FICHA TÉCNICA 2010

 

Carnavalesco     Pedro Marques e Luiz Oliveira
Diretor de Carnaval     Ricardo Simpatia e Nelson Filho
Diretor de Harmonia     Betinho N´Gandala e Mestre Cobrinha
Diretor de Evolução     Betinho N´Gandala e Mestre Cobrinha
Diretor de Bateria     Bruninho Roy
Puxador de Samba Enredo     Antônio Carlos
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Marcílio Pinto Diamante e Andressa Dornelles
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Vinícius Henrique e Amanda Poblete
Resp. Comissão de Frente     David Lima
Resp. Ala das Baianas     Tia Marli
Resp. Ala das Crianças     Tia Marina
Resp. Galeria de Velha Guarda     Vera Lúcia

 

SINOPSE 2010

Abracadabra... O Circo Sereno chegou!

Sinopse:

"O circo é como o trem: uma coisa romântica, de uma grande ternura, do passado. É uma coisa prática para o povo. Você vai à vontade. O circo tem de ser preservado. É uma dessas coisas que jamais deveriam terminar".
                                                            Dercy Gonçalves

          No mundo do entretenimento, o circo ocupa uma posição privilegiada entre todas as formas de diversão existentes pelo seu ludismo. Mesmo em tempos de rádio, Tv e Internet, essa antiga arte ainda atrai a atenção de muitos espectadores. Circulando por espaços da cultura erudita e popular, a arte circense impressiona pela grande variedade de atrações e o rico campo de referências culturais utilizado.

Origem do circo

          De fato, o circo demorou muito tempo até chegar à forma sistematizada e por nós hoje conhecida. Há registros que remontam a presença da arte circense antes da era cristã. Na china, sua origem é datada em mais de dois mil anos atrás. Artistas equilibristas, contorcionistas e acrobatas são claramente reconhecidos em artefatos já na dinastia Qin e Han (221ac-220dc). Antigas relíquias, murais em templos e grutas e utensílios veem mostrar ao historiador moderno, que durante séculos, em audiências, imperadores foram fascinados pela deslumbrante performance de artistas circenses nessa civilização milenar.

Circo máximo romano

          Foi na Europa que o circo ganhou força e se desenvolveu. Os espetáculos tomaram impulso ainda no império romano. O imperador Júlio César, receoso de que houvesse revolta de seu povo em função do aumento do desemprego, criou a política do Pão e Circo (Panis et Circenses). Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação (distribuição mensal de pães) e diversão. Assim surgia o circo Máximo Romano, anfiteatro que recebia apresentações de habilidades, construído, segundo alguns autores, onde hoje estão as ruínas do Coliseu Romano. Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano. Nesse local ocorriam corridas de bigas (carros de duas rodas movidos por dois cavalos) e lutas entre gladiadores (lutadores escravos treinados na Roma antiga), que se enfrentavam num duelo que só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido, sem poder se defender. Em outras vezes, esses eram obrigados a enfrentar feras, como leões, para entreter o povo. O público (plebeus e nobres) ia ao circo como a uma cerimônia, usando a toga (traje usado pelo povo romano) dos grandes dias, respeitavam a etiqueta e aplaudiam cada aparição do imperador em uma saudação emocionante. Dessa forma o imperador aumentava seu prestígio com os plebeus e os mantinha afastados da política e das questões sociais.

Circo na Europa medieval

          Na idade média, após a queda do império romano, o circo entrou em declínio e a Europa já não tinha a grande força desse tipo de espetáculo, como estava habituada naqueles tempos. Devido a essa lacuna, foram surgindo pequenos grupos de artistas que deram origem ao que ficou conhecido como circo medieval. Vários saltimbancos, como equilibristas, malabaristas, ventrílocos, ilusionistas e músicos vagueavam pelas cidades, demonstrando suas habilidades em feiras ao ar livre, em troca de algumas contribuições. Durante a realização dessas feiras, interrompiam-se as guerras. A paz era garantida para que os vendedores e compradores pudessem negociar com segurança, fazendo suas trocas numa atividade itinerante. Dezenas desses artistas procuravam divertir o povo, que se movia, de barraca em barraca prosseguindo suas compras. Já a diversão da nobreza ficava a cargo dos bobos da corte, artistas do riso, que moravam nos castelos e animavam as festas com suas brincadeiras, músicas e malabarismo. Suas roupas eram coloridas e recheadas com palhas de cereais, aumentando o efeito cômico. Inteligentes e sagazes eram eles, cerimoniários das festas, os encarregados de entreter o rei e a rainha e fazê-los rir.

Circo moderno

          É consenso entre os historiadores reconhecer que o pai do circo moderno foi o inglês Philip Astley, no século XVIII. Esse suboficial comandava apresentações de cavalarias, saltimbancos, saltadores e palhaços. Hoje o circo consiste em uma tenda de lona, estrutura inspirada na arquitetura de povos nômades (ciganos) do oriente, fácil de montar e desmontar. Animais ferozes e seus domadores fizeram parte de um número que surgiu nessa fase (através de decreto de lei 7291/2006, foi proibida a utilização de animais no circo). Fase em que também encontramos equilibristas, mágicos, trapezistas, mulher gorila, atirador de facas e outras tantas atrações com sabor de bala, pirulito, pipoca e algodão doce. Os bobos da corte de ontem são nossos palhaços de hoje. O circo-teatro, que foi um gênero de teatro muito comum e de muito sucesso no Brasil durante o século XX, faz parte dessa história. Pequenas companhias circenses se alternavam por todo o país, apresentando um número grande de textos teatrais, uns cômicos, outros melodramáticos. Trabalhar no circo é também morar no circo, viajar com o circo e levar a "vida de circo". O amor pela arte circense faz com que a fantasia presente nos espetáculos seja passada de geração para geração, fazendo com que essa magia se torne eterna.

Texto: Pedro Marques
Carnavalescos: Pedro Marques e Luiz Oliveira

Bibliografia:

  • Portoleto, Marco AC introdução à pedagogia das artes circense. Jundiaí: Editora  Fontoura.

  • Bolognesi, Mario Fernando. Palhaços, São Paulo: Editora Unesp, 2003.

 

SAMBA ENREDO                                                2010
Enredo     Abracadabra... O Circo Sereno chegou!
Compositores     Sérgio Alan, Victor Alves, Júlia Alan e Leozinho Nunes

É milenar
A arte que encanta o mundo inteiro
A magia agora é transformar
Essa passarela em picadeiro
Relatos da origem nos remetem para China
O artista talentoso, o monarca deslumbrou
Força, habilidade, equilíbrio e piruetas
Assim a nossa história começou

Em Roma o criativo imperador
Com "pão e circo" aquela crise disfarçou
Duelos geniais no coliseu
Fazendo o rei cair nas graças do plebeu

Enfraquecido na Europa medieval
Surge um jeito novo de alegrar
Pelas ruas saltimbancos divertindo o povo
E na corte, quem faz graça é o "bobo"
O espetáculo insiste em continuar
A lona cobriu, nasceu o lugar
Pipoca, algodão-doce e pirulito
A criançada deslumbrada é tão bonito
Trapezista, mágico... cadê o domador?
Abracadabra, pra vocês o nosso show

O circo Sereno chegou "o"
Trazendo alegria e diversão
Com todo respeito, nossa "palhaçada"
Vai encantar seu coração