No cheiro,
no trago, no mastigo, ou de baforada
Criar é matar a morte...
E quem, como os artistas, cria?
Quem, com mais autenticidade, oferece “tudo” em troca do “nada” que nos espera no fim da jornada, obra que [uma linha ilegível] ...., de si mesmos, de suas vidas, eles permanecem; e triunfalmente... negam a morte?”
O fumo é um produto importante na economia mundial, desde pelo menos o século XVI.
Originário da América, possivelmente coexistia na Ásia, quando os colonizadores europeus o encontraram na América do Sul, no México e nas Antilhas. Admite-se que nove décimos das variedades de fumo procedem das três Américas.
No século XVI, no Brasil e em outros países da America (conta-se) os habitantes juntavam as folhas de fumo, que eram torcidas e metidas num canudo de folhas de palma, que eram acesos e sorviam-lhe o fumo “para dentro até que lhes saísse pelas ventas”, como relatava Gabriel Soares de Souza.
Os índios o usavam também, queimado em seus rituais religiosos.
O fumo seria “a planta que em Portugal se chamava santa” e com a qual se têm feito curas estranhas. Havia a crença de que curava as úlceras, as fístulas e outras feridas semelhantes em homens e animais. A inquisição perseguiu Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, porque ... “tinha parte com o demônio, visto que botava fumo pela boca e pelo nariz”. Duarte da Costa, governador do Brasil (1553 a 1558) defendeu o perseguido, invocando as qualidades maravilhosas do fumo.
A Europa conheceu o fumo pelos meados de 1600, ia o produto do Brasil e de outras partes da América. Admite-se que o fumo tenha sido introduzido na França em 1556, em Portugal em 1558, na Espanha em 1559 e no Reino Unido em 1565.
Posto em uso na sociedade, o tabaco provocou a formação de dois agressivos partidos: o dos tabagistas e os dos antitabagistas. De nada valeu, porém, o esforço dos governos e papas para impedir o vício. Ele espalhou-se, e dominou, vencendo todos os obstáculos, e, assim, teria ajudado a tornar as Américas conhecidas.
O fumo tornou-se hábito praticado de maneiras diversas. O uso do rapé, ou do tabaco queimado e ralado para ser aspirado em pó, partiu da Espanha e tornou-se moda na França.
Nas rodas sociais, o rapé era colocado em caixinhas artísticas, algumas ricamente trabalhadas, e, tomado em pitadas. O cachimbo de fumar, criação da Inglaterra ou importação de sua colônia americana, onde, em forma mais grosseira, já era usado entre os aborígenes, introduziu-se na Holanda.
Após anos de experiência, Portugal passo a fumar charutos e cigarros. E o fumo em suas formas citadas é ainda mascado, foi aumentado seu consumo no mundo, no século XVII era vício generalizado.
A volúpia que seu uso despertou entre os africanos tornou o fumo artigo que valia como moeda no tráfico de escravos. Daí o intenso comércio que se estabeleceu entre Bahia (Brasil) então o maior centro produtor de fumo, e Costa da Mina, Angola e Benguela (África), dando a Salvador (Capital da Bahia) um destaque histórico como mercado de escravos.
No Brasil, a produção de fumos ocorre em todas as regiões. Destacamos, como tradicionais, o fumo Guiano, para cigarro forte e que em 1975 conquistou um primeiro lugar na exposição de Filadélfia; e o fumo escuro da Bahia, terceiro produtor brasileiro, especial para a fabricação de charutos. A produção do Rio Grande do Sul, a maior do país, é constituída sobretudo de fumos de galpão (secagem natural) e fumos curados em estufa ou forno, próprios para a indústria de cigarros. Os fumos de Santa Catarina – segundo produtor do país – são apropriados para a fabricação de cigarros e charutos. A produção de Minas Gerais – quarto produtor – é em grande parte de fumos escuros, mas tem sido incrementada a cultura de fumos claros e leves para cigarros e charutos.
O latim “fumus” fumaça é o português fumo, do século XIV, que, no século XIX passa a ser usado no Brasil como sinônimo de tabaco, pela fumaça que desprende dessa planta ao ser fumada.
O espanhol tabaco, de 1535, pode ter-se originado da palavra aborígene do Haiti, já que essa planta e o costume de fumar suas folhas existiam na América, conforme testemunhou Cristóvão Colombo.
Em 1492, cronistas espanhóis do século XVI, afirmam que o vocábulo é haitiano em sua origem, entretanto, segundo J. Corominas, Tabacco, Atabaca, etc. (do árabe TABBÂQ ou TUBBÂQ, do século IX) designavam plantas que tonteavam e adormeciam, daí os espanhóis terem chamado tabaco as folhas (e consequentemente as plantas) que embebedavam os antilhanos quando fumadas. Nesse caso a palavra teria ido da Europa para a América, sendo, portanto de origem árabe.
Do espanhol o vocábulo estendeu-se às línguas européia; português – tabaco, dos séculos XVI – XVII; italiano – tabacco de 1598; francês tabac de 1599; inglês tobacco de 1588, alemão tobacco do século XVII; holandês taback do século XVII, dinamarquês – sueco tobak, polonês tubaka, russo Tabak, os quatro do século XVII.
Fumo e tabaco são nomes vulgares de diversas plantas do gênero Nicotiana (família das Solenácesas, notadamente N. Tabacum e N. Rústica e dos produtos elaborados com suas folhas.
No transcorrer de um longo período de evolução, a cultura do fumo tornou-se altamente especializada, de modo que se fixaram tipos de fumo bem definidos quanto às características físicas, químicas e organolépticas. Para isso concorrem a variedade, as condições de solo e clima da região de cultivo, os métodos “de cura” e de preparo das folhas e os tratos culturais.
Segundo seu emprego, o fumo comporta três categorias:
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Tabaco de mascar,
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De aspirar (rapé) e
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De fumar.
As duas primeiras categorias são de uso restrito.
Os tabacos de fumar são separados em quatro tipos principais:
Fumo de cigarro, fumo de charuto, fumo de cachimbo e formo de corda.
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