FICHA TÉCNICA 1995

 

Carnavalesco     Oswaldo Jardim
Diretor de Carnaval     Roberto Costa
Diretor de Harmonia     Vilson, Serginho, Alexandre Tuiuti, Ricardo e Zé Carlos
Diretor de Evolução     Vilson, Serginho, Alexandre Tuiuti, Ricardo e Zé Carlos
Diretor de Bateria     Mestre Silvio Grande (Silvão)
Puxador de Samba Enredo     Paulinho Mocidade
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     José Luiz da Silva (Zé Luiz) e Eunice Ribeiro Villaça (Nicinha)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Não teve
Resp. Comissão de Frente     Carlinhos de Jesus
Resp. Ala das Baianas     Marisa Fernandes
Resp. Ala das Crianças     Lia

 

SINOPSE 1995

Os nove bravos do Guarany

            Foi lá, na velha Vila Real de Campinas (atual Campinas), no Estado de São Paulo, que tudo começou: seus primeiros sonhos com seus primeiros bravos pela música e pela vida.
            Da Banda Oficial da Cidade, liderada pelo velho Manoel José, seu pai Antônio Carlos Gomes ainda bem menino, já possuía dentro de si não só o desejo, mas também a determinação, que lhe marcaria a vida, dando-nos de presente obras que deixariam a história musical de nosso povo imortalizada perante o mundo. E é o Scala de Milão seu grande berço de sucesso.
            Com seus olhos amendoados, sua pele morena - herança de seus avós índios -, nosso Nhô Tonico, como chamavam os mais íntimos, já desde pequeno, deixava transparecer sua genialidade que um dia lhe traria o título de maior compositor operístico das Américas no século XIX. Logo logo, nosso Tonico se transformaria num homem, talvez ainda com a pureza de um menino - um curumim -, pureza que o faria brincar com as notas musicais românticas e apaixonadamente marcando toda sua obra com um tempero indiscutivelmente nacional.
            Hoje a Unidos da Tijuca vem propor a todos, uma viagem muito especial através dos sonhos e delírios desse homem. Juntamente com ele iremos reescrever asa pautasa da avenida solfejos de paixão e alegria. A batuta do maestro como a vara de condão do mago diz que a grande temporada de ópera popular vai começar e com ela muitas emoções.

            1° Bravo: Vamos passar uma Noite no Castelo; saber seus segredos, desvendar seus mistérios, conhecer seus guerreiros e suas Leonores, que em “noite alta” choram por seu destino.
            2° Bravo: Junto com Joana de Flandres iremos de encontro às primeiras cruzadas. Cruzadas de onde sairemos vitoriosos nos tomando Cavaleiros da Ordem da Rosa, os prediletos do Imperador.
            3° Bravo: Nossos corações irão bater compassados ao som dos tambores aimorés. Vivendo com Peri e Cecy a pureza de seu amor sobrevivendo a tudo sem se abater; um amor Guarani.
            4° Bravo: Partiremos para Veneza, num tempo que já vai longe. Tempo de corsários e piratas. Tempo da “festa das marias”. Tempo de Fosca, pirata apaixonada, capaz de tudo por seu Paolo.
            5° Bravo: Entre duques e duquesas, damas e fidalgos nos encontraremos com Salvador Rosa, o pintor napolitano.
            6° Bravo: Os salões abrir-se-ão para bailarmos com Maria Tudor sua corte com figuras clássicas de palhaços, numa atmosfera de “clowns”.
            7° Bravo: Vamos também reviver uma de suas obras mais marcantes, dedicada a Princesa Isabel: O Escravo, que nos fará embarcar para uma época caracterizada por uma luta abolicionista, época também de amores proibidos, como o do nobre Américo, filho de conde e a Índia Ilara.
            8° e 9° Bravos: Finalmente, conheceremos a religiosidade de Colombo e a determinação da descoberta do Novo Mundo, e ainda, a busca de novos caminhos musicais do Condor o qual tem inspiração no Velho Oriente - terra dos sultões, princesas e muitos mistérios.

            Audacioso e irreverente, nosso Maestro ocupou espaços, subiu degraus, venceu preconceitos e com suas características brasileiras, o “índio mulato”, como foi citado algumas vezes, que um dia atravessou o Atlântico e brilhou, desafiando as regras e conceitos de sua época, fazendo o Velho Mundo se curvar ante a genialidade da América.

Oswaldo Jardim

 

SAMBA ENREDO                                                1995
Enredo     Os Nove Bravos do Guarany
Compositores     Espanhol e Dário Lima
Do novo pro velho mundo
Eu naveguei...
"Índio mulato", guerreiro,
"Nove Bravos" conquistei:
Na contramão da história,
Compus minha glória, de amor delirei...
Musiquei minha raiz
E orgulhei o meu país por onde andei...
Guardei em "noite alta"
Segredos do castelo, seu destino
Cruzei a minha espada,
Sonho real de um menino...

Ecoou em plena mata tropical
O compasso dos tambores aimorés
Fui Peri, amei Ceci no temporal
E venci os inimigos mais cruéis...

Na "Festa das Marias" em Veneza me casei...
Entre duques e duquesas, lindas damas eu pintei...
Dancei na corte inglesa, escravos libertei
Rezei com a princesa, o Oriente desvendei...

Mas tanto tempo passou,
Que alguém me viu afinal
E hoje eu sou
Carnaval...