FICHA TÉCNICA 1992

 

Carnavalesco     Alexandre Louzada
Diretor de Carnaval     Orlando Silveira
Diretor de Harmonia     Danilo Silva
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Mestre Nena
Puxador de Samba Enredo     Grilo
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Luizinho e Nira
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1992

Da cor do pecado

Introdução:

          Hoje a ponte está, e eu “to que to” como o diabo gosta, à colorir a avenida da cor do pecado de todos nós.
          Uma aquarela derramando malícia, sem repressão, sem disfarce.
          É hora de se entregar pois, pecar é humano e somos todos pecadores nesta ciranda de cores que é a vida.

1° Pecado: Orgulho

          E eu me orgulho e me envaideço, me amo e não conheço ninguém mais bonita que eu.
          Sou a noite charmosa sim, eu sou vaidosa, eu sou mais eu, o meu azul vem enfeitar a passarela e não tem esta ou aquela que vai conseguir me ofuscar. Sem falsa modéstia, sou o pavão desta festa, hoje eu vim pra brilhar.

2° Pecado: Inveja

          Sai pra lá olho grande “oju crecre”, “a quenda”, você sabe que está verde de inveja não vou deixar me secar. Vou botar galho der arruda e despachar o seu “ebó”. Não estou de brincadeira, olhar de “seca pimenteira” eu hei de te ver no pó.

3°Pecado: Avareza

          Eu não parto, nem reparto, fico com todas as partes. Eu sou assim e assumo, sou “mão de porco” “pão duro”. Eu quero tudo pra mim, se é ouro ou prata eu seguro, não distribuo a ninguém, se dando não se recebe eu não arrisco no escuro nem milhão nem vintém.

4°Pecado: Preguiça

          E eu gosto tanto que me enrosco, quando brilha o sol, o sol carioca que me dá preguiça, bronzeando corpos nas praias. E os corpos suados de louras geladas, bronzeado também o meu Rio, que ginga dolente, e desperta a gente no quente verão.
          É o pecado gostoso de todo esse povo que de malandragem é professor.

5° Pecado: Luxúria

          Oh! Tentação danada, oh! Maçã desejada, quero provar seu sabor, olhar de serpente, feitiço, a carne é fraca, e por isso, me deixo levar, me envolver, expulso do paraíso para o fogo desse prazer. Os corpos suados molhados pela língua do carnaval, insinuantes, bizarro, pecado original.

6° Pecado: Gula

          Guloso que sou, quero é mais, de tudo um pouco, do pouco tudo, degustar é o meu prazer: doce ou sal, raspo o prato, o que vier eu traço. Que a minha fome é por dois. Por favor não me tire da mesa, vou começar outra vez. Esvazie a a geladeira, traz tudo de sobremesa e um cafezinho depois.

7° Pecado: Ira

          Irado da vida estou, com as coisas do meu país, de inflação a recessão... “E o salário ó!!”... com “aquilo roxo” de raiva o povo se coloriu. A corda está no pescoço, da “Mizélia” ao “Marílio” eu digo: “Bye bye Brasil”.

8° Pecado: O Carnaval

          E nesta noite de gala, não tenho cor ou preconceito. Sou branco, sou preto, início e fim, infinito...
          É o carnaval pecado rasgado, que alucina e arrepia, onde eu sou seu, você é minha, sou a Ponte, sedução, sou encanto, sou magia, atentando seu juízo pra cair na minha folia.

Alexandre Louzada

 

SAMBA ENREDO                                                1992
Enredo     Da cor do pecado
Compositores     Grillo, Og do Cavaco, Osvaldo do Parque, Serginho do Porto e Naldo
Hoje a Ponte está em festa, ô
sacudindo corações
Poesia me incendeia
O meu coração vadeia
Derramando emoções (emoções)
E assim eu vou
Feliz da vida
Bem mais bonita
Que se possa imaginar
Meu azul eterno vai brilhar

Sai, sai, pra lá
Seca pimenteira
Seu mal olhado
Não vai me pegar

Há esperança
Nesse meu cantar

Eu não parto nem reparto
O ouro e a prata
Não dou a ninguém
Quero me embalar na rede
Matar minha sede
Nos braços de alguém
Oh! Tentação
Pedaço desse mal caminho
Para mim eu quero rosa
Pra você espinho

Bay, bay, Brasil
A mizélia acabou (ô, ô)
E o Martilio se multiplicou