FICHA TÉCNICA 1986

 

Carnavalesco     Gil Ricon
Diretor de Carnaval     ................................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................
Resp. Galeria de Velha Guarda     ................................................................

 

SINOPSE 1986

No cheiro, no trago, no mastigo, ou de baforada

Sinopse:

          Criar é matar a morte...
          E quem, como os artistas, cria?
          Quem, com mais autenticidade, oferece “tudo” em troca do “nada” que nos espera no fim da jornada, obra que [uma linha ilegível] ...., de si mesmos, de suas vidas, eles permanecem; e triunfalmente... negam a morte?”
          O fumo é um produto importante na economia mundial, desde pelo menos o século XVI.
          Originário da América, possivelmente coexistia na Ásia, quando os colonizadores europeus o encontraram na América do Sul, no México e nas Antilhas. Admite-se que nove décimos das variedades de fumo procedem das três Américas.

Histórico

          No século XVI, no Brasil e em outros países da America (conta-se) os habitantes juntavam as folhas de fumo, que eram torcidas e metidas num canudo de folhas de palma, que  eram acesos e sorviam-lhe o fumo “para dentro até que lhes saísse pelas ventas”, como relatava Gabriel Soares de Souza.
          Os índios o usavam também, queimado em seus rituais religiosos.
          O fumo seria “a planta que em Portugal se chamava santa” e com a qual se têm feito curas estranhas. Havia a crença de que curava as úlceras, as fístulas e outras feridas semelhantes em homens e animais. A inquisição perseguiu Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, porque ... “tinha parte com o demônio, visto que botava fumo pela boca e pelo nariz”. Duarte da Costa, governador do Brasil (1553 a 1558) defendeu o perseguido, invocando as qualidades maravilhosas do fumo.
          A Europa conheceu o fumo pelos meados de 1600, ia o produto do Brasil e de outras partes da América. Admite-se que o fumo tenha sido introduzido na França em 1556, em Portugal em 1558, na Espanha em 1559 e no Reino Unido em 1565.
          Posto em uso na sociedade, o tabaco provocou a formação de dois agressivos partidos: o dos tabagistas e os dos antitabagistas. De nada valeu, porém, o esforço dos governos e papas para impedir o vício. Ele espalhou-se, e dominou, vencendo todos os obstáculos, e, assim, teria ajudado a tornar as Américas conhecidas.
          O fumo tornou-se hábito praticado de maneiras diversas. O uso do rapé, ou do tabaco queimado e ralado para ser aspirado em pó, partiu da Espanha e tornou-se moda na França.
          Nas rodas sociais, o rapé era colocado em caixinhas artísticas, algumas ricamente trabalhadas, e, tomado em pitadas. O cachimbo de fumar, criação da Inglaterra ou importação de sua colônia americana, onde, em forma mais grosseira, já era usado entre os aborígenes, introduziu-se na Holanda.
          Após anos de experiência, Portugal passo a fumar charutos e cigarros. E o fumo em suas formas citadas é ainda mascado, foi aumentado seu consumo no mundo, no século XVII era vício generalizado.
          A volúpia que seu uso despertou entre os africanos tornou o fumo artigo que valia como moeda no tráfico de escravos. Daí o intenso comércio que se estabeleceu entre Bahia (Brasil) então o maior centro produtor de fumo, e Costa da Mina, Angola e Benguela (África), dando a Salvador (Capital da Bahia) um destaque histórico como mercado de escravos.
          No Brasil, a produção de fumos ocorre em todas as regiões. Destacamos, como tradicionais, o fumo Guiano, para cigarro forte e que em 1975 conquistou um primeiro lugar na exposição de Filadélfia; e o fumo escuro da Bahia, terceiro produtor brasileiro, especial para a fabricação de charutos. A produção do Rio Grande do Sul, a maior do país, é constituída sobretudo de fumos de galpão (secagem natural) e fumos curados em estufa ou forno, próprios para a indústria de cigarros. Os fumos de Santa Catarina – segundo produtor do país – são apropriados para a fabricação de cigarros e charutos. A produção de Minas Gerais – quarto produtor – é em grande parte de fumos escuros, mas tem sido incrementada a cultura de fumos claros e leves para cigarros e charutos.

Etimologia:

          O latim “fumus” fumaça é o português fumo, do século XIV, que, no século XIX passa a ser usado no  Brasil como sinônimo de tabaco, pela fumaça que desprende dessa planta ao ser fumada.
          O espanhol tabaco, de 1535, pode ter-se originado da palavra aborígene do Haiti, já que essa planta e o costume de fumar suas folhas existiam na América, conforme testemunhou Cristóvão Colombo.
          Em 1492, cronistas espanhóis do século XVI, afirmam que o vocábulo é haitiano em sua origem, entretanto, segundo J. Corominas, Tabacco, Atabaca, etc. (do árabe TABBÂQ ou TUBBÂQ, do século IX) designavam plantas que tonteavam e adormeciam, daí os espanhóis terem chamado tabaco as folhas (e consequentemente as plantas) que embebedavam os antilhanos quando fumadas. Nesse caso a palavra teria ido da Europa para a América, sendo, portanto de origem árabe.
          Do espanhol o vocábulo estendeu-se às línguas européia; português – tabaco, dos séculos XVI – XVII; italiano – tabacco de 1598; francês tabac de 1599; inglês tobacco de 1588, alemão tobacco do século XVII; holandês taback do século XVII, dinamarquês – sueco tobak, polonês tubaka, russo Tabak, os quatro do século XVII.

Conceituação:

          Fumo e tabaco são nomes vulgares de diversas plantas do gênero Nicotiana (família das Solenácesas, notadamente N. Tabacum e N. Rústica e dos produtos elaborados com suas folhas.

Tipos de Fumo

          No transcorrer de um longo período de evolução, a cultura do fumo tornou-se altamente especializada, de modo que se fixaram tipos de fumo bem definidos quanto às características físicas, químicas e organolépticas. Para isso concorrem a variedade, as condições de solo e clima da região de cultivo, os métodos “de cura” e de preparo das folhas e os tratos culturais.
          Segundo seu emprego, o fumo comporta três categorias:

  • Tabaco de mascar,

  • De aspirar (rapé) e

  • De fumar.

          As duas primeiras categorias são de uso restrito.
          Os tabacos de fumar são separados em quatro tipos principais:
          Fumo de cigarro, fumo de charuto, fumo de cachimbo e formo de corda.

Gil Ricon

 

SAMBA ENREDO                                                1986

Enredo     No cheiro, no trago, no mastigo, ou de baforada
Compositores     Carvalho, Carlinhos 71, Naldo do Cavaco e Toninho 70
É carnaval
Novamente a União se faz presente
E sambando traz
Num trago amigo
O cachimbo da paz
Vem de outras eras
O sublime prazer

De rapé cheirar
Vamos nessa minha gente
Tem cheiro de mato queimado no ar

Tabaco gostoso
Oi tabaco bom
Quem não tabaquear
Não curte a sensação

Vou
Cair nos braços da folia
Esquecer o dia-a-dia
E a maldita inflação
Libere
Um sorriso de alegria
Vista sua fantasia
Vamos à luta meu irmão
O tabaco é forte
No sul ou no norte
Do nosso país
No cheiro, no trago
Mastigo ou baforada
A União canta feliz

Deixa a gira, girar
O meu amor
Gira baiana
No cachimbo do vovô