FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Carlinhos d’Andrade, César d’Azevedo e Roberto Costa
Diretor de Carnaval     Ricardo Almeida Gomes
Diretor de Harmonia     Marquinhos da São Clemente
Diretor de Evolução     Marquinhos da São Clemente
Diretor de Bateria     Renato de Almeida Gomes (Mestre Renatinho)
Puxador de Samba Enredo     Sidney Moreno, Geraldão e Izaías de Paula
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     André e Patrícia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Murilo e Samanta
Resp. Comissão de Frente     Gabriel Cortez
Resp. Ala das Baianas     Élcio Macarrão
Resp. Ala das Crianças     João Alberto e Regina

 

SINOPSE 1991

Já vi este filme

            E tudo se repete. Carnaval do ano de 2991. É o final dos tempos, o caos social, a decadência da humanidade. Santanás comanda a folia. E na Quarta-Feira de Cinzas cai sobre a Terra uma chuva de enxofre e fogo. Silenciosamente, a Terra explode. O fim do mundo é um espetáculo alucinante.
            A Terra está seca e um imenso areal soterra vestígios de uma civilização. Toda a vida desapareceu da superfície terrestre. E somente a partir de uma civilização espacial será possível recriar o planeta. Essa civilização espacial é governada por Clementius I e Único. Clementius criou os céus e a terra, surgindo então o Métalo-Paraíso. E do Clementônio 199, um metal sintético também por ele concebido, fez o Homem, e da costela desse Homem criou a Mulher. E tudo foi prosperidade.
            Agora, estamos no ano de 3500. É abril. E, no dia 22, comandada por Clementius, uma expedição de navegadores espaciais, formada por 13 naves, chega à Terra. Já vi este filme!
            No dia 26, um Domingo de Páscoa, é montado um altar sobre uma das naves e Clementius celebra o primeiro culto religioso da terra conquistada. Mas Clementius quer riquezas e ordena que se invadam os anéis luminosos de Saturnáfrica e que de lá se tragam escravos. E pelo espaço chega a primeira nave negreira. Já vi este filme!
            Ano de 3792. Dia 21 de abril. Clementius está cada vez mais rico e o povo cada vez mais pobre. Por amor ao povo e à liberdade, morre na forca Zé da Silva, o Thiradents, condenado por Clementius. Tudo se repete. Já vi este filme!
            No ano de 3807, a Família Real de Clementius – que ainda habitava Galegáxia – embarca numa nave e chega por aqui, fugindo das brigas pelo poder universal entre Inglatercúrio e Francênus.
            7 de Setembro de 3822. Então, Clementius grita: Independência ou Morte! Já vi este filme!
            Em esplêndido golpe militar, em 15 de novembro de 3889, Clementius derruba a sua própria monarquia. E proclama a República.
            Cem anos depois, em 3989, depois de um bom tempo sem votar para Presidente o povo vai às urnas. E é eleito o novo Clementius, que sobe ao Phódium-Planaltus e num mortal golpe de caratê liquida com as novas esperanças. Todos foram confiscados. E o mesmo Clementius de sempre. De novo não tem nada. Já vi este filme!
            E no carnaval de 3991 a Terra está do jeito que o Diabo gosta – escura, poluída, violenta, criminosa, consumista bárbara, dantesca. Para de novo tudo se acabar na quarta-feira. Já vi este filme!

Carlinhos d’Andrade, César d’Azevedo e Roberto Costa

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     Já vi este filme
Compositores     Manoelzinho Poeta, Jorge Moreira, Severo, Jorge Melodia e Haroldo Pereira
Avancei no tempo
O mundo parou, acabou
Carnaval festa profana
Satã é o imperador

Clementius do espaço sideral
Criou a terra, céu e o mar
Do clementônio fez o homem
Que a mulher originou
A longo prazo tudo se modificou

E assim viu que tudo dava certo
Desceu para ver de perto toda sua criação
Com 13 naves invadiu nosso torrão

Viu muito bum bum de fora
A missa rezou
Trouxe os saturnafrincanos
E os escravizou

Na evolução do tempo
Veio a voz da liberdade
Com a corda no pescoço
Se calou sem piedade
Clementius que não é bobo
Vendo o mundo diferente
Sem querer ser comandado,
tinha um plano traçado
Elegeu-se presidente

Passaram os anos foi aberta a exceção
Diretamente para as urnas o povão
Cansado, confiscado, sem saber o que fazer
Vendo Clementius novamente no poder

É brincadeira,
quá, quá, quá
Pau Brasil que nasce torto
Sempre torto vai ficar