Ousadia
de um homem a frente do seu tempo
(Senador
Nelson Carneiro)
Prezados Senhores,
O
GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA RENASCER DE JACAREPAGUÁ, Escola de Samba
fundada em 1992, filiada à Associação das Escolas de Samba da cidade do
Rio de Janeiro, teve os seguintes desempenhos:
A
Campeã do Grupo D em 1999, desfile realizado em Bonsucesso, com o enredo
“A Saudade Mata a Gente, Morena”, mostrando os antigos carnavais. Carnavalesco:
Sandro Gomes.
O
Vice-campeã do Grupo C de 2000, desfile realizado na Av. Rio Branco, com
o enredo “O Inicio da História com Certidões e Vitórias”, homenageando
nosso querido Brasil. Carnavalesco Sandro Gomes.
Segunda
Escola a desfilar no Grupo B na Marquês de Sapucaí em 2001, na terça feira
de Carnaval.
Introdução:
Em
reunião da Diretoria, em busca de um enredo para o Carnaval de 2001, num
consenso, surgiu a proposta em homenagear um legislador. Em pesquisa junto
a partidos políticos, legisladores e diversos segmentos da sociedade,
o nome do Senador Nelson Carneiro sempre foi lembrado.
Ao
entrarmos em contato com o Instituto Senador Nelson Carneiro, não tivemos
dúvidas em homenagear o parlamentar que tanto influiu na vida nacional,
na vida de todos nós, considerado o modernizador da Sociedade Brasileira,
que tomou parte em todos os acontecimentos nas últimas seis décadas, e
desfilarmos com o enredo “Ousadia de uni Homem à Frente do seu Tempo”,
tendo como objetivo principal divulgar a obra e preservar a memória do
maior legislador brasileiro, Senador Nelson Carneiro.
Apresentação:
Nelson
de Souza Carneiro nasceu em Salvador, Bahia em 8 de abril de 1910. Em
1929, ainda acadêmico da Faculdade de Direito da Bahia, lançou-se através
dos comícios da Aliança Liberal (1929/30), ao lado de grandes nomes como
José Joaquim Seabra, João Neves, Batista Luzardo, Raul Bittencourt, João
Carlos Machado, Dano Crespo e outros.
Advogado,
homem de letras, jornalista desde 1929, profissão essa que exerceu até
1980, quando se aposentou como redator do Jornal do Brasil, depois de
haver integrado as redações de O Imparcial, da Bahia, e além de
vários outros hebdomadários cariocas.
Orador
do centro acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade da Bahia,
conquistou, por concurso de provas e títulos, a Livre Docência de Direito
Judiciário Civil.
Advogado
militante (1932/1982), atuou na Bahia, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo
e Rio Grande do Sul. Durante dez anos, integrou o conselho federal da
Ordem dos Advogados, quando aquela entidade manteve a mais dura oposição
ao regime ditatorial.
Fundador
e primeiro presidente da Associação Brasileira de Direito de Família
(1984) e, desde a fundação, foi titular da cadeira n° 44, da Academia
Brasileira de Letras Jurídicas.
Convocado
em 1947 para assumir uma cadeira na representação baiana na Câmara dos
Deputados, deixou a bancada da imprensa, de que participava desde 1933.
Reeleito
iniciou a campanha pelo divórcio (1951) vitoriosa vinte e seis anos depois
(1977). Esse recorde de perseverança somente seria superado com a inclusão
na constituição vigente do texto que assegura a impenhorabilidade da pequena
propriedade rural, objeto de projeto seu, rejeitado, quarenta e um anos
antes, em 1947.
Em
1958, em virtude de não poder acompanhar Otávio Mangabeira no apoio ao
governo da Bahia, desistiu de pleitear novo mandato. Foi então que ingressou
na política no Rio de Janeiro, elegendo-se sucessivamente por três vezes
Deputado Federal (1958,1962 e 1966) e Senador por três outras, sempre,
como o candidato mais votado (1970, 1978 e 1986), na última com cerca
de dois milhões e quinhentos mil votos.
Em
momento difícil da vida política brasileira, coube-lhe relatar a emenda
constitucional que, instituiu o parlamentarismo, que com os defeitos que
a circunstância explica, possibilitou a posse do Presidente João Goulart.
Durante
os debates da Constituição de 1967, teve atuação destacada, sendo de sua
autoria vários textos (Inclusive o que tornou ordinário o recurso ao Supremo
Tribunal Federal contra as decisões do Superior Tribunal Militar sobre
os crimes praticados por civis e militares).
Na
véspera da cassação de Juscelino Kubitschek, coube-lhe pronunciar na Câmara
dos Deputados corajoso discurso, o único da época, contra o ato discricionário
que se anunciava.
Mais
tarde, juntamente com o deputado Pedroso Horta, líder do MDB na Câmara
dos Deputados, abandonou a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana,
por haver o dito órgão se recusado a investigar a morte do deputado Rubens
Paiva,
Em
1973, na condição de líder do MDB no Senado, acompanhou o deputado Ulisses
Guimarães e o jornalista Barbosa Lima Sobrinho na peregrinação por todo
o pais durante a campanha da anticandidatura presidencial.
Foi,
ainda, presidente do Parlamento Latino-americano (1982 a 1985)
e de seu grupo brasileiro, da Associação Parlamentar de Turismo e
do Instituto de Previdência dos Congressistas e, por vários anos,
presidente da frente parlamentarista.
Como
vice líder do PMDB, foi dele o parecer contra a intervenção em Goiás,
aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e recusado pela união
das correntes governistas em plenário. No Senado, liderou por três anos
a bancada do MDB (7 senadores oposicionistas contra 59 da Arena), presidiu
a Comissão de Legislação Social e integrou as Comissões de Relações Exteriores,
de Constituição e Justiça e a de Municípios.
A
aprovação da Lei do Divórcio, em 1977, projetou definitivamente seu nome
em todo o pais, não só pela sua presença na tribuna parlamentar como em
centenas de conferências e debates pelo território nacional.
Para
que se possa avaliar a sua dedicação à causa legislativa convém lembrar
que a partir de 1972, quando foi implantado o serviço de dados do Prodasen,
o Senador Nelson Carneiro foi autor de 1530 projetos de lei (média de
95,6 por ano) e, desde 1973, proferiu nada menos que 1632 discursos
e apartes (média de 108,8 por ano) sem incluir os proferidos durante a
constituinte.
Durante o regime militar, foi o autor do maior número de leis apresentadas,
a contar de 1972, pelos dados oficiais disponíveis, Nelson Carneiro conseguiu
aprovar e ver sancionados mais de cinquenta projetos de sua autoria, além
de uma emenda constitucional, um decreto legislativo e quatro resoluções,
o que, sem duvida, o torna um dos recordistas na tarefa legiferante dentro
do Congresso Nacional.
Durante
a Constituinte, o Senador Nelson Carneiro surpreendeu até mesmo seus mais
antigos companheiros, admiradores e amigos: o peso da idade, sem dúvida,
passou desapercebido tanto que ele esteve presente em 97% (noventa e sete
por cento) das votações, num exemplo, raro, de assiduidade ao trabalho
e de respeito à Nação. Fossem as sessões matutinas, vespertinas, noturnas
ou mesmo aquelas que se prolongaram pelas madrugadas, lá estava o Senador
Nelson Carneiro, com seus discursos (64) ou apartes (10).
Ao
reabrir os trabalhos do Senado Federal, em fevereiro, o Senador Nelson
Carneiro entregou à Comissão Especial do Código Civil, de que foi presidente,
detalhado parecer sobre cerca de 300 emendas do plenário ao livro do direito
da família.
Senador
Nelson Carneiro aceitou concorrer e foi eleito para à presidência do Senado
Federal, mas por temperamento, evitou o chamado ‘corpo a corpo’, na procura
de votos. Modesto, por estar, segundo ele concorrendo ‘por antiguidade’.
Vitorioso ocupou o cargo durante o período de 1989 a 1991.
Nelson
Carneiro, que dedicou 65 dos seus 86 anos de vida à política brasileira,
veio a falecer no bairro São Francisco, Niterói, em 06 de fevereiro de
1996, deixando sua obra como legado e testemunha de sua luta por uma sociedade
melhor.
Sandro Gomes
Cronograma de Desfile:
1° ALA - (BAIANAS) A BAHIA
E SEUS MISTERIOS.
A lavagem da igreja do Senhor do Bonfim.
2° ALA - ADVOGADO.
Ainda acadêmico da faculdade, lançou-se através
dos comícios da aliança liberal ao lado de grandes nomes.
3° ALA - JORNALISTA.
Profissão esta, que exerceu no IMPARCIAL da BAHIA,
GAZETA do RIO , A NOTA e JORNAL DO BRASIL.
4° ALA - BOTAFOGUENSE
DE CORAÇÃO.
Sua paixão pelo time do Botafogo do Rio de Janeiro.
5° ALA - AMOR AO CARNAVAL.
O Senador Nelson Carneiro tinha paixão pelo Carnaval.
6° ALA - MEMBRO DA ACADEMIA
DE LETRAS JÚRIDICAS.
Fundador e primeiro Presidente da Associação
Brasileira da Família. Desde a fundação foi titular
da cadeira n° 44 da Academia Brasileira de Letras Jurídicas.
7° ALA - DEPUTADO DA BAHIA.
Convocado para assumir a cadeira na representação
Baiana na Câmara dos Deputados.
8° ALA - EXILADOS.
Veio exilado no porão do navio, para o Rio de
Janeiro.
9° ALA - DEPUTADO DO ESTADO
DA GUANABARA.
Reeleito , iniciou sua campanha em prol
do divórcio.
10° ALA - O CULPADO FOI
VOCÊ. (COMÉDIA)
Peça de teatro que ele escreveu em prol de seu
projeto na lei do divórcio.
11° ALA - SENADOR DO RIO
DE JANEIRO.
Foi Senador com o maior número de votos da eleição.
Reelegeu-se a mais três mandatos sucessivos.
12° ALA - PROJETOS E LEIS.
O Senador foi autor de 1530 projetos e leis.
13° ALA - (BATERIA) PATRIMÔNIO
ECOLÓGICO ARTÍSTICO E CULTURAL.
A defesa da ação popular.
14° ALA - RECONHECIMENTO
DE FILHOS ILEGÍTIMOS.
A lei que dispõe o reconhecimento de filhos ilegítimos.
15° ALA - DIREITO DA MULHER
CASADA.(PASSISTA MASCULINO E FEMININO)
A lei que regula os direitos civis da mulher
casada.
16° ALA - PROÍBE A DISCRIMINAÇÃO
ENTRE SEXOS.
A lei que a mulher passa a ter o tratamento dados
aos homens.
17° ALA - AMIGADO COM FÉ,
CASADO É.
Permite o registro de união como casamento, após
5 anos de vida em comum.
18° ALA - (CRIANÇAS) CÓDIGO
DE MENORES.
A lei que da proteção ao trabalho do menor.
19° ALA - CURSO NOTURNO
GRATUITO.
A lei que estabelece que as instituições de ensino
superior vinculados a união passem a ministrar curso noturno.
20° ALA - LIBERDADE DE
EXPRESSÃO.
Liberdade de expressão da atividade intelectual,
artística e científica.
21° ALA - MISSÕES NO EXTERIOR.
Suas missões diplomáticas em vários países.
22° ALA - INSTITUTO NELSON
CARNEIRO.
A divulgação da sua obra e a preservação da memória
do maior legislador brasileiro.
23° ALA – (VELHA GUARDA)
Garantia por parte do Estado e da sociedade na
proteção aos idosos.
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