Microcosmo: o que
os olhos não vêem o coração sente
Sinopse:
"A
experiência mais bonita que se pode ter é a do misterioso... Aquele
para quem esta emoção é uma estranha, quem já não pode pausar para
admirar e maravilhar-se, é como se estivesse morto" - Albert
Einstein
Vivemos
a era das imagens. Nunca o homem usou tanto o sentido da visão para
se comunicar. Estamos tão voltados para a grandiloqüência das coisas,
atentos e envoltos aos volumes e proporções macrocósmicas do mundo,
que não nos damos conta de que a fantástica dança da vida surge a
partir de um universo muitas vezes não contemplado, mas tão próximo
de nós! Um espetáculo dirigido por uma força universal, onde pequenas
regras e funções regem o grande milagre da existência.
Para o
carnaval de 2006, buscamos inspiração justamente nas mínimas coisas
do mundo que não chegam aos nossos olhos. A nossa proposta é enxergar
os pequenos fenômenos naturais e criações humanas sob uma nova experiência
sensorial que vá além da visão. Vamos ampliar os horizontes da percepção,
fazendo-nos ver que a magnitude da vida é formada por conjuntos de
fatores que se juntam, pequenos universos que coexistem e fazem girar
a grande engrenagem que mantém o equilíbrio do cosmos.
Embarcaremos
na insólita viagem ao interior de nós mesmos, entre as unidades mínimas
que se compõem de maneira tão organizada e formam a grande máquina
humana. Uma expedição nos levando por caminhos inimagináveis, conduzida
pela ânsia da descoberta e pelo mistério contido na harmonia entre
tantos compostos, matérias e substâncias que se unem na construção
da mais bem acabada obra de Deus.
Quando
crianças ficamos preocupados em crescer, sermos adultos, tornarmo-nos
“grandes”. Mal temos tempo de cultivar a fértil imaginação infantil,
que traduz o mundo de uma forma original, capaz de nos fazer viajar
por universos fantásticos. De posse da Chave do Tamanho, vamos pensar
“grande”, alcançar o país das pequenas maravilhas e descobrir o gigante
MICROCOSMOS, um universo tão próximo de nós, mas tão distante dos
nossos olhos, prisioneiros das teias dos grandes projetos e descobertas.
Abram
alas para o menor espetáculo da terra, da água e do ar! Penetraremos
nesse admirável mundo mágico, ampliando a visão do universo microcósmico
de importância vital para a manutenção do equilíbrio no planeta. Ao
adentrarmos nesta nova dimensão, uma gota de água vira um grande oceano,
que nos revela a vida que nasce no mundo submerso. Mergulharemos de
olhos abertos nas profundezas de rios e mares para realizar o surpreendente
e fascinante encontro com o fundo das águas, repleto de formas incertas,
quase ausentes, labirintos e grutas de mil cores, seres e formas que
convivem harmoniosamente sob as águas. Segredos guardados, alguns
tão profundamente infinitos que nossos olhos jamais conseguiriam alcançar,
não fosse a capacidade humana de ultrapassar a fronteira dos próprios
sentidos e contemplar o milagre da vida além dos olhos, apenas com
o poder da imaginação.
No microuniverso
da terra, uma pequena pedra se torna uma montanha. Ervas rasteiras,
grandes florestas. Um pequeno reino onde um grandioso número de certos
insetos executa o maravilhoso balé da fecundidade dançado aos sons
da natureza, voa por entre as flores furtando-lhes o pólen e espalha
os minúsculos pedaços de vida, futuras sementes que irão germinar
no sêmen do solo. Um grande espetáculo que acontece a todo momento
debaixo dos nossos olhos!
Desta
percepção natural, abriremos a mente para construir máquinas e invenções
que simulam e reproduzem os seres naturais. Pequenas engrenagens que
tornam possível o sonho de alcançar dimensões impensadas, desbravar
os céus e mares na tentativa de vencer e compreender nossa pequenez
diante da imensidão do cosmos. Dividimos o indivisível. Transformamos
matéria em energia. Fragmentamos o tempo, mas nunca o dominamos. O
relógio biológico não pára e a vida segue. Os olhos não vêem, mas
o coração sente.
E se a
alma não é pequena, tudo vale a pena! Lutamos pela vida em batalhas
contra microorganismos nocivos. Lembramos que a vida consome vida.
É a grande certeza que temos: do pó viemos e ao pó retornaremos. Do
invisível fomos criados e invisíveis novamente seremos. Se olharmos
com atenção os ciclos vitais e permitirmo-nos enxergar com os olhos
da alma, alcançaremos a grande verdade: no universo, cada parte está
no todo e o todo está em cada parte. Por menor que seja ou pareça
ser.
Renato Lage, Márcia
Lavia e Departamento Cultural
Setores:
- Ampliando o olhar
- Milagre da vida
- Viagem insólita
- O menor espetáculo
da terra
- O menor espetáculo
da água
- O menor espetáculo
do ar
- A vida vale a pena
quando a alma não é pequena
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