A Magia da Dança
Introdução:
A
dança é a arte mais antiga que se conhece. Dela, surgiram as representações
teatrais, as formas de entretenimento coletivo. Mas o homem não começou
a dançar e não cultivou a dança apenas para divertir-se. Ao contrário,
a dança era uma atividade muito séria, uma cerimônia grupal de sentido
mágico-religioso, um rito que permitia entender-se com as forças sobrenaturais
ou uma espécie de ensaio geral simbólico para a guerra.
E não se tem notícia de povo algum, por mais primitivo que fosse,
que não soubesse dançar. Mas a vida muda e a dança também: passou
o tempo em que se dançava para homenagear os espíritos; veio o tempo
de dançar para exprimir alegria, novos ritmos apareceram à medida
que se criavam novos instrumentos musicais; a dança, por fim, tornou-se
puro divertimento, uma agradável maneira de conviver com o próximo.
Sinopse:
Dança
O homem vem dançando desde que apareceu
e se organizou socialmente. Naqueles idos, dançava-se para pedir aos
Deuses, boa caça, chuva, sucesso na guerra, fartas colheitas, cura
de doenças. Não eram danças em pares, como em nossos dias, mas coletivas,
geralmente em círculo e movimentadas.
Entre os gregos, a dança fazia parte da educação dos jovens. Uma das
danças da moda era a dança pírrica, uma espécie de ginástica rítmica,
para desenvolver a força e a agilidade dos guerreiros. A emelia, dança
nobre, era uma pantomima trágica, de ritmo lento. O sicínio, originalmente
uma dança para se obter boas colheitas, virou teatro, acompanhada
por um coro de cantores fantasiados de sátiros, mitológicas divindades
dos campos, homens com pernas de cabra. A mais popular, sem dúvida,
era o cordacismo, dança de casais em que a mulher marcava o ritmo
usando castanholas, chamadas crótalos. Instrumentos que apareciam
em outras danças clássicas gregas eram flauta e a lira.
Nos séculos seguintes, dançou-se a velar - aos pares e em grupos -
pela Europa inteira. Dançou-se a gavota, inspirada numa dança popular
francesa do século XVI. O minueto imperava nos salões aristocráticos
e compositores como Chopin e Beethoven aproveitaram o seu ritmo agradável
em algumas de suas obras.
Nos meados do século XIX, praticamente acaba o minueto e toda a Europa
começa a valsar.
A valsa (do alemão walsen = dança em círculos), dança popular alemã
e austríaca, esteve em moda durante todo o século XIX e só encontrou
concorrentes na polca, vinda da Boêmia, e na mazurca, nascida na Masúria,
uma região polonesa.
A valsa vienense entrou na história pelas notas do compositor Johann
Strauss.
A evolução da dança:
Evoluindo, a dança tornou-se teatro,
e deu em balé. Ao som de música, dançando e valendo-se da mímica,
os bailarinos contavam histórias, transmitiam sentimentos.. O balé
se alternava com o teatro propriamente dito. Até o século XVIII, a
mímica dos atores era explicada às platéias por árias populares, declamadas
ou cantadas. Somente a partir de então, o balé abandona a palavra
procurando falar apenas pela dança. Tornou-se um gênero independente
de espetáculo e tem as mais diversas fontes: clássicas, modernas,
folclóricas e até mesmo acrobáticas. A coreografia não tem regras
estritas, permitindo ampla margem de livre criação ao artista.
O século XX tende a eliminar as danças regionais e novas modalidades
de dança surgiram, como por exemplo, o cancã, a dança do ventre e
etc.. Em Tóquio, Nova Iorque, Paris e Rio de Janeiro, dança-se conforme
a mesma música -geralmente de inspiração norte-americana, do fox ao
blues, do charleston ao rock, ao twist e a todas as modalidades surgidas
com o iê-iê-iê. Mas também se dançou o tango, o bolero, a rumba, o
mambo¸o cha-cha-cha - criações latino-americano.
Essas danças apareceram à medida que criavam novos instrumentos estes
que através de um grupo de músicos (orquestra, banda, conjunto, etc.)
executam o mais importante fator de dança que é a "música".
O que se conclui desse passeio pelos salões da história é que a dança
nunca desaparece: muda de nome, sofre acréscimo, assume novos sentidos
culturais e continua viva.
Danças folclóricas brasileiras
No Brasil, cerca de 500 danças diferentes
foram assinaladas, desde os rincões gaúchos às selvas amazônicas.
-
SUL - De influência nitidamente européia, as danças no sul divergem
muito das demais praticadas no restante do Brasil. Entre as mais antigas,
contam-se as tiranas: tirana-das-farrapas, tirana-grande, tiranas-de-dois,
tirana-tremida, de origem espanhola, pertencem a categoria das danças
de par e de galanteio. Além do balaio, a chimarrita é outra dança
famosa, assim como o quero-mana e o tatu. O caranguejo é uma dança
de origem portuguesa. A chula que é uma dança solista masculina de
desafio, acompanhada por canto onde dois contadores estendem uma vara
no chão e sobre ela desafiam-se mutuamente com habilidosos sapateios
e bater de esporas, saltos e outras proezas.
- CENTRO - Na região de Goiás, Mato Grosso,
Minas Gerais e São Paulo notam-se aspectos sertanejos, bem como acentos
do sul. A catira ou cateretê,, existe em toda a região. O vilão-de-faca
é uma versão goiana do pau-de-fita, na qual os lenços ou fitas são
substituídos por facas. Na dança do diabo (Goiás e São Paulo) se reúnem
os participantes de busto nu, em torno de uma grande panela cheia
de álcool em combustão. O batuque, de origem negra, é ainda comum
em São Paulo, Minas e Goiás. Destacam-se também, o samba rural paulista,
o caxambú, o sarambeque, a contra-dança, a quadrilha e o
bate-o-pé.
- LESTE - A Zona Litorânea da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro
é dominada pela influência africana que se ramifica por todo o país,
caracteriza-se pelo batuque profano e o candomblé ou macumba religiosa,
além do famoso samba dos morros cariocas, da Bahia e de São Paulo:
O samba umbigada. No Rio de Janeiro existe o samba de roda, das famosas
escolas de samba, que cada ano apresentam durante o carnaval um dos
mais vivos e variados desfiles folclóricos do mundo. As famosas cerimônias
religiosas e danças de origem africana: os candomblés (Bahia), xangôs,
tambor-de-mina, babaçuçuê, onde os orixás, divindades do fetichismo
afro-brasileiro se manifestam por meio dos iniciados, os filhos-de-santo.
Em riqueza coreográfica, a segunda dança do Brasil é o jogo de capoeira,
praticado no Rio de Janeiro e especialmente na Bahia, oriunda da Angola,
é luta de destreza e não de força; constitui terrível meio de ataque
e defesa.
- NORDESTE - A nordestina é a região de folclore mais farto do país.
Sua variedade de danças, é imensa. Uma das danças folclóricas de coreografia
mais rica em todo o mundo é o frevo pernambucano, com enorme variedade
de passos, Os autos do bumba-meu-boi, ou boi-surubi, são interessantes
pelo enredo; a dança trata-se de uma série de quadros, com personalidades
tradicionais por figuras principais: o boi, o cavalo marinho, o capitão,
o arlequim, Bastião, calu e outros. Os reisados são ranchos, ternos
e grupos que festejam o Natal e o "Dia de Reis". Os pastoris,
os ranchos. Uma das danças mais interessantes da região é a dos caboclinhos
ou cabocolinhos. São grupos fantasiados de indígenas que aparecem
durante o carnaval. O maracatu, o auto dos quilombos, o caco que é
uma dança popular nordestina das praias e do sertão, o popular forró
e o baião.
- NORTE (Amazônia) - Manancial de lendas indígenas das mais poéticas
e imaginosas, a Amazônia ainda sofre grande influência de seus primitivos
habitantes. Uma das mais características é o sairé, espécie de préstito
religioso-pagão, O carimbó da Ilha de Marajó é uma dança solista,
semelhante ao estilo lundu, sem acompanhamento de canto. As danças
indígenas, os poracés, são conservados em diversos pontos da Amazônia.
Em Parintins, acontece o festival anual - a festa do boi bumbá - onde
dois grupos se enfrentam em competição de dança: o Boi Garantido,
de cor vermelha e o Boi Caprichoso, de cor azul. Nesta região também
encontramos a ciranda
O modernismo da dança:
Com o passar dos tempos a dança se modernizou,
surgiram novas e arrojadas danças e, com elas, surgiram também modernas
pistas de dança e palcos grandiosos no estilo futurístico com equipamentos
de última geração (som e luz).
Nos tempos atuais, além de manter em alta a dança de salão, muito
praticada por jovens e principalmente por pessoas da terceira idade
Nos tempos das discotecas, as pessoas se divertiam com variados estilos
de dança.
Hoje em dia, se dança o axé-music e a timbalada que foram criados
na Bahia, mas são dançados em todo o país. Além do pagode, que é o
samba no estilo mais lento, dançado a dois, apareceram também os bailes
de charm e funk
O Homem traduz pela dança Suas melhores
alegrias; aquelas que as palavras apenas não bastam para exprimir.
Jorge Mendes
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