O pequeno grande Rei
Sinopse:
-“O REI está nu!”
O
que está acontecendo? No meio da multidão, grita de lá o menino,
prestando atenção naquela encenação que ele não entende a intenção.
Percebe que aquela figura, que é destaque daquela escola, conta na
sua história, as artimanhas da vida, onde a encenação, atende a uma
especulação da sociedade anarquista, derrubada pela sua observação.
Quando o povo grita –“menino louco, menino burro, não vê A ROUPA
NOVA DO REI?
Tamanho
é o envolvimento, com aquela situação, que o menino assustado,
percebe que o REI pelado responde a uma intenção, que vem da
multidão, que quer ser vista com aceitação, pois tem o dinheiro
acima de qualquer questão. Aquela história, alegoricamente
apresentada, retrata a grande cilada de uma sociedade, escrita e
desenhada pelo autor Hans Christian Andersen, numa grande sacada, de
forma figurada.
O
impacto causado, pela experiência de assistir da arquibancada, o
maior Espetáculo da Terra, passando pela maior passarela que se tem
notícia, faz qualquer um delirar, imagina se esta pessoa é um
menino? Sua imaginação voou, voou, voou, sem controle, conduzida
unicamente pela emoção, que o remeteu a uma questão: Pensou
distanciado da razão, qual é a finalidade dos reinados existentes,
com os seus reis imponentes?
REI?
Quem é esta figura? Onde estão, onde se encontram? Espalhados pelo
mundo, existem muitos reinados, que representam as fantasias, os
sonhos, os desejos, através de seus autores, que relatam as
História, ou criam estória, não importa, relatos reais ou
imaginários são mensageiros de ensinamentos, reflexões, situações e
lições de vida.
Estas
emoções remetem naturalmente a um fundo musical, associado a cada
situação, reforçando a emoção, vem a música do REI do Baião.
Esta
história, que começa no sertão, é guiada pelo astro REI, que conduz
pelo interior, morrendo de calor, para aquele que todos têm medo do
traço, pois ele é o REI do Cangaço. Este calor sufocante, que
desidrata a qualquer instante, remete à secura do lugar, ao
sofrimento do povo, no meio de tanta pobreza, no interior e na
Fortaleza é preciso melhorar. Muito tem que se trabalhar! Este
contraste permanente, das ausências e dos ausentes, mostra o
potencial do povo daquele lugar, que sem recurso algum, apresenta a
todo o momento, uma forma de conhecimento, a cultura popular.
O
colorido do Nordeste toma conta da imaginação, e que festa melhor
pode traduzir esta situação? A folia de REIS que é uma festa com
tradição. Com suas fitas e babados e todos rodando ao som do
xaxado. Quantos REIS existem nesta situação? Protagonistas nesta
festa, atrás da estrela guia, no cair da noite eles chegam e ficam a
esperar…
A
natureza se apresenta forte, colocando o pé no chão, a terra é a
confirmação, a estabilidade desta situação que também dá asas a
imaginação. Cadê seus REIS? Olhando para o alto, para a grandeza da
pedra que desponta entre a mata, o menino vê o REI da Floresta. É a
brincadeira entrando na imaginação, tudo parece uma grande confusão.
O que nos resta? Admirar o REI da Selva, pendurado no cipó, voando
de galho em galho, com os músculos a mostra, onde ele vai parar? Vai
observar a terra que era virgem, símbolo da liberdade, que acolhe
todos os seus filhos, nativos e fugitivos, não importa de que lugar.
O
REI do Quilombo, ali decidiu ficar, como um filho querido, sentiu-se
finalmente acolhido, na terra que lhe prometeram, que dela não teve
medo, mas que nela encontrou o seu oposto, na cor e na decisão, lhe
deu a impressão, que aquele que o recebeu, não veio como irmão, mas
o viu como trabalhador, para servir a um senhor.
De
longe, algo brilhante reluz e faz ofuscar, o olhar de quem com certo
medo busca entender este segredo que reluz neste lugar. O brilho da
natureza não trás tamanha clareza, mas alguém tem que falar. Uma
espada reluzente, de um REI ainda menino, mas que veio para ajudar,
protegendo os filhos, que a terra quer guardar.
De
longe a fumaça aponta, é o sentimento da floresta, traduzido pelo
seu leitor, o dono da Pajelança, quem abre a roda da lembrança,
trazendo a esperança ligada a este lugar. A terra não vai parar!
No
tabuleiro da vida, existem momentos que parecem feridas que não têm
fim nesta vida. Naquele momento, destruído pelo sentimento, a
negociação pode apontar uma solução. Nem sempre se consegue ganhar.
Perder é uma situação, que dói dentro do coração, que transtorna um
ou uma multidão, mas faz parte da criação.
O
Jogo, momento de grande emoção, se afina com esta situação e o
baralho animado, conduzido pelos REIS que formam os 4 reinados,
copas, ouros, paus e espadas, permite uma das duas sensações:
vitória ou derrota? Nestas duas sensações, que podem ser
verdadeiras, ou parte de uma figuração, é preciso ter clareza, para
não perder a certeza que esta é uma forma de finalizar uma questão.
Nas
jogadas da vida, quem não quer uma história bem sucedida, que lembra
uma pessoa querida, que nos gramados se formou e o reinado comemorou
como REI do futebol. Esta paixão nacional, que além de arrebatar a
torcida, entrou na imaginação, se misturou com a paixão, revivendo a
emoção por este homem do Brasil, que aqui cresceu e não fugiu da sua
sina verdadeira, finalizar a partida, com uma goleada certeira,
sacudindo a rede inteira e terminando como um REI, levando ao xeque
mate no final do combate.
É
com esta vibração que a galera sempre animada, espera que na
arquibancada, possa ver de enxurrada, uma grande goleada, na Copa
que se anuncia, tornando ainda mais famosa a Cidade Maravilhosa.
Qual
é a lógica desta situação? Voando sem uma condução, passando pela
escolha da imaginação, dirigido apenas pela emoção, o menino cai
dentro de uma questão. É o REI nesta situação, puxado sem permissão,
entronado pela questão, representando uma figuração, apoiado pela
multidão. É a consagração!!! Com o delírio da população.
O
menino entronado, agora é o REI na Festa do Divino. Passa nesse
momento a viver o REI da sua imaginação, na sua coroação. Este
momento especial, precisa de um REI espiritual, para a sua proteção,
pois os reinados encantados, por onde ele viajou, não tinha esta
situação, ele não estava na questão. O menino assustado, que não foi
perguntado, se queria aquela coroação, entende que agora ele faz
parte da representação. A multidão levanta uma questão: -“Quem é
ele?” –“ Quem é você?” O menino responde: –“Ninguém nunca perguntou
o meu nome. Para o Hans Christian Andersen sou apenas um menino…
Saindo
daquele susto, dominando a situação, no calor da emoção o menino
estendeu a sua mão:
-“Muito
prazer sou O PEQUENO PRÍNCIPE”. Mas esta já é outra história…
Sua
estrela iluminada lhe dá uma grande sacada, cada um tem seu lugar e
uma história para iluminar. Cada um tem uma estrela conduzindo para
um lugar. Onde vai dar? Onde o coração apontar? Onde a lógica
determinar? Ou onde a emoção imperar?
Cada
um, o seu REI quer buscar. Como achar?
O
GRANDE REI é invisível para os olhos… Só se vê bem, com o coração…
Waldecyr Rosas e
Miná Benevello Taam |