FICHA TÉCNICA 1988

 

Carnavalesco     Orlando Pereira e Orlando Júnior
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1988

O Bem Amado Paulo Gracindo

O Homenageado:

          Carioca por acidente, com um mês de idade Paulo Gracindo foi morar em Maceió, Alagoas, onde viveu e estudou até o momento de suas aventuras, como universitário, em Salvador e em Recife.
          Embora o pai, seu ídolo maior, o proibisse energicamente de se dedicar ao teatro, Paulo Gracindo era, desde pequeno, um vocacionado capaz de loucuras para viver os personagens com quem sonhava.
          Uma consciência profissional intransigente, uma experiência como poucos e uma vontade de viver comovente. Eis Paulo Gracindo.
          A Vida, segundo Paulo Gracindo, está longe de ter a continuidade de uma novela de televisão. Bem mais fácil é lembrar-se dela a espaços soltos, indo e voltando à vontade e ao gosto de certos acontecimentos. Este homem, hoje considerado o primeiro ator de nossa televisão, é o mais completo dos artistas. Ainda hoje, estuda diariamente, se prepara e se exercita como um atleta que não admite a mediocridade.
          Ser artista, diz Paulo Gracindo, é dar-se por inteiro à sua arte, é anular-se todo e ceder seu corpo e sua alma ao personagem que interpreta. Ser artista é ser um estudioso, um observador atento às mutações, é progredir, não se deixar envelhecer, atento sempre à vida que se renova. Seguir as palavras de Tchecov: “Ame a arte em você, nunca você na arte”.
          É preciso amar sua profissão, mas amar com fervor, como um médico ama seu doente, como um padre a seu pecador, como um cão a seu dono. Isso, Paulo Gracindo faz como ninguém.
          Para homenagear este grande artista, a Unidos da Ponte, no carnaval de 1988, fará realizar no palco maior de todas as artes, a Passarela do Samba, uma festa em Sucupira, cidade criada pela imaginação do gênio Dias Gomes, com a qual Paulo Gracindo muito se identifica, personificando o Bem Amado prefeito Odorico Paraguassu.

A Homenagem:

          É Carnaval. Momento de ventura. Liberdade. Liberdade de se materializar em vários personagens. Viver, intensamente, a ilusão de ser Rei, ou viver a coragem do herói ou ter a covardia do vilão. Fazer a homenagem mais sincera ao grande ator Paulo Gracindo e vestir com ele a pele de todas as vidas por ele vividas. Chorar, rir, sofrer. Deixar-se tocar pela nostalgia da Radio Nacional dos anos dourados que se foram. Por sua melhor fantasia e ir a festa em Sucupira. Sambar, cantar. Confundir-se com Odorico.
          O sonho do folião se  materializa. Cores, formas, canto e música. Cada um se sente um personagem importante desse grande teatro que é o carnaval, a vida e a Indos da Ponte.
          Nessa materialização faz o melhor para enfeitar Sucupira, expor momentos de sua grande obra, trazer amigos e convidados, transformar o Carnaval numa grande e sincera homenagem.
          Mas o sonho é uma ponte tênue entre a ilusão e a realidade que faz com que o folião reconheça a luta de Paulo Gracindo na busca de perfeição em sua profissão. A arte de representar.
          Essa busca o traz a um novo desafio. Aceitar o papel de viver o ator principal nesse teatro único, onde o ensaio geral e a apresentação se fundem na maior harmonia e na perfeição coreográfica de que só o brasileiro é capaz.
          Mas quando se pensa em arte, em todas as suas formas de expressão, o palco se fazer lindo, local mágico para o grande ator e para o folião, ator coadjuvante. Somente um local serve para palco dessa grande peça. A Passarela do Samba.
          Como é carnaval, a fantasia pode tomar a forma de realidade. Desse modo, a Unidos da Ponte realiza um dos maiores sonhos de Odorico. Chegar ao Palácio do Planalto. Porem isso há de ser ilusão, uma brincadeira do folião que põe em seu canto a esperança brasileira de que não mais subam aquela rampa os Odoricos da vida e que, a obra símbolo da incompetência administrativa brasileira, o Cemitério de Sucupira, afinal seja inaugurado enterrando definitivamente os “colarinhos brancos”, os “cartolas dos esportes”, os “marajás”, a “inflação desenfreada e galopante”, os “vampiros, donos dos bancos de sangue que proliferam a sífilis e a aids”, etc...

O desfile:

Comissão de frente: Homenagem da Velha Guarda da Unidos da Ponte à Paulo Gracindo, através de um de seus personagens mais marcantes – O Rei de Ramos

Abre-alas: A Ponte e o reflexo do Astro Rei, trazendo Mauro Rosas com a fantasia “O Astro Rei”, ladeado por 10 (dez) mulheres complementando a fantasia do destaque principal.

Ala das baianas: Mantendo as tradições do carnaval e, ao mesmo tempo, dentro do enredo, as baianas fazem a abertura do desfile, lembrando Sucupira, onde a Unidos da Ponte prestará a homenagem a Paulo Gracindo, é uma cidade, ficticiamente, do interior da Bahia.

Ala Guerreiros das Alagoas: Carioca por acidente, Paulo Gracindo é, de fato, de Maceió e como um guerreiro das Alagoas conseguiu, em todas as suas lutas, sair-se vitorioso, conquistando seu lugar em todas as formas da arte de representar.

Tripé Novela e Comédia: De sua passagem pelo Rádio fazemos lembrar dois grandes momentos  do Rádio-ator Paulo Gracindo : a Comédia (Primo Rico e Primo Pobre – programa Balança Mais não Cai); a Novela (O Direito de Nascer, provavelmente a novela de maior audiência em todos os tempos do Rádio, na qual Paulo Gracindo interpretou Albertino Limonta).

Ala Primo Rico/Primo Pobre: Original, criativa, dividida em duas partes, uma rica, luxuosa e a outra esfarrapada.

Ala Fazendeiros e Mucamas: Lembrando a época em que se passa o tema da novela “O Direito de Nascer”.

Ala Vai ver que é: Dentre as variadas facetas do artista Paulo Gacindo, buscamos uma de curta duração mas que marcou seu nome no mundo musical – compositor da marchinha carnavalesca “Vai Ver Que é “.

Carro Radio Sucupira: Lembrando o símbolo da Radio Nacional dos anos dourados de 1936 à 1956.

Ala do Rádio : Seqüência do carro Radio Sucupira.

Ala Mengo tu é o maior: Como todo brasileiro, Paulo Gracindo também tem seu clube de preferência, o Flamengo,  e aproveitamos a oportunidade para lembrar um grande personagem criado por Max Nunes, o Penadinho, quadro apresentado no programa Balança Mais Não Cai, e algumas vezes escrito por Paulo Gracindo.

Bateria: Homenagem ao mais popular personagem vivido por Paulo Gracindo na televisão – Odorico Paraguassu, trajando terno branco de linho, camisa e gravata, suspensório  e chapéu Panamá.

1º casal de MS e PB: Traje em homenagem  ao Teatro, simbolizado pelas máscaras.

Ala das Mascaras: As diversas passagens de Paulo Gracindo no teatro – a Comédia, o Drama e a  Tragédia.

Tripé das Mascaras : Representação da Comedia, do Drama e da Tragédia.

Ala do Teatro: Complementação do quadro.

Carro do Teatro: Momento de reflexão do grande ator em seu camarim diante do espelho, refletindo com sua imaginação a imagem de vários personagens, por ele interpretados, em sua vida artística. (Odorico Paraguassu em “O Bem Amado”; Tucão em Bandeira 2; Candinho em Hipertensão; João Maciel em “O Casarão; o Barão em Os Ossos do Barão; Salomão, o Judeu, em O Preço; Vovô Pepe em Mandala; Cel. Ramiro Bastos em Gabriela; Padre Hipólito em Roque Santeiro).

Ala dos Negros: Presença da Cultura Negra em Sucupira na homenagem a Paulo Gracindo.

Ala do Afoxé: Outra forma de expressão da Cultura Negra na homenagem a Paulo Gracindo.

Ala dos Bacaninhas : Formada por casais infantis numa homenagem as atuações de Paulo Gracindo no cinema.

Ala do Cinema: Complementação do Carro do Cinema.

Carro “O Cinema”: Cine Sucupira apresentando o filme “A Falecida”, numa grande participação dos atores Paulo Gracindo e Fernando Montenegro.

Ala das Damas: Damas da noite. Bataclan.

Ala Bandeira 2: Lembrando o personagem vivido por Paulo Gracindo na novela “Bandeira 2”, o bicheiro Tucão.

Ala da Porcina: Visita da Viúva Porcina – personagem vivid por Regina Duarte na novela Roque Santeiro onde Paulo Gracindo representou o Padre Hipólito – à Sucupira para participar da festa em homenagem ao ator Paulo Gracindo.

2º casal de MS e PB: Roupa em traje de gala.

Carro Bandeira 2: Visita dos bicheiros Jovelino Sabonete (Felipe Carone – Bandeira 2)  e de  Toni  Carrado (Nuno Leal Maia – Mandala) ao ponto de bicho inaugurado por tucão (Bandeira 2) na cidade de Sucupira, tudo sob a vigilância da Delegada Chica Bandeira (Yara Cortes – O Bem Amado) e do Cabo de Policia (Luiz Mangelli – O Bem Amado).

Ala dos Compositores : Formada por  compositores da Escola, dentro do quadro Bandeira 2, caracterizados de bicheiros.

Retorno da bateria

Ala da Banda: Lembrando  a bandinha de Sucupira  comandada pelo Maestro Zé Preá, animando a festa da cidade.

Carro da Televisão: Gravação de uma cena da novela O Bem Amado – o vôo do Zelão das Asas – na qual vários atores que contracenaram com Paulo Gracindo estarão em cena: O Padre (Rogério Fróes); O vereador Lulu Gouveia (Lutero Luiz); Cremilda, a esposa de Lulu Gouveia (Sumara Loise); A Reporte Juciara, da TV Sucupira (Fátima Ribeiro); Os Jornalistas do “O Trombeta”, tuca Medrado (Fátima Freire) e Neco Pedreira (Carlos Eduardo Dolabela); o diretor de TV Régis Cardoso.

Ala da Televisão: Complementação do Carro da Televisão.

Tripés “Aparelhos de Televisão” : Com destaques, em cada tripé, os nomes de algumas das novelas nas quais Paulo Gracindo participou.

Ala Dirceu e as Borboletas: Complementação do Carro “Dirceu Borboleta”.

Carro “Dirceu Borboleta”: Lembrando o passatempo  do Secretário do Prefeito Odorico Paraguassu, Seu Dirceu, O Caçador de Borboletas (Emiliano Queiros).

Ala dos Cangaceiros: Lembrança da presença dos cangaceiros do sertão baiano, magnífica representação feita por Lima Duarte, no papel de Zeca Diabo, o cangaceiro que não fazia mal a ninguém, na novela O Bem Amado.

Ala Gabriela: Lembrança de Gabriela, personagem vivido por Sonia Braga na novela Gabriela, Cravo e Canela onde Paulo Gracindo representou o Coronel Ramiro Bastos.

Tripé Mandala: Lambrando a abertura da novela Mandala onde Paulo Gracindo vive o papel do Vovô Pepe.

Ala Mandala: Lembrança de uma cena da novela Mandala onde Vovô Pepe participou de fraque e ceroula de bolinhas.

Ala da Velha Guarda: Velha Guarda da Unidos da Ponte vestida da forma preferida do homenageado, nos dias de hoje.

Ala das Cajazeiras: Representando a marcante participação das irmãs Cajazeiras na vida do personagem Odorico Paraguassu, na novela O Bem Amado.

Grupo Show Afoxé: Participação de um grupo de afoxé à porta da Prefeitura de Sucupira.

Carro Prefeitura Municipal: Sede do Governo Municipal, de onde o Prefeito Odorico Paraguassu – o próprio Paulo Gracindo – dirige a festa em homenagem ao ator Paulo Garcindo, que visita a Cidade de Sucupira. Presença de Caboré, o segurana do Prefeito, (Claudionei Penedo); Martins, o motorista do Prefeito; Dó (Ida Gomes) e Zuzinha (Kleber Macedo), duas das irmãs Cajazeiras, que brincam alegremente no cadilac do Prefeito, estacionado à porta da Prefeitura.
A parte de traz do carro lembra um dos maiores sonhos de Odorico Paraguassu – um dia subir a rampa do Palácio do Planalto.

Ala Esperança Brasileira: Formada por 100 (cem) crianças da Unidos da Ponte.

Tripé “Cemitério de Sucupira”: A esperança brasileira, gritada por um dos personagens mais populares da novela O Bem Amado – Nezinho do Jegue – papel vivdo por Wilson Aguiar, de um dia ver inaugurado o Cemitério de Sucupira ao enterrar definitivamente os males que afligem nossa Nação.

Demais artistas presentes ao desfile:

Peri Ribeiro, Francisco Carlos, Manoel da Conceição, Zezé Gonzaga, Elen de Lima, Mauro Montalvão, Ilva Nino, Iara Amaral e Dias Gomes

 

SAMBA ENREDO                                                1988
Enredo     O Bem Amado Paulo Gracindo
Compositores     Mazinho Branco e Ambrósio
Eu sou rei
Sedento de emoção
Na trajetória de um astro
Eu sou personagem
Herói ou vilão
Na novela, amor (amor, amor)
Chega a emocionar
Na comédia
No palco da alegria
Faz meu povo gargalhar
Os Anos Dourados voltaram
A Nacional está no ar, no ar, no ar
Sucupira está em festa
Odorico Bem Amado
Vai "Genipapear"
Segue a arte
Em busca da perfeição
Paulo Gracindo é presente
Hoje estréia em grande gala
No teatro da ilusão

Eu queria, eu queria
Meu cantar, meu cantar
Esperança brasileira
Que a brisa ligeira
Espalha no ar