Uma viagem ao
universo dos cabelos
Sinopse:
Em todas as culturas e através da história, o cabelo tem tido um
significado especial. Um acessório de beleza natural do ser humano e é pleno de importância simbólica como um meio de expressão pessoal. Homens e mulheres apresentam diferenças notáveis de penteado, comprimento e usos estético e social dos cabelos.
Contudo, na antiguidade, o cabelo representou para as grandes civilizações um elemento fundamental da personalidade humana, sustentáculo de nobreza, distinção social, beleza, fascínio, sedução e às vezes, até mesmo do poder e da força.
O culto ao cabelo na Idade Média, principalmente após o domínio religioso, foi logo substituído pela ignorância. Cabelo feio era sinal de bruxaria e muitas pessoas foram queimadas. O cabelo voltou novamente ao poder no período renascentista. Aos poucos, os penteados iam ficando mais complexos e extravagantes. Golas imensas muitas vezes impediam que se deixasse o cabelo solto, e prendê-lo passou a ser tendência. A rainha Elizabeth I, da Inglaterra, usava os cabelos ruivos encaracolados, o que também virou moda.
No século XVII, o uso de perucas estava relacionado ao poder. Modelos brancos e volumosos eram utilizados na Europa por homens da monarquia absolutista. No século seguinte, foi a vez das mulheres extrapolarem: As perucas eram obras arquitetônicas com o complemento de pássaros empalhados, miniaturas de caravelas, etc. Com o passar dos anos, a peruca caricata vai diminuindo de tamanho e o gosto pelo natural surge com a Revolução Francesa. Não se usava mais o cabelo empoado, pois os aristocratas foram acusados culpados pela falta de pão por usarem toda a farinha para suas frivolidades.
O tempo foi passando e no início do século XX mais uma grande revolução social aconteceu, coincidindo com um novo estilo de cabelo. Influenciado pelo cinema, especialmente na década de 20, as mulheres passaram a adotar cortes de cabelo diferenciados. Os filmes americanos traziam um novo estilo de música e uma nova dança, o Charleston. Não foi um estilo visto com bons olhos para a sociedade conservadora, mas os cabelos curtos, que tanto poderiam ostentar enfeites de plumas e strass, simplesmente virou febre entre mulheres de todas as idades.
Até o final da década de 30 e meados da década de 40, a 2ª guerra mundial refletiu nos cabelos. Devido a escassez de
cabeleireiro as madeixas começaram a crescer e a péssima qualidade dos produtos capilares fizeram com que as mulheres adotassem os turbantes, caracterizando uma moda tipicamente influenciada por Carmen Miranda, que foi a sensação do momento.
Surge o rock e com ele a revolução dos hábitos, a música das guitarras elétricas toma conta do mundo através de Elvis Presley. Os cabelos passam a ser adornados com enfeites de proporções exageradas. As verdadeiras esculturas de fios, os chamados "bolos de noiva", ganham popularidade, com muito laquê.
Foi uma época mágica, os verdadeiros anos dourados, mas no final da década de 60, mais uma grande revolução e lá foi o cabelo acompanhando tudo isso, como uma espécie de libertação para segmentos oprimidos pela sociedade conservadora e dominante. Nascia nos Estados Unidos o movimento Black Power, resgatando a auto-estima dos negros tendo como símbolo maior o cabelo natural e bem armado. O sucesso foi enorme e em pouco tempo ter cabelos black era sinônimo de força e orgulho, sendo copiado por pessoas de todas as raças em todo o mundo.
Numa outra vertente, os movimentos que surgiram em meados dos anos 70, também rompiam com a sociedade, com os costumes e regras sociais. Mais uma vez os cabelos viraram símbolo de rebeldia, alterando cabelos naturais e longos com cabelos de cores fortes e ousadas, tanto para homens como para mulheres.
A música, além do cinema, foi um dos mais importantes meios de difusão dos penteados. Não havia apenas um estilo do momento, todas as tribos se estendiam com as mais diversas tendências que surgiram no final das últimas décadas.
Novo século, novos estilos, novas tendências. Longos, curtos ou raspados... castanhos, ruivos ou dourados... liso, encaracolado ou pixaim... hoje qualquer corte ou modelo usado tanto para homens quanto para mulheres é socialmente aceito e pode ser mudado na próxima ida ao salão.
Carnavalescos:
Raphael Torres e
Alexandre Rangel