Salgueiro no mar de Xarayés, é
pantanal, é carnaval
Nas terras e no Mar de Xarayés, num mundo vasto,
imenso, não mais alcançável pelos olhos naturais, surge a civilização
do Pantanal. Um universo pleno dágua, fauna diversa e exuberante,
flora variável, que só podemos olhar com os olhos da imaginação. E,
assim, vá, SALGUEIRO, navegue no seu imaginário fortemente lúdico,
que surge do mundo das águas.
É o Pantanal, alimentado pelo volumoso
Rio Paraguai. Desta forma, encontre, SALGUEIRO, a história das nações
indígenas que contribuíram para que o território brasileiro seja bem
mais vasto do que era. Descubra a dignidade dos Guaikuru, que se desenvolveram
fazendo intercâmbio com o Império Inca, na Cordilheira dos Andes,
utilizando-se da malha viária calçada de pedras com oito palmos de
largura denominada Peabiru, que ligava a região de Itatins,
no Pantanal sul-matogrossense com a capital Inca, em Cuzco (Peru),
e ao Oceano Atlântico, onde hoje está São Vicente.
Os Guaikuru, os primeiros pantaneiros, foram exímios
criadores de gado, utilizadores de armas de caça e fabulosos cavalgadores,
os únicos dentre as demais nações indígenas. Revele, SALGUEIRO, que
esses valentes índios cavaleiros foram ferrenhos inimigos dos jesuítas
e dos colonizadores espanhóis, donos do atual território sul-mato-grossense.
Os Guerreiros
Guaikuru, aliados aos portugueses desde os primeiros contatos e, definitivamente,
a partir de 1791, firmaram o "Tratado de Paz e Aliança Eterna"
com a Coroa Portuguesa. Sem os Guerreiros Guaikuru, hoje não teríamos
o Pantanal, que seria do Paraguai.
Da nação
Guaikuru, o SALGUEIRO descobre outras tribos de real importância para
a história e a cultura dessa região: Guarani, Payaguá, Guaxarapo,
Xarayés, Kadiwéu, Nhandewá, Kaiowá, Tupi, Terena e Guató.
Espanhóis e portugueses, os colonizadores
da região, exercitam a primeira visão do paraíso, entrando pela Bacia
do Prata até chegarem ao Pantanal e, desta forma, seguem em direção
à Serra de Prata. Eles consideravam que ali estava o Paraíso na Terra.
Nossos índios de fronteira trocam suas vivências
com os paraguaios e bolivianos, que passam a ser nossos vizinhos após
a definição do território pantaneiro.
É preciso
navegar, SALGUEIRO, penetrar no universo água-pantaneiro-bugre. É
preciso descobrir o povo já misturado de índio, caboclo, negro e branco.
E, com a bandeira salgueirense, encontrar as Índias Castelhanas, que,
unidas e integradas neste Novo Mundo, construíram lendas e histórias
fantásticas da magia pantaneira, bem como seu folclore, sua culinária,
seus hábitos cotidianos e sua arte através da pintura, da dança e
da música.
Continue,
SALGUEIRO, vá navegando. Penetre mais por este universo, já que as
águas te dão essa permissão. Vá, e, em lugar de grades águas, encontre
os Kadiwéu, primeiros descendentes dos Guaikuru, naquilo que foi o
imenso mar de Xareyés.
Saboreie,
SALGUEIRO. Farte-se na abundância da natureza que vai lhe proporcionar
uma comida farta e de paladar inigualável. Enriqueça-se de prata e
ouro. Ouça o canto de múltiplos tipos de aves e veja seus animais.
Por sua grandeza, pela grandeza
e riqueza do seu povo e de sua natureza, pelas lutas em favor da independência
do Homem e do espírito e por ser um dos mais significativos ecossistemas
do planeta, que urge a sua preservação, o Pantanal, diz o SALGUEIRO,
é o Santuário Ecológico da Humanidade
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