
acredita e sonha na liberdade. As cortinas do sonho se fecham e
literalmente, vivemos um “amor de carnaval”.
“Dançar no salão em festa é fazer poesias. E em noites de verão... Amar!”
Autor do Enredo: Thiago Meiners
Carnavalesco: Leandro Mourão
Revisão de Texto: Raphael Homem
Bibliografia:
- Monólogo à Arlequim, Colombina e Pierrô; Souza
Heiras - 2004
Roteiro do desfile:
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
1º Setor: Carnaval Veneziano |
Comissão de Frente: Mascarados de
Veneza – Onde Tudo Começou
Tradição dos carnavais de Veneza, a máscara além de esconder, permite
que todos possam viver personagens, mesmo na vida real. A Unidos de
Lucas coloca em cheque: Quem é você? Dessa forma transporta todo o
público para dentro do seu desfile, onde todos poderão vivenciar
histórias de amor ou desamor, de acordo com a imaginação de cada folião. |
Pede
Passagem: O Galo de Ouro anuncia
No
decorrer da madrugada um canto ecoa pelo céu: É o galo de
ouro que anuncia; o GRES Unidos de Lucas está em cena!
Corram todos para ver o grande espetáculo que aqui se
encena! E nesse instante toda a comunidade se desloca e
sente a aura de amor que cobre toda a avenida. O amor está
no ar! |
Primeiro
casal de mestre-sala e porta-bandeira:
Astros do espetáculo veneziano
Os
bailes de Veneza serviram de inspiração para tantos outros
no mundo inteiro. Casais são formados em busca da harmonia
perfeita entre música e dança, de forma a encantar toda a
corte. Essa representação do casal chega ao nosso carnaval,
mostrando a força e a ternura na defesa do pavilhão da
escola. Nesse momento, eles são os maiores astros. |
Carro Abre-Alas:
Comédia Dell'Arte – O baile de
máscaras
A
Comédia Dell'Arte iniciou-se na Itália e caracterizou-se
pelo improviso, sobretudo parodiando situações corriqueiras
da sociedade local. As companhias de comédia Dell’Arte eram
itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar.
Seguiam apenas um roteiro, que se denominava “canovaccio”,
mas possuindo total liberdade de criação; os personagens
eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente
esses papéis até a sua morte.
Como forma de provocar riso, uma das situações
preferidas era a dos bailes, cenário onde aconteceu o
embaraçoso amor entre Pierrô, Arlequim e Colombina, uma das
principais representações, que ganhou o mundo. Essa
popularidade talvez tenha acontecido justamente pela
atemporalidade e pela impessoalidade, fazendo com que todas
as pessoas coloquem-se na situação dos protagonistas. Quem é
que nunca teve um amor conturbado, ou até mesmo um amor não
correspondido? |
1 |
Povo Mascarado |
Comunidade |
Os foliões
de Veneza se mascaram e vão para as ruas conquistando corações e
sendo conquistados; o pobre, o rico; todos são iguais neste
momento. |
Marcele |
2º Setor: O trio amoroso ganha as ruas e
chega à França |
2 |
Confete e Serpentina |
Comunidade |
A A forma de saudar os saltimbancos era com
chuva de papel picado, que o povo jogava nos artistas, dando
origem ao confete e à serpentina. |
Valdete |
3 |
Sorriso Anônimo |
Comunidade |
As apresentações eram feitas pelas ruas e
praças públicas, arrancando sorrisos e aplausos dos transeuntes
que, anônimos, reconheciam-se naquelas situações apresentadas. |
Cátia |
4 |
O Dedilhar do Violão |
Comunidade |
Ao chegarem à cidade pediam permissão para se
apresentar, de forma cantada, acompanhados por violões, em suas
carroças ou em pequenos palcos improvisados. O dedilhar do
violão anunciava que a encenação estava pronta para começar. |
Sr. Herminio |
5 |
A Música |
Compositores |
A música era um instrumento fundamental na
Comédia Dell'Arte, uma vez que todas as representações eram
feitas através de canções que contavam as situações que iriam
ser ali representadas. Muitas vezes as melodias se repetiam,
mudando somente a letra, de acordo com o que se quisesse
brincar. Em nosso desfile, a música é representada pela
tradicional ala de compositores da Unidos de Lucas, uma das mais
famosas do carnaval carioca, que com notas musicais em suas
vestes, homenageiam o que fazem de melhor; Música. |
Cosminho da Tia |
6 |
Plebeus |
Crianças |
Essas apresentações logo caíram no gosto
popular, principalmente por ironizarem situações da nobreza.
Esse fato fazia com que fossem muito queridos pelos plebeus, que
corriam ao redor do grupo, acompanhando-o em qualquer lugar que
fossem. |
Iolanda Gaspar Nogueira |
7 |
Colombinas |
Baianas |
Serviçal sedutora, volúvel e sempre bem
vestida, apaixonante e apaixonada, a Colombina é a grande pivô
da triangulação amorosa que contamos. Não aceita o amor de
Pierrô para viver as aventuras com Arlequim, que lhe rouba do
palhaço triste. |
Tia Iolanda e Tia Lenira |
8 |
Arlequins |
Comunidade |
Arlequim é um palhaço farsante e cômico que
veste um traje feito a partir de retalhos triangulares.
Espirituoso, logo conquista o coração de Colombina, tornando-se
principal rival de Pierrô, que chora por amá-la. |
Dona Marlene |
9 |
Pierrôs |
Bateria |
A característica principal do seu
comportamento é a sua ingenuidade, e é visto como um bobo, sendo
sempre o alvo de partidas, mas mesmo assim continua a confiar
nas pessoas. Dessa forma, mesmo Colombina tendo o deixado para
cair nos braços de Arlequim, ele continuava acreditando nela. O
Pierrô simboliza o sentimento que nunca cessa que impulsiona que
serve de força motriz. Daí, a relação do Pierrô com a bateria é
inevitável. |
Mestre Orelha |
10 |
Amor Visionário |
Passistas |
Pierrô ama Colombina, que ama Arlequim,
que, por sua vez, também deseja Colombina. Essa relação
conturbada é ao mesmo tempo visionária e real. Afinal de contas,
todos estão passíveis a ser arrebatado por um arlequim
fanfarrão, deixando quem nos ama chorando e acreditando na
volta. Esta atmosfera amorosa é representada pela ala dos
passistas. |
Jaqueline Venâncio |
11 |
França |
Comunidade |
Da Itália para a França foi uma questão de
tempo. O nome Pierrô é uma variação francesa para o original
Pedrolino. E daí a história se popularizou, devido à grande
influencia da arte francesa em todo o mundo. |
Basilio |
3º Setor: Chegada ao Novo Mundo – A Coroação de D. João |
12 |
Terra Tupiniquim |
Comunidade |
Chegando à terra tropical, na terra das
paixões nativas, tupiniquins... A terra brasileira é o novo
palco e cenário para o trio amoroso. Os Índios Tupiniquins
adornados de branco e vermelho representam o novo mundo. |
Fabinho |
Segundo
casal de mestre-sala e porta-bandeira: Tributo a D. João
Casais
dançam pelas ruas do Rio de Janeiro em homenagem a coroação
de D. João e coroados mostram toda sua alegria ao “Nobre
Folião”. |
13 |
D. João VI |
Comunidade |
Amante das artes e temente à França, D. João
VI é o grande responsável pela divulgação da arte francesa no
Brasil. |
Conceição |
Elemento Alegórico:Folião
Carioca
O folião
carioca se fantasia e vai as ruas comemorar a coroação de D.
João e mostrar para todos a sua alegria. |
14 |
Alegria do Povo
|
Comunidade |
Nota-se a coroação de D. João VI como o
primeiro episódio que ocasionou uma festa nos moldes do carnaval
que conhecemos nos dias de hoje. Foram quatro dias de festa, com
muita bebida e o povo na rua, cantando e se divertindo. |
Cátia |
15 |
Um Amor de Carnaval |
Velha Guarda |
A história do trio enamorado sempre foi um
autêntico entretenimento popular, de origem influenciada pelas
brincadeiras de Carnaval. Um amor de carnaval é aqui
representado pelo sentimento da Velha Guarda ao G.R.E.S. Unidos de
Lucas, à festa e à vontade de vencer no carnaval. Afinal quem
nunca teve um amor de carnaval... |
Sr. Osmar Simões |
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