Um mago me apareceu num sonho, me levou numa barca mágica, atravessando o mar pelas águas encantadas da Baía de Guanabara, que abriga sereias e cavalos marinhos alados, doando beleza para a paisagem constante até chegar na mais bela ilha do mundo, a única que reside em suas terras verdejantes uma escola de samba, a União da Ilha do Governador, palco de tantos shows, berço de poetas e seresteiros, sambistas e pagodeiros.
          Ao chegar nesta ilha me apaixonei ao conhecer a figura ilustre que é o retrato vivo e moldura histórica da azul, vermelho e branco. Aroldo Melodia nascido na própria Ilha em 19 de abril de 1930, ainda menino se torna engraxate na Ribeira e mergulhador se jogando nas águas para capturar moedas atiradas ao mar, assim surge a voz que se espalha pelo vento e sopra na noite boêmia das gafieiras. Conquistando espaço até chegar a presidência do bloco Paraíso Imperial, dali rompeu fronteiras e chega até a humilde União da Ilha, servindo de soldado para toda guerra, chegando com a escola na Praça XI e fazendo então um casamento perfeito Ilha e Aroldo, uma só paixão, uma mesma bandeira se misturando nas cores quentes a figura de uma escola de samba se materializando na figura de um homem, que viaja o Brasil a divulgar esta paixão.
          Como uma carta de amor, que exala rosas jogadas nas águas de Iemanjá, sobre um veleiro que flutua como se repousasse nas ondas do mar. Nas andanças com divergências do samba, como uma viagem cedendo sua voz para abrilhantar o carnaval carioca, seja na Ilha, Mocidade, Santa Cruz, Caprichosos de Pilares ou Unidos da Ponte, sua bandeira é o samba, seu troféu é o microfone na Sapucaí, seu pagamento sempre foi o reconhecimento do público e os aplausos calorosos que alimentarão sua alma de esperança até os dias de hoje.
          "Buscando no reino dos sonhos, na força e na fé pedi a proteção nas Lendas e festas das Yabás, somente elas para mandarem forças lá dos confins de Vila Monte, encontrei palavras para recitar poemas de máscaras e sonhos, como um folião apaixonado brinca o carnaval no domingo e só volta amanhã, feliz, pergunta a sorte o que será, e ela responde bom, bonito e barato, apostando na sorte no burro na cabeça e hoje choro mamãe eu quero Manaus, e com tanta mãe não posso ter medo de assombrações, faço pela vida um extra-extra para manter viva a vida que te quero viva, porque o mundo não pára, mundo de malandros do Robauto e por isso boto a boca no mundo, para que todos saibam quem foi Didi, o poeta de bar em bar, e de bar em bar mesmo ando eu bebendo umas e outras para ter certeza que sou mais minha ilha, mesmo sabendo que todo dia é dia de índio, não me importo pego carona na vigem encantadora da pintada encantada e aterrizo de volta a minha ilha, porém já cansado, mas vivo!
          Com fôlego para lembrar de minha peripécias, e com orgulho digo pobre mas de cabeça erguida, tenho força para ver a minha União da Ilha, pois quando eu não mais puder desfilar, vou chorar!
          Hoje, vestido de samba, brilho na roda de bambas, de braços dados com a Águia Imperial, me orgulho de ser lembrado e homenageado em vida no Carnaval, levo a lembrança de que não sou somente um mortal, e sim me tornei retrato do samba e minha voz ficará mantida na história do samba como: Aroldo Melodia, o imortal!

Jorge Caribé

          Este é mais um trabalho feito com carinho e dedicação pelo carnavalesco Jorge Caribé, desejando sorte rumo ao carnaval 2003.
          História e desenvolvimento, baseado nos contos reais, da vida de Aroldo Melodia.

Ordem do desfile:

Abertura:

          Inicia-se o sonho do componente da Lins imperial com os Magos da Comissão de Frente usando de sua magia para apresentar uma das mais belas sagas de um baluarte do mundo do samba. Aquele que com sua voz encantou os corações de cada sambista e abrilhantou o desfile das agremiações por onde passou.
          A Lins Imperial orgulha-se em trazer para a avenida, o enredo Segura Marimba, Aroldo Melodia vem aí, calçado em depoimentos colhidos junto ao homenageado, que retratado em suas alegorias e fantasias ajudarão a contar a vida e obra desse personagem que já faz parte da história do carnaval.

• Ala de Beneméritos

• Primeira Alegoria : A Travessia da Baía
  Representa a barca encantada que atravessa a Baía de Guanabara, onde Sereias e Cavalos Marinhos Alados salpicam de magia o caminho que leva cada componente da Lins Imperial a este mundo mágico de um personagem que viveu para mostrar através de sua voz a beleza das mais belas histórias que cada agremiação por onde ele passou apresentou na passarela. “Aroldo Melodia” uma figura ímpar do carnaval Carioca.
  Destaque Principal – Flávio de Mello
  Composições - Confeccionadas por Jorge Caribe

Primeiro Setor: Primeiros anos de glórias

          Vem relembrando os primeiros anos de Aroldo Melodia como intérprete da União da Ilha, através dos sambas que embalaram sua escola e propiciaram alguns dos mais belos enredos do carnaval carioca. (Lendas e Festas das labás, Domingo, O Amanhã, O Que Será, Bom Bonito e Barato)

• Ala das Baianas - Lendas e festas das labás

• Ala Sol - 'Domingo (Praia, Samba e futebol)

• Ala da Alegria – O Que Será (Espelho Meu)

• Ala Destino – O Amanhã (Cigana)

• Segunda Alegoria: Tributo a Mocidade, Santa Cruz.
  Essa alegoria faz parte do agradecimento do homenageado, as primeiras escolas as quais emprestou sua voz e interpretação nessa sua vida repleta de passagens marcantes, e que a Lins Imperial procura demonstrar, através de esculturas que contam algumas passagens desses enredos maravilhosos.
  Destaque Principal – Eduardo Silva

Segundo Setor: A década das lutas por um Brasil melhor

          Na seqüência histórica de suas grandes interpretações vieram os enredos e sambas voltados as Colunas Sociais, a liberdade de expressão a defesa do meio ambiente, e a valorização do folclore brasileiro. E Aroldo mais uma vez é destaque, enriquecendo belos enredos e grandes carnavais. (Mamãe eu quero Manaus, Assombrações, Extra - Extra Ibraim de leve eu chego lá, Verde que te quero Verde, Robauto uma Ova etc..)

• Ala P.Q.P.S 2003 – Mamãe eu quero Manaus (Índio e Comércio)

• Ala Bloco – Assombrações (Lendas e mistérios)

• Ala Baianinhas – Extra – Extra deu Ilha na cabeça

• 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira (Igor Leal e Bárbara Marcelle): Exalação a Baia de Guanabara

• Rainha de Bateria – Kelymar de Jesus

• Bateria: Luciano da Silva (1° Diretor), Adílio Cunha (2° Diretor), Marcio Jorge (Diretor), Luiz Alberto (Diretor), Robson (Diretor) e Guilherme (Diretor)

• Ala Natureza – Amazonas Verde que te Quero Verde

• Ala das Crianças – Robauto uma Ova

• Terceira Alegoria: Tributo a Ponte e Caprichosos
  Essa alegoria ressalta através de suas esculturas, mais uma etapa do caminho traçado na vida desse expoente do samba, com lembranças dos grandes enredos defendidos nesse período. Completando assim a história de Aroldo em outras agremiações.
  Destaques Principais – Ronaldo Barros e Rodrigo Leocádio

Terceiro Setor: A década da Saudade, dos protestos, das grandes homenagens e do grande amor por sua Ilha

          Depois de um breve afastamento de sua Ilha, Aroldo retorna com o coração mais apaixonado, cheio de saudades, e através de seu canto defende enredos com criticas bem humoradas e canta e se encanta com as homenagens a amigos e a sua Escola. (Com a Boca no Mundo, Didi um Poeta de Bar em Bar, Sou mais Minha Ilha, Todo dia é dia de índio, A Viagem Encantada da Pintada).

• Ala Segura Marimba tá na Boca da Galera – Com a “boca no Mundo”

• Ala das Águas – Didi, um Poeta de bar em bar.

• 2° Casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira

• Ala Conselheiro    Sou mais minha Ilha

• Ala dos Sonhos    Todo dia é dia de índio

• Ala Comunidade    A Viagem encantada da Pintada

• Quarta Alegoria : Coração azul, vermelho e branco
  Essa alegoria traduz o valor dessa criatura humilde e cheia de riquezas para o mundo do samba. É a grande homenagem a aquele que escreveu de maneira incontestável o seu nome na história. Seus amigos, admiradores e seguidores de seu sucesso fecham o desfile devolvendo o amor e o carinho com que Aroldo sempre procurou passar para aqueles que como ele escrevem a “ Historia do Carnaval Brasileiro”.

Quarto Setor: Coração azul, vermelho e branco.

          Em fim a grande homenagem a este baluarte do samba, que a Lins Imperial, os ícones do samba, seus fãs, a imprensa prestam com carinho e amor, ajudando a escrever mais uma página no alegre carnaval carioca. (Velhas Guardas Ilha, Mocidade, Santa Cruz, Caprichosos, Ponte e todos seus amigos do mundo do samba).

Destaque Principal – Aroldo Melodia
Destaque Principal de Fantasia - Maria das Graças