FICHA TÉCNICA 2000

 

Carnavalesco     Jorge Mendes
Diretor de Carnaval     Luís Carlos de Oliveira
Diretor de Harmonia     Sérgio Jacinto (Serginho)
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Mestre Mazinho
Puxador de Samba Enredo     William Black
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Jefferson e Patrícia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Alexandre e Sheila
Resp. Comissão de Frente     Pedro e Márcio
Resp. Ala das Baianas     Ivone e Tia Bolinha
Resp. Ala das Crianças     Adriane

 

SINOPSE 2000

O vento que venta lá venta cá

          A União de Jacarepaguá vem com seu enredo exaltar um dos mais importantes fenômenos da natureza "O vento”.
          O vento vem exercendo um importante papel na determinação e no controle do clima e vem mostrando o seu enorme poder de produtividade na evolução do homem.
          O vento que produz é o mesmo que destrói, falaremos também do poder de devastação do vento e invenções de aparelhos capazes de produzir vento.

Características e utilização do vento na evolução do homem

          Mostraremos a utilização do vento, tendo como ponto de partida, o descobrimento do Brasil, em comemoração aos quinhentos anos.
          Numerosas Naus e caravelas, impulsionadas pelo vento, seguiam a rota de Vasco da Gama, comandadas por Pedro Álvares Cabral e os mais experimentados navegantes da época, dentre os principais citamos: Bartolomeu Dias, Nicolau Coelho, Sandro de Tovar, Simão de Miranda, Diogo Dias e Vasco de Ataíde.
          Tendo partido do Tejo em 9 de Março de 1500, desviou-se no entanto para o ocidente devido a uma calmaria , na tarde do dia 22 de Abril avistaram um monte bem alto ao qual deram o nome de Monte Pascoal, seguido da descoberta da terra de Vera Cruz.
          E assim com o auxilio do vento estava descoberto o Brasil.

Características do vento

          Para continuar falando desse fenômeno, vamos defini-lo.
          Segundo a Enciclopédia Delta Larrousse, o vento é causado pelo aquecimento desigual da atmosfera pela energia do sol.
          Este aquecimento desigual faz com que o ar situado nas áreas mais quentes se expanda e fazendo com que o ar, situado nas áreas mais frias, se desloquem para ocupar o espaço deixado pelo ar quente, quando o ar quente se expande e sobe diminui a pressão atmosférica, formando-se aí uma zona de baixa pressão já nas regiões frias, a tendência é concentrar com o conseqüente aumento da pressão formando-se aí uma zona de alta pressão.
          O deslocamento do ar da zona de alta pressão para zona de baixa pressão é responsável pela origem dos ventos e sua força, vai depender diretamente da diferença de pressão existentes nestes dois pontos.
          Este processo chama-se circulação geral da atmosfera onde se identificam quatro tipos de ventos: Regulares ou Constantes, variáveis, periódicos e locais.
          A direção dos ventos é indicada pelos anemoscópios , objetos movimentados pelo vento, entre os quais se inclui o Cata vento e a biruta além das Rosas do Ventos.
          A intensidade ou velocidade do vento é medida por anemômetros, que fornecem as indicações em metros por segundo ou Nós, também pode ser calculada pelos efeitos que causa, pela escala de Beaufort, caracterizando os tipos de ventos.

O vento na evolução do homem

          Na área da aviação, o vento foi é e será muito importante para sua realização.
          As primeiras ascensões do homem ao espaço foram realizadas em balões em 1794, Os primeiros balões tinham formas aproximadamente esféricas, isso muito facilitou no aparecimento dos dirigíveis, os balões eram guiados pela direção do vento.
          Em 1901, Santos Dumont resolveu definitivamente o problema de dirigibilidade dos balões e em 23 de outubro de 1906, realizou o primeiro vôo prático de um avião o famoso 14 Bis. Este feito do aeronauta Brasileiro foi consagrado na ata da sessão realizada em 1910, no aeroclube da França, onde ficou registrado ter sido Santos Dumont, o primeiro aviador do universo a subir num aeroplano.
A energia dos ventos vem sendo considerada uma alternativa interessante para crise de energia, como por exemplo os moinhos de ventos, que servem na elevação de nível de água, muito utilizados nos engenhos salinas etc.
          Turbinas eólica que produzem 60kw com ventos de 45 km/h, E ainda na área de energia eólica, foi enfatizada a utilização do cata-vento de eixo vertical modelo Savonius conhecido como Rotor S. Esta opção deveu-se a grande facilidade de construção a nível de propriedade rural, pelo baixo custo e desempenho no bombeamento de água.
          O vento também atua em algumas atividades esportivas, como por exemplo o iatismo (velejamento), no lazer que todos se divertem empinando pipas (papagaios) e até mesmo no tremular de uma Bandeira.

O vento na devastação

          O vento vem demonstrando um enorme poder de destruição, vamos conhecer características de alguns tipos de vento, a sua velocidade e o efeito sobre o mar.

Descrição

Velocidade do vento

Efeito sobre o mar

Vento forte

50-61 km/h

A espuma se dispersa a golpes de vento.

Vento muito forte

62-74 km/h

Ondas grandes e largas que começam a quebrar sobre si mesmo.

Temporal

75-88 km/h

Grandes chuvas de espumas ao quebrarem-se as ondas.

Tormenta

103-117 km/h

Ondas que podem esconder temporariamente barcos médios

Furacão

Acima de 117 km/h

Espuma e água pulverizada no ar muito pouca visibilidade

 
          Vamos destacar por exemplo o furacão, que é uma violenta tempestade em espiral que mede várias centenas de quilômetros de diâmetro, os ventos próximos do centro de um furacão sopram em velocidade que podem ultrapassar 120 km/h causando um elevado número de destruição.
          Os ventos e as chuvas combinadas com a força do mar, produzem ondas imensas, essas ondas denominadas vagalhões de tempestade, sobem vários metros acima do normal e provocam inundações em terra, um vagalhão pode ser particularmente destruidor, se ocorrer durante a maré alta.

Invenções de aparelhos que produzem vento

          No decorrer dos tempos, o homem se viu na necessidade de inventar aparelhos para facilitar e dar mais conforto à sua vida, e assim fez uma reversão no processo de utilização do vento, o homem usa a força do vento para produzir energia, com a invenção desses aparelhos, usa-se a energia para produzir vento.
          Aparelhos estes que são muito utilizados para ventilação e manutenção de ambientes.
Dentre os primeiros desenvolvidos está o leque (espécie de abano com varetas), muito usado pelos soberanos que utilizavam a energia de seus súditos para se refrescarem e, também, virou peça fundamental para as damas da corte, desde as épocas passadas até os dias atuais, o leque vem sendo usado com muita freqüência.
          Com a modernização o homem inventou aparelhos mais sofisticados como o ventilador (aparelho movido a energia elétrica para fazer circular o ar), que serve para ventilar ambientes, dentre os quais citamos o ventilador comum, o de teto e os circuladores de ar, em seguida surgiram os aparelhos de ar condicionado que, além de ventilar, resfriam os ambientes e na parte de manutenção a criação do exaustor (espécie de ventilador próprio para renovar o ar de ambientes) , e o aspirador de pó, que produz um vento com efeito de sucção para limpezas em geral.

O vento na nova mitologia

Os ventos:

          As alturas celestes, região etérea onde estão presos os astros, gozam de uma paz eterna. Mas abaixo, muito em baixo, na região das nuvens e na vizinhança da terra, reinam as ruidosas tempestades, as procelas e os ventos.
          Os ventos, divindades poéticas, são filhos do Céu e da Terra; diz Hesíodo que são filhos dos gigantes Tifeu, Astreu e Perseu, executando apenas os ventos favoráveis, isto é, o Noto, o Bóreas e o Zéfiro, que se diz filhos dos deuses.
          Homero e Virgílio estabelecem a morada dos ventos nas ilhas Eólias, entre a Itália e a sua ilha Sicília, e como rei lhes dão Éolo, que os retém em profundas cavernas. Dia e noite esses perigosos prisioneiros murmuram e rugem por trás das portas da prisão. Se o seu rei não os contivesse, todos eles escapar-se-iam com violência, e no seu furor arrastariam ou dissipariam atrás do espaço, as terras, os mares e mesmo a abóbada celeste. Mas o onipotente Júpter previu e previniu uma tal desgraça. Não só encerrou os ventos em cavernas, como teve ainda o cuidado de colocar-lhes por cima uma enorme massa de montanha e de rochedos. Do alto dessas montanhas Éoloreina sobre os seus terríveis súditos. Apesar de ser deus, ele está subordinado ao grande Júpiter; não tem o direito de desencandear os ventos ou fazê-los regressar ao seu antro, senão com a ordem ou consentimento do seu soberano senhor. Se lhe acontece esquivar-se à obediência, resultam graves desordens ou deploráveis desastres.
          Na Odisséia, Éolo comete a imprudência de encerrar uma parte dos ventos em odres que manda a Ulisses; ao abri-los , uma tempestade se desencandeia, e se submergem os navios.
          Na Eneida, Éolo, para agradar a Juno, entreabre com um golpe de lança o flanco da montanha sobre que repousa o seu trono. Assim que descobrem essa saída, os ventos se escapam e agitam o mar. Mas Éolo não tem tempo de se aplaudir: Netuno, que desdenha de castigar os ventos, reenvia-os ao senhor, em termos cheios de desprezo, e os encarrega a eles próprios de lembrar a Éolo a sua insubordinação.
          A fim de desamarrar ou de conciliar os ventos, essas terríveis potências do ar, faziam-se-lhes promessas e ofereciam-se-lhes sacrifícios. Em Atenas erigiram-lhes um templo octogonal, tendo em cada ângulo a figura de um dos ventos, correspondendo ao ponto do céu em que ele sopra. Esses oitos ventos eram: o Solano, o Euro, o Austro, o Áfrico, o Zéfiro, o Coro, o Setentrião e o Aquilão. Sobre o cimo piramidal desse templo estava um Tritão de bronze móvel, cujo ponteiro indicava sempre o vento que soprava. Os omanos reconheciam quatro ventos principais, a saber: o Euro o Bóreas, Noto ou Astro e o Zefiros. Os outros; eram Euromoto, Vulturno, Sub-Solano, Coecias, Libonoto etc. Em geral, os poetas antigos e modernos, representam os ventos como gênios turbulentos, inquietos e volúveis; entretanto os quatros ventos principais têm a sua fábula diferente e um caráter particular.
          Euro é o filho predileto da Aurora; vem do Oriente; e monta com orgulho os cavalos maternos. Horácio o descreve como um vento impetuoso, e Valérius Flacus como deus desgrenhado e desordenado, em conseqüência das tempestades que excita. Os modernos lhe dão uma fisionomia mais calma e mais doce. Representam-no sob os traços de um jovem alado, que, com as mãos, vai semeando flores por onde passa. Por trás dele está um sol levante, e a sua tez é bronzeada como a de um Asiático.
          Bóreas, vento do norte, reside na Trácia, e os poetas lhe atribuem algumas vezes a realeza do ar. Ele raptou a bela Cloris, filha de Arcturo, e transportou-a para o monte Nifate ou Cáucaso. Dela teve um filho, Hirpace. Mas apaixonou-se principalmente por Oritia, filha de Ereteu, rei de Atenas; não podendo obtê-la de seu pai, cobriu-se com uma espessa nuvem, e arrebatou a princesa entre um turbilhão de poeira. Metamorfoseado em cavalo gerou a doze poldros, de uma tal velocidade, que corriam nos campos de trigo sem fazer curvar as espigas, e sobre as ondas sem nelas molhar os pés. Tinha um templo em Atenas, sobre as margens do Ilisso, e cada ano, os Atenienses celebravam festas em honra sua, as Boreasmas.
          Aquilão, vento frio e violento, e algumas vezes confundido com o Boreas. Representam-no sob a figura de um velho, com cabelos brancos e em desordem.
          Noto ou Astro, é o vento quente e tempestuoso que sopra do sul. Ovidio descreve-o com uma grande altura, velho, com os cabelos brancos, um ar sombrio, nuvens ao redor da cabeça, enquanto que a água goteja de todas as partes de suas vestes. Juvenal o representa sentado na caverna de Éolo, secando as asas depois da tempestade. Os modernos o personificaram sob os traços de um homem alado, robusto e inteiramente nu. Caminha sobre as nuvens, sopra com as faces entumescidas, para designar a sua violência, e tem na mão um regador, para anunciar que geralmente traz a chuva.
          Zefiro é na verdade o vento do Ocidente. Foi celebrado pelos poetas gregos e latinos, porque levava a frescura aos climas quentes onde eles habitavam. Dada esta explicação, o Zefiro, tal como os poetas o personificaram, é uma das mais risonhas alegorias da fábula. O seu sopro, ao mesmo tempo doce e poderoso, dá vida à natureza. Os gregos davam-lhe Cloris, como mulher, e os latinos, a deusa Flora. Os poetas o apresentam sob a forma de um jovem, cuja fisionomia é suave e serena, dão-lhe asas de borboletas, e uma coroa composta de todas as espécies de flores. Era representado deslizando através do espaço, com uma graça, uma ligeireza aérea e tendo na mão uma cesta cheia das mais belas flores da primavera.

Roteiro do Desfile:

  • Comissão de Frente (Rosa dos ventos)

  • Carro abre alas (caravelas) 1° carro

  • 1ª ala (calmaria)

  • 2ª ala das crianças (cata-vento)

  • 3ª ala (birutas)

  • 4ª ala das baianas (cata-vento rural)

  • 5ª ala (tipos de vento)

  • Carro (o vento na evolução do homem) 2° carro

  • 6ª ala (velejadores)

  • 7ª ala (passista)

  • 1° casal de m. Sala e p. Bandeira

  • 8ª ala bateria (turbina eólica)

  • 9ª ala (bandeiras)

  • Carro (o vento na devastação) 3° carro

  • 10ª ala (velocidade do vento)

  • 11ª ala (ventania)

  • 12ª ala (vagalhões)

  • 13ª ala (temporal)

  • 14ª ala (furacão)

  • Carro (aparelhos que produzem vento) 4° carro

  • 15ª ala (damas da corte)

  • 16ª ala (ventiladores de teto)

  • 17ª ala (circuladores de ar)

  • 18ª ala (ar condicionado)

  • 19ª ala (aspiradores de pó)

  • 20ª ala velha guarda

 

SAMBA ENREDO                                                2000
Enredo     O vento que venta lá venta cá
Compositores     Ulisses, Luisinho, Henrique e Marcinho

O vento vai me levar...(vai, vai, vai)
Com toda sua intensidade
Assim Cabral cruzou o mar
Brasil, Brasil, 500 Anos de prosperidade
Eis que o homem evoluiu
Deu asas para imaginação
Hoje é só felicidade, emoção

Não é um pássaro, é o "14 Bis"
O pai da aviação nasceu no meu país
O cata-vento gira para molhar a terra
e fazer feliz essa galera

O vento que venta lá, venta cá
Turbinas geradoras de energia
A eletricidade impulsionando a tecnologia
O bailar do estandarte é uma obra de arte
Pipas e balões no azul do céu
Embala o sonho de toda criança
Um simples pedaço de papel
Vento forte, tempestade, furacão
Devastando as cidades
Faz doer meu coração

OYA nos proteja
Seu povo tem fé
Segura a força da maré

Deixa o vento soprar nessa avenida
O importante é estar de bem com a vida
O clima dos quatro ventos me seduziu
A União é festa no ano 2000