Serra Acima, Rumo a Terra
dos Coroados
Introdução
Este é um
enredo muito especial, que pretende exaltar uma das mais especiais cidades
do Brasil: Petrópolis!
Os primeiros habitantes da região onde
hoje se situa Petrópolis, eram os índios "coroados". Mais tarde,
D. Pedro I, já coroado Imperador, compra aquelas mesmas terras, para ali
construir o sonho de um incrível palácio. Não conseguiu realiza-lo e as
terras passam, por herança, para seu filho, D. Pedro II, que foi também
coroado Imperador. Este seria o fundador da cidade de Petrópolis, que
significa "CIDADE DE PEDRO". A princesa Isabel também tem um
papel muito importante no passado histórico desta cidade. Esta serie de
coincidências, esta espécie de nobreza, é o principal aspecto que desejamos
ressaltar no enredo.
Hoje, esta cidade conhecida internacionalmente
como "CIDADE IMPERIAL", continua a brilhar à ser uma verdadeira
princesa e a nos encantar com sua vegetação exuberante, seu clima, seus
filhos, suas águas, suas flores e sua história única.
É isto que a G.R.E.S UNIDOS DO PORTO DA
PEDRA pretende mostrar!
E assim com toda essa riqueza histórica
o trigre vai se coroar, na Sapucaí!
Sinopse
"Petrópolis,
minha menina, fino manto de neblina, te ofertou a natureza ... e obedecendo
ao destino puro desejo divino, te acostumastes à nobreza ..."
Quis o destino a história da cidade de
Petrópolis, desde o seu início, fosse marcada pelo signo da nobreza. Incrível
a serie de coincidências que parecem mesmo sugerir a intervenção divina
nos rumos desta terra. Pesquisas abalizadas, datadas no final do século
XVII, indicam que a atual área do município de Petrópolis era conhecida
como "Sertão de Serra Acima do Inhomirim", era construída por
uma imensa muralha verde, uma serra com alta e úmida vegetação, conhecida
como "Serra do Mar". Com rica e variada flora e fauna, água
em abundância e densa e branca neblina, esta região era habitada apenas
por indígenas, conhecidos como "coroados. Estes nativos, pertencentes
a uma nação, possuíam uma rica cultura. Até hoje podemos encontrar sinais
dessa cultura nos nomes de alguns bairros, montes e rios da cidade.
Com o início do Ciclo do Ouro, nas Minas
Gerais, abriu-se o chamado caminho novo, ligando a corte do Rio de Janeiro
à região do garimpo.
Isto promoveu grande fluxo de comerciantes,
escravos, tropeiros e soldados. Num atalho deste caminho estavam as terras
que, mais tarde, constituíram a cidade de Petrópolis. O ouro das minas
era quase todo levado para Portugal, mais deixou entre nós um rico legado,
o fabuloso barroco mineiro, expressão artística que se destacou, principalmente
na arte sacra. Fruto, entretanto de muita dor e sofrimento dos milhares
de escravos negros, nas catas.
Pouco tempo depois, em 1822, Pedro I, Imperador
do Brasil, se encanta com a região e, alguns anos depois, compra ali a
fazenda do córrego seco. Sonha ele em construir na montanha, um suntuoso
palácio de verão, o monumental palácio da concórdia!. Esta fantasia imperial,
procuramos agora interpretar em nosso carnaval. Entretanto, o palácio
jamais foi construído e a fazenda ficou, Por herança, a seu filho Pedro
II. Este coroado aos 14 anos de idade, torna -se o fundador da cidade
de Petrópolis, em 1843. Era muito estimado pela população e considerado
um estadista e um sábio, reconhecido em todo mundo.
O major Koeler e Paulo Barbosa foram os
inspiradores da fundação de Petrópolis, trazendo colonos alemães para
desenvolvê-la. Em pouco tempo era o local preferido para o veraneio da
corte. Tanto que o Barão de Mauá para lá inaugurou a primeira ferrovia
do Brasil, cuja locomotiva se chamava "a Baroneza". Conta à
lenda que o Palácio de Cristal, construído na França e erguido na cidade,
teria sido um presente do conde D' Eu à sua amada esposa, Princesa Isabel
Ali ela realizou um inesquecível baile, comemorando a abolição da escravatura.
Logo depois, porém, a monarquia caiu, e veio a República.
Outros imigrantes chegam à cidade italianos,
franceses, que juntam sua cultura à dos portugueses e negros aqui já instalados.
Assim, caminhava a cidade, proliferando os belíssimos sobrados, marca
registrada da arquitetura local, até hoje preservada. Com a República,
pouca coisa mudou, ao invés da corte, eram os Presidentes, Deputados e
a burguesia que passaram a frequentar a cidade, principalmente nos verões.
Nos anos quarenta, um pioneiro tresloucado,
enche de luz e riqueza o topo da Serra: num projeto milionário, resolve
construir um Hotel Cassino, feito em carrara, madeira nobre, bronze e
cristal ... grandes artistas como Carmem Miranda, orquestras internacionais
e astros do mundo inteiro passaram por ali ... shows monumentais, teatro
de revista, vedetes! Roletas, cartas, muito dinheiro em jogo na roda da
fortuna! Ai, veio à proibição do jogo, e todas as luzes se apagaram ....
Hoje, aos 158 anos de existência, Petrópolis
continua a ostentar o título de "CIDADE IMPERIAL", a única das
Américas, ainda coberta pelo manto de suas tradições. Seus recursos naturais,
seu clima e sua aura de rara beleza, fizeram desta cidade uma princesa
entre as cidades brasileiras. Seu fino charme e sua potencialidade cultural
e turística, fizeram com que sua fama se espalhasse pelo mundo. De fato
permanecemos com o cetro e a coroa! Resgata-se assim a tradição da Terra
dos Coroados, dos nobres índios até o povo de hoje, que continua a preservar
sua nobreza, representada pela própria Família Imperial brasileira, símbolo
vivo deste glorioso passado. "Cantam anjos nesta rima, aplausos caro
Marquês, o Tigre se corou e hoje coroa vocês..."
Continuamos, assim coroados...
Arthur Varella &
Cahe Rodrigues
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