FICHA TÉCNICA 2003

 

Carnavalesco     José Marcos e Myriam Araújo
Diretor de Carnaval     Marilza
Diretor de Harmonia     Rui Sérgio Ovídio (Rui Só)
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Marquinho da Dona Geralda
Puxador de Samba Enredo     Rogerinho
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Vagner e Aline
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Zaninha
Resp. Comissão de Frente     Vitor Hugo
Resp. Ala das Baianas     Maria de Lourdes da Silva
Resp. Ala das Crianças     Índia Naza

 

SINOPSE 2003

Da criação à reconstrução - 90 anos do Mercadão de Madureira

Introdução:

Com licença meus senhores
Curicica vem mostrar
Noventa anos de história
Temos muito pra contar
Deste exemplo e modelo
De mercado popular
E legado desse povo
Que não cansou de lutar
Começou em Cascadura
Bem em frente a estação
Onde antigos lavradores vendiam sua produção
Vamos falar de certas mudanças
Incêndios e reconstrução
Do grande Mercadão de Madureira.

Sinopse:

1ª Parte

          Vamos mostrar o cotidiano deste mercado Popular que teve seu início em um terreno fronteiro à estação de Cascadura. Tendo passado por alguns pontos entre uma estação e outra a “Escola de Samba Império Serrano”.
          Na época era um grande terreno, onde produtores rurais traziam seus produtores para serem vendidos.
          Retrataremos a luta desses pioneiros portugueses e brasileiros, percussores deste grande centro comercial.
          Em uma época, que ruas eram iluminadas por lampiões a gás, tínhamos o bonde como transporte e as mercadorias eram transportadas em lombo de burro e, em muitos casos, eram trazidas em carros puxadas pelo próprio lavrador.
          Essa figura era comum naquela época, atravessou o tempo e pode ser vista ainda hoje no Mercadão e, em outros centros de compras, o chamado “burrinho sem rabo”.
          Com o passar dos anos, alguns fatos foram contribuindo para a transferência do antigo mercado para um novo espaço, como a expansão da linha auxiliar da central; o crescimento da população de comerciantes e fregueses; a necessidade da melhoria das condições de trabalho e higiene. Enfim, era preciso encontrar uma solução, pois aquele lugar estava ficando impraticável para a comunidade.
          E assim, portugueses e brasileiros mobilizaram-se e lutaram até a inauguração da grande obra daquele que viria a ser o Mercadão de Madureira.
          Nome dado por Juscelino Kubistchek e adotado pelo povão ao longo dos anos. O evento ocorreu em 1959, com a presença marcante do então presidente.

2ª Parte

          Vencida as primeiras dificuldades, já com o novo mercado a pleno vapor, os comerciantes, agora, deparam-se com um novo problema: precisam enfrentar a concorrência trazida pelo mercado de Irajá e, rapidamente, encontraram solução, abrindo espaço para lojas com produtos industrializados, tais como: tecidos, perfumarias, artigos para festas e confeitarias, brinquedos, papelarias e vai mais além, quando se transforma em grande vitrine de artesanato e arte popular trazida por artesões, que em terras distantes, ouviram falar que em Madureira havia um grande Mercadão com portas abertas para as artes. Eles começaram a trazer potes de barro, esculturas entalhadas em madeira ou argila, pilões, artesanatos em palha, louça, colares de contas coloridas e até peças trazidas da África, como roupas, corais, máscaras, búzios e adereços cuidadosamente trabalhados, transformando assim seus corredores em grandes galerias de arte. Um verdadeiro espetáculo de cores e formas e também muito axé, trazido por comerciantes de produtos religiosos, de Umbanda e Candomblé. O mercado passou a ser freqüentado por ialorixás e filhos de santo que circulavam por seus movimentados corredores a procura de potes, favas, esteiras, defumadores, velas e todo tipo de coisas para cultuar e adornar seus orixás.
          Assim o velho mercado vai seguindo sua trajetória e assumindo seu papel social de grande gerador de empregos, direto e indireto contribuindo para que Madureira, na época, fosse o primeiro Centro Comercial e arrecadação de ICMS.

3ª Parte

          Em uma determinada noite de sábado os comerciantes e moradores de Madureira foram acometidos por uma fatalidade. Tudo parecia um pesadelo. O velho mercadão ardia em chamas incontroláveis que destruía todas as suas dependências, deixando um rastro de destruição por toda parte. Restavam apenas cinzas e carvão.
          Como dizia aquele antigo samba: “Madureira chorou de dor”, chorou ao ver o velho mercadão com seus 87 anos de história transformados em cinzas.

4ª Parte

          E agora, mais uma vez era preciso lutar, pois lá estava o trabalho de vidas inteiras. Sacudiram a poeira deixada pelas cinzas e uniram-se numa grande corrente de força e solidariedade: o povo, os comerciantes e o governo fizeram renascer das cinzas o velho Mercadão de Madureira. Agora ainda mais forte e moderno.
          Ganhou modernidade, mas não perdeu a magia e o espírito que fizeram dele um lugar especial. Pois não é só um lugar onde se compra e vende, ele é diferente porque tem alma, identidade e história escrita e construída por homens e mulheres que souberam lutar e vencer e ensinaram que somente atuando coletivamente é que teremos forças para enfrentar qualquer dificuldade.
          E Curicica hoje vem para a Avenida, festejar neste grande momento, os 90 anos de história do grande Mercadão de Madureira.

Myriam Araújo

 

SAMBA ENREDO                                                2003
Enredo     Da criação à reconstrução - 90 anos do Mercadão de Madureira
Compositores     Luís Camelô , Paulo Bispo e Nego Lindo
É madrugada e o galo canta
Lavrador se levanta , vai trabalhar
Traz fruta seca e verdura que planta
Para vender no mercado popular
O comércio floresce
Com a freguesia em expansão
Madureira também cresce
Nasce o glorioso mercadão
Para enfrentar a concorrência
Aqueles bravos comerciantes
Vem oferecer com inteligência
Novidades , coisas de terras distantes

Da Mãe África , heranças culturais
Máscaras e búzios , adereços e corais
Do Nordeste , o pote , a escultura , o pilão
E toda arte popular do artesão

Da Bahia da umbanda e candomblé
Tem ervas do feitiço e do amor
Tem caruru e o dendê do acarajé
Velas , incensos , defumador
De repente fogo! Alguém gritou
E o velho mercado ardeu
Madureira chorou , chorou
A alma da gente, doeu
Sacudida a poeira , um novo mercado surgiu
E outra vez , Madureira sorriu

Curicica faz a festa
Neste enredo original
É Madureira , é mercadão no carnaval