FICHA TÉCNICA 2001

 

Carnavalesco     Marcello Portella
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2001

Agnaldo Timóteo- o filho de dona Catarina

Caratinga-MG. 16 de outubro de 1936

          Sob a luz do bom caminho me criei. Era um conjunto de valores que eu sabia que me acompanhariam por toda a vida me fornecendo a base necessária para formar o meu caráter como um cidadão de bem. O amor de meus pais, a educação recebida por eles, a união do núcleo familiar, a preocupação de meu pai em mostrar-me a importância de se ter uma profissão, e bem provável acima de tudo, a fé e as rezas de minha mãe, dona Catarina, que iluminariam para sempre os passos desse seu filho.
          Na década de 40, percebi que essa intensa luz me abençoava também com um dom especial. Eu ouvia meus ídolos cantando nas rádios. Suas vozes ecoando pelo país, pelos grandes palcos dos cassinos, teatros de revista e programas de auditório, todo brilho, glamour e o esplendor de uma época de ouro que me influenciava, seduzia e povoava os meus sonhos de menino, me conduzindo a descoberta da minha vocação.
          Queria ajudar meus pais, retribuir-lhes o carinho e a dedicação, pra isso ainda menino fui vendedor de frutas e engraxate a fim de colaborar com o orçamento familiar. Estudei até o 3° ano primário e pelas mãos de meu pai fui trabalhar como funcionário do DNER de Minas até que, mais tarde obtive profissão a de torneiro-mecânico, diga-se de passagem, "o melhor torneiro-mecânico do ofício". Trabalhei nas melhores oficinas de minha cidade em Caratinga e também na capital. Teria sido um grande profissional se não tivesse predestinado a cantar. E embora a realidade a minha volta fosse dura, tinha força e disposição para vencer os obstáculos os obstáculos torneando o meu próprio destino.
          Tentei um programa de auditório local, ...fui gongado. Passei a cantar nos circos da cidade meus primeiros palcos. Aos quinze anos deixei verdes campos da minha terra e embarquei num trem cheio de esperanças, os trilhos que me colocariam na trilha da canção.
          Para ganhar mais espaço nos programas de auditório comecei a imitar o estilo de cantar do Cauby, deu certo por um tempo, mas eu não queria ser eternamente o imitador do Cauby.
          Me sugeriram então tentar carreira no Rio, para onde vim na década de 60. Aqui a luta foi ainda mais difícil, madrugava nas rádios implorando para que tocassem meus discos, suportando as humilhações por ser negro, desconhecido e pobre.
          Fui em frente. Muitas vezes brigando. Precisava sobreviver e então trabalhei como motorista pra Ângela que sempre me recomendou às rádios, mas ninguém me ouvia. Eu interpretava músicas de sucesso nos auditórios dos programas campeões de audiência da época. Até que de repente, na gravadora Odeon, surge um astro. Daí foi uma seqüência de sucessos e o reconhecimento do público veio logo em seguida. Participei de muitos programas durante o período da jovem guarda junto com Roberto e Erasmo, cantei muitas de suas composições. Desde aquela época que eu canto para o povão, para aqueles que passam por necessidades por que me identifico com eles, eu mesmo sou um produto das dificuldades e por isso canto com a minha verdade. Meu repertório é exclusivamente romântico feito pra gente igual a mim. Canto músicas que falam do relacionamento de pessoas que se amam. Quando ouço minhas canções no rádio sinto que o romantismo está no ar, invadindo os lares das pessoas, dilacerando a alma dos que sofrem. São músicas que falam das dores do coração, dos arrebatamentos do amor, dos sofrimentos da paixão, do saudosismo das jovens tardes de domingo.
          Um dia, assistindo a apresentação de um candidato na TV, decidi lançar também a minha candidatura a deputado federal. Não sei se foi por total indignação do sistema, por pura impulsividade, ou de fato por ser conhecedor da miséria, compreender bem o que é a pobreza e a discriminação. Tudo isso um dia fizera parte da minha vida e eu achava que como parlamentar poderia dar a minha contribuição para oferecer melhores dias de vida às populações mais carentes. Acho imprescindível que as pessoas populares, famosas, participem dos problemas sociais e econômicos do país....
          A candidatura deu certo, foram mais de 5000 mil votos "oficiais", que me deram o direito de ir ao Congresso Nacional representar "as massas". Logo de cara, como se não fosse eu, um inflamado torcedor do meu time, botei fogo na tribuna em meu primeiro discurso ao ligar pra dona Catarina e num gesto de profundo agradecimento, mostrar a ela e a toda uma nação, até onde podia chegar um cara honesto, humilde mas com muita garra, determinação e uma verdadeira vocação para cantar, lutar e vencer.
          Acreditei em meus sonhos de menino e venci tantos obstáculos para atingir minhas metas que já nem lembro quantos, mas consegui, e quando vejo nossas crianças abandonadas a própria sorte sinto que continuo a ser o mesmo menino sonhador de antes, um menino que agora espera que tantos outros iguais a ele também possam guiar melhor o seu destino, com boa ambição, com uma forte educação como base, com respeito às leis e as autoridades e reconhecendo contudo o seu verdadeiro valor hoje essa é a minha bandeira, meu grito de alerta à sociedade e a juventude. Sem fé e sem direção, nada se aprende e nada se ensina, entretanto com projetos e atitudes podemos mudar os rumos de vários jovens da nossa nação, com mais escolas, mais ensinos, mais oportunidades e consequentemente com mais diplomas.
          Não tem jeito, continuo sendo um lutador, é a minha sina. E se me perguntam de que forma gostaria de ser reconhecido, respondo com todo orgulho:
          - como Agnaldo Timóteo - o filho de dona catarina.

Marcello Portella

 

SAMBA ENREDO                                                2001
Enredo     Agnaldo Timóteo, o filho de dona Catarina
Compositores     Pinto, Licínio, Elias Azevedo, Paulo Roberto, Beto Piranha e Jairo

Desce o morro e vem ouvir
Meu cantar... meu cantar
Neste dia de alegria
Lucas vem exaltar
Timóteo, o cancioneiro popular
Mergulhei!
Mergulhei na idéia do artista
Dos seus sonhos fiz conquistas
Como é lindo o seu pensar
(Seu pensar)
Essa luz que me ilumina
Vem de Dona Catarina
A razão do meu versar

(A razão do meu versar)

Vim no trem da esperança
Pelas trilhas da canção
E dos circos da cidade
Para oa braços da nação

Eu quero!
Quero meu povo feliz
Ver nosso país
Fazendo como sempre fiz
Força, fé, esperança e amor
Tornando-se um vencedor

"Bota fogo" na tribuna
Dê seu grito de alerta
Todos com a mente sã
O triunfo é coisa certa