Cartola, teu cenário é
uma beleza
Justificativa:
No Tom Da Mangueira
Em
Mangueira Quando morre Um poeta Todos choram Vivo tranqüilo em Mangueira porque Sei que alguém há de chorar quando eu morrer Mas o pranto em Mangueira É tão diferente É um pranto sem lenço Que alegra a gente Hei de ter um alguém pra chorar por mim Através de um pandeiro ou de um tamborim Em
Mangueira Quando morre Um poeta Todos choram
Todo tempo que eu viver só me fascina você, Mangueira Guerreei na juventude fiz por você o que pude
(Cartola, Paulinho da Viola e Tom Jobim)
Cartola hoje quem chora por ti é o Paraíso do Tuiuti, que chora, não um
choro de tristeza, mais sim um choro de alegria em poder no seu
centenário mostrar ao povo brasileiro a sua importância para a música
popular do nosso país.
O Paraíso do Tuiuti no seu desfile transformará a Marques de Sapucaí
num mar Verde e Rosa, pois foi as cores que você escolheu para escrever
a História do Samba, a história do Grêmio Recreativo Escola de Samba
Estação Primeira de Mangueira que está completando 80 anos de Glórias
E é com a força de Cartola que o Paraíso do Tuiuti tentará chegar ao
lugar mais alto do pódio no Carnaval de 2008, com Cartola teu Cenário é
Uma Beleza
Sinopse:
O homem que deu a Estação Primeira de Mangueira seu nome e suas cores, aquele que em todo o mundo é o nome mais conhecido da Mangueira, uma escola freqüentemente acusada de tradicionalista, fechada em si mesma, avessa a quem vem de fora, não é uma cria do morro. Angenor de Oliveira, que se transformou em sinônimo da Mangueira, é um carioca da zona sul, onde viveu a maior parte da infância, e só foi descobrir a Rua Visconde de Niterói por acaso.
Nascido em 11 de outubro de 1908, no Catete, filho de Sebastião Joaquim de Oliveira e ainda Gomes de Oliveira, mudou-se com a família em 1915 para o vizinho bairro de Laranjeiras, que no inicio do século 20 formava com o primeiro, e mais Botafogo, um rico e importante núcleo de samba e sambistas, com alguns dos melhores ranchos, blocos e cordões da cidade, e gafieiras como a Flor do Abacate. E foi em Laranjeiras que influenciado pelo pai, o menino Agenor encontrou o samba. Aprendeu a tocar violão, e depois cavaquinho, observando o pai, e desfilou no rancho Arrepiados, dos funcionários da fabrica de tecidos Aliança, que tinha as cores verde e Rosa que ele mais tarde daria à sua Estação Primeira.
Com 11 anos mudou-se com a família para o Buraco Quente, do Morro da Mangueira, zona norte do Rio, entre São Cristóvão e Engenho Novo. Agenor abandonou os estudos e começou a trabalhar como tipógrafo em uma gráfica da Avenida Mem de Sá, no Centro.
Aos 15 anos com a morte da mãe, abandonou o morro e passou a trabalhar como pedreiro, usando, para proteger a cabeça, um chapéu-coco, confundido pelos colegas com uma cartola, que se transformou no apelido famoso.
Cartola gostou da Mangueira e vice versa. Ele participava de rodas no morro, compunha, mas não podia sair em nenhum dos blocos da comunidade por que ele e seus amigos bebiam, brigavam, falavam palavrões e caiam na farra. A solução foi criar um bloco só para eles. No nome o grupo debochava do conceito que o morro tinha deles: BLOCO dos ARENGUEIROS.
O bloco teria saído pela primeira vez no carnaval de 1927. Mas já no ano seguinte cartola defendia a união de todos os blocos do morro(Bloco da Tia Tomásia e Bloco do Mestre Candinho) para criação de uma Escola, fundada em 28 de abril de 1928 com cores Verde e Rosa do Arrepiados de Laranjeiras e o nome de Estação Primeira.
Carola conquistou fama do morro, sua concepção harmônica, suas melodias e versos são simplesmente maravilhosos. Mestres da Música como os maestros Villa Lobos e Stokovsky foram ao Buraco Quente conhece-lo e tomar conhecimento de sua obra.
Teve suas músicas gravadas por cantores como Francisco Alves, Mário Reis e Cramem Miranda, participou em 1940, das gravações realizadas com o Maestro Leopold Stokovski a bordo do navio
Uruguai, como parte da política da boa vizinhança implementada pelo governo dos Estados Unidos, e ainda teve um programa na rádio Cruzeiro do Sul, chamado A Voz do Morro, ao lado de Paulo da Portela. Com ele, e mais Heitor dos Prazeres, Cartola montou o trio Carioca, que fez vários shows em São Paulo no início de 1941.
Mas a seguir veio o período mais difícil, marcado pela meningite de Cartola, a morte de sua mulher Deolinda e um afastamento da Mangueira.
Levado de volta à Estação por Carlos Cachaça, seu parceiro mais fiel, acabou se reencontrando com Eusébia Silva do Nascimento Silva do nascimento, a ZICA, que ele conhecera antes de unir-se a Deolinda.
O Zicartola ficava na Rua Carioca que foi um dos redutos do samba no asfalto e tinha em seus palcos, além do próprio Cartola, nomes como Zé Kéti, Nélson Cavaquinho, Élton Medeiros, Ismael Silva, Clementina de Jesus, Ciro Monteiro, Elizeth Cardoso, Bello de Carvalho, João do Vale e Paulinho da Viola.
Também se tornou um ponto de encontro de grandes sambistas e outros músicos da época, como Nara Leão, Carlos Lyra, Antônio Carlos Jobim, Sílvia Telles e outros.
A
experiência durou até 1965, quando o Zicartola fechou as portas,
derrotado pela inexperiência administrativa do casal. Mas tinha, pelo
menos, sido suficiente para mostrar a importância de Cartola, que em
1974 lançou seu primeiro disco, Cartola, pelo selo Marcus Pereira. A ele
se seguiram Verde que te quero rosa em 1977 e Cartola 70 anos em 1979.
Cartola
compôs 77 músicas, algumas com parcerias com Carlos Cachaça, Hermínio
Bello de Carvalho, Nuno Veloso, Dalmo Castelo, Cláudio Jorge entre
outros.
Entre elas
podemos citar: Acontece, Alegria, Alvorada, Amor Proibido, Amanhecer, As
Rosas Não Falam, Camarim, Desfigurado, Festa da Penha, Labaredas, Leito
Vazio, Não Quero Amar a Mais Ninguém, Quem me vê Sorrindo, O Inverno do
Meu Tempo, No Tom da Mangueira, O mundo é um Moinho, O Sol Nascerá,
Peito Vazio, Quem me Vê Sorrindo, Senhora Tentação, Tempos Idos, Velho
Estácio, Verde Que te Quero Rosa e muitas outras.
As músicas
de Cartola foram gravadas por vários cantores consagrados como: Alcione,
Beth Carvalho, Emílio Santiago, Lecy Brandão, Tom Jobim, Paulinho da
Viola etc...
Cartola
também compôs o primeiro samba Chega de demanda.
Angenor de Oliveira morreu de câncer em 30 de novembro de 1980, deixando obras-primas como As Rosas não Falam, o Mundo é um Moinho, o Sol Nascerá, Não Quero amar Mais a Ninguém entre outras.
Através de suas canções, o povo brasileiro pôde entender um pouco mais a vida e como lidar com o dia a dia de uma maneira mais poética no coração.
Tinha sabedoria suficiente para saber o quanto estava adiante de seu tempo, o quão importante seria os Brasileiros um dia perceberem a mensagem que Espíritos Africanos o designaram para levar a terras distantes.
Hoje em dia, o mundo inteiro percebe.
Cartola não existiu. Foi um sonho que tivemos. Nelson Sargento
Eduardo Silva
Roteiro do Desfile:
1º Setor: Da paixão
nasce o samba |
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
|
Arautos do Paraíso |
Comissão de Frente |
Os Arautos que clamam a presença de Cartola no desfile do Tuiuti. |
Fabinho |
1ª Alegoria (Abre Alas): O Paraíso
A alegoria simboliza os Arautos despertando Cartola e a Coroa símbolo do Tuiuti
Principais destaques: Renata Marins e Vanda Silva |
1 |
Anunciadores da chegada do homenageado |
Comunidade |
Os anjos que anunciam a chegada do homenageado. |
Neila |
2 |
Rancho dos Arrepiados |
Ala da Barreira |
O primeiro contato com o samba que cartola teve. |
Deise |
3 |
Bloco da Tia Tomásia |
Comunidade |
Um dos blocos que deu origem a Mangueira. |
Jorge |
4 |
Bloco do Mestre Candinho |
Ala Curuzu |
Um dos blocos que deu origem a Mangueira. |
Adão |
5 |
Bloco dos Arengueiros |
Brasinhas e brasões |
Um dos blocos que deu origem a Mangueira. |
Lea |
2ª Alegoria: Nasce o G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira
Nesta alegoria retratamos o morro da Mangueira, com o símbolo da Escola.
Principais destaques: Marcelo de Almeida |
2º Setor: Sua fama desce o
morro |
6 |
Suas Gravações |
Ala da Mikinha |
Homenagem a Francisco Alves e Mário Reis. |
Fernando |
7 |
Rádio Cruzeiro do Sul |
Nós somos Assim |
A rádio que Cartola tinha um programa chamado Voz do Morro. |
Cícero |
8 |
Trio Carioca |
Acauã |
Trio Montado por Cartola, Paulo da Portela e Heitor do Prazeres. |
Nilcemar Nogueira |
1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Paixão em verde e Rosa |
9 |
Mangueira é samba no pé |
Passistas |
Homenagem aos 80 anos da Mangueira. |
Marcela |
10 |
Zicartola |
Ala da Poly |
Bar montado por Zica e Cartola. |
Poly |
11 |
Carmem Miranda |
Ala Terreirão |
Uma das cantoras que levou a música de Cartola ao conhecimento no mundo. |
Jaime |
3ª Alegoria: Política da boa vizinhança
O navio que levou a nossa música a outros países e o bar Zicartola
Principais destaques: Nilton Ferreira |
3º Setor: Suas canções |
12 |
O Sol Nascerá |
Comunidade |
Um dos grandes sucessos do Cartola. |
Sergio Boi |
13 |
Não quero amar a mais ninguém |
Ala dos Mineiros |
Um outro sucesso de Cartola. |
Flávia |
14 |
O mundo é um moinho |
Lopes Trovão |
Um outro sucesso de Cartola. |
Arlindo do Salão |
15 |
Ensaboa |
Comunidade |
Um outro sucesso de Cartola. |
Alessandra |
16 |
As Rosas Não Falam |
Baianas |
Talvez o maior sucesso de Cartola. |
Tia Ana |
4º Setor: Mangueira, Palácio do Samba |
17 |
Verde que te quero rosa semente viva do samba |
Comunidade |
Enredo em que a Mangueira homenageava Cartola. |
Adriana |
18 |
Yes nós temos Braguinha |
Crianças |
Um dos melhores desfiles realizado pela Mangueira. |
Denise e Sonia |
3º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Pierrot e Colombina |
19 |
Mangueira Palácio do Samba |
Força do Samba |
A força do Samba. |
Ricardo |
20 |
Centenário de Cartola |
Comunidade |
Homenagem ao centenário de Cartola. |
Fábio |
4ª Alegoria: O bolo do
centenário
O bolo das comemorações, o centenário de Cartola, 80 anos de Mangueira e de dona Zica que estaria completando mais uma primavera de existência no dia do desfile da Escola se estivesse viva.
Principais destaques: Guina |
21 |
Amor ao Tuiuti |
Velha Guarda |
São as raízes da Escola que mostra a determinação de uma comunidade. |
Aragão |
2º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Tuiuti 55 anos de glórias |
22 |
Mangueira 80 anos de glórias |
Bateria |
Homenagem aos 80 anos da Mangueira. |
Claudinho |
Bibliografia:
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Centro Cultural
Cartola
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Livro Fala Mangueira
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