Língua de fogo,
trovões, mistérios, magia
Bate coração, o ritual nativo inicia
Cheia de sabedoria, ao portal do tempo, a velha índia nos traz
Pra reviver a lenda de um grande amor
Paixão ardente que o ancestral tupinambá presenciou
Desbravando o mar nas caravelas, aventureiros sonhadores
Enfrentam a tempestade, a calmaria
No afã de contemplar a
aurora de um novo dia
Eis que o aroma da mata envolve o ar
Quem chega aqui sente a alma desse lugar
Tanta beleza seduziu os navegantes Mataruna, mundo fascinante
Fonte de riquezas naturais, o cultivo,
a luta pelo chão
O índio escravizado, piratas, quanta ambição
Pilharam a cultura e a paz e dizimaram os tupinambás,
Mas o amor é forte,
Arara faz a vida renascer
Encantado, o guerreiro assiste o milagre acontecer
Iriruama, espelho adornado da paixão
Exploradores portugueses te invadem catequizando,
Ignorando a tradição,
Então falou o pescador: voe nesta carapeba para encontrar
Arara-o-ama, não deixe o fogo do amor se apagar
O tempo passou, o progresso chegou, trouxe a realeza
O negro sorriu se livrou das correntes, liberdade
Nova cultura, religião, arquitetura, miscigenação.
Máquinas, ferrovias, arqueologia, acervos culturais,
Ciência, tecnologia, o amor à memória dos tupinambás
No grande altar iluminado, o encontro apaixonado.
Resgatar a cultura é semear a educação
Criança é esperança, o futuro da nação
Eterna chama que jamais se apagará
Araruama na passarela é Jacarepaguá
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