FICHA TÉCNICA 2006

 

Carnavalesco     Fernando Pinto (in Memorian) e Wany Araújo
Diretor de Carnaval     Wany Araújo
Diretor de Harmonia     Roberto dos Santos Maciel (Robertinho)
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Marcelo André Oliveira da Silva (Mestre Marcelo)
Puxador de Samba Enredo     Anselmo Sampaio de Araújo (Tem Tem)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Antônio Carlos Lima Nunes (Peixinho) e Rosilane da Costa Queiroz
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Fábio Martins de Almeida e Maura Luíza
Resp. Comissão de Frente     Dudu
Resp. Ala das Baianas     Marina Miranda
Resp. Ala das Crianças     Kátia Godofredo

 

SINOPSE 2006

Lenda das sereias rainha do mar (Reedição do Império Serrano - 1976)

Histórico

          As sereias não são apenas parte da imaginação folclórica de alguns aldeões beira mar. Elas estão presentes na vida e crença de nossos ancestrais africanos e até hoje cultuadas como entidade mães da maioria dos orixás e rainha do mar e de todas as águas. Associamos alguns registros históricos para que esta informação leve a certeza que a figura da rainha sereia está ligada além do folclore popular.
          Uma reaparição após 30 anos se faz presente desta vez na passarela da Avenida Marques de Sapucaí.
          Apresentando como abertura os guardiões dos reinos das sereias, o grande mar com seres das profundezas os “abissais”. Os pescadores indo ao encontro de inevitável “sua rainha”, a grande parada, o desfile das cortes, seus portais, suas riquezas e particularidades de cada sereia.
          Uma citação a pequena sereia que o inconsciente coletivo popular aplica nas histórias e desenhos infantis, baseando nos contos referentes às sereias, rainhas do mar. Um tom de grandiosidade com um aspecto pitoresco de formas e comportamento gracioso.
          A referência está ligada à imagem da menina-moça Sobá, irmã mais nova de Oguntê, a Mãe D'Água, rainha das profundezas.
          Em 2006 completam exatamente 30 anos que desfilou na Avenida Presidente Vargas, o enredo ”Lendas das sereias rainhas do mar”, o samba tornou-se um clássico entre outros que desfilaram representando grandes enredos.
          A Escola? ”Império Serrano”.
          O Carnavalesco e Autor do Enredo? “Fernando Pinto”.
          Os Autores do Samba? “Dinoel” (filho adotivo de Belford Roxo), Vicente e Veloso.

“Script” do Enredo

          O retorno deste enredo ao desfile, traz uma outra roupagem uma re-aparição após 30 anos de sua apresentação oficial, extinta de mácula em suas formas. Retorna apoteótica delegação das serias.
A preocupação de não descaracterizar seu conteúdo central (preservá-lo) trazendo à tona um reencontro em forma de cortejo, um retorno vitorioso, um brinde ao platô do maior show “a Sapucaí”.
          Nosso maior objetivo e trazer o público a uma participação direta com a Escola. Um convite a um mergulho em nossa alegria, atendendo ao chamado o canto e gingado sensual dos belos corpos.

Justificativa

          O enredo ”A Lenda das sereias rainhas do mar” e um aproveitamento da divindade Iemanjá e suas múltiplas formas, vista simplesmente como uma importante figura da mitologia brasileira, não sendo utilizada em nenhum momento do espetáculo, nem sob nenhuma hipótese, com orixá do candomblé, entidade de umbanda ou “guia” de outras religiões ou seitas derivadas.
          Iemanjá nas suas principais formas aparecerá na encenação, como é vista mitologicamente, em figura de sereia, “rainha do mar”.
          Assim, todo o desenrolar do enredo tem esta proposta e o desfile sua ação no fundo do mar, sua morada.
          Em todo litoral brasileiro, Iemanjá é conhecida por muitos outros nomes. Uns são simples variações de outros, no entanto, tem origens históricas e são visualmente diferentes entre si: Inãe, Marabô. Em comum a condição mitologia.
          Oguntê; Marabô; Caiala; Sobá; Oloxum; Inaê; Mukunã; Dandalunda; Janaina e Iemanjá. São rainhas do mar.
          Assim contam as lendas da África. Assim falam os sacerdotes negros.
          E que retornarão desta forma a passarela do samba às sereias e suas cortes formando com suas múltiplas cores, um arco-íris, através das águas elevando aos céus a imagem da beleza e a certeza de sua grandeza.

Sinopse

          É noite de lua cheia maré alta, tempestade, os pescadores sabem que Iemanjá a rainha do mar esta dançando em cima das ondas. Quem a ver vai com ela para o fundo das águas, sua “Morada do Amor”. É tal a idolatria dos pescadores e moradores beira-mar pelas sereias, que suas mulheres sentem delas ciúmes.
          Oguntê, velha guerreira amante favorita e apaixonada dos pescadores valentes.
          Muitos, beira-mar já viram o esplendor do aparecimento de Marabô, que surge das águas em sua carruagem de cavalos marinhos, acompanhada de seus súditos, outrora pescadores, que a viram, por ela se apaixonaram e no fundo do mar a amaram.
          Contam que um pescador foi morar no fundo com Caiala, no encontro do mar com o grande rio, rainha das profundezas.
          Em outros lugares conta-se que a sereia Sobá, menina – moça, princesa do mar, foi vista em sua concha, onde guarda seus tesouros e seus amores. No fundo do mar, ela é considerada por muitos como a irmã mais nova de Oguntê.
          Oloxum é às vezes vista até mesmo de dia, no reflexo do sol sobre o mar e a luz dourada do sol se reflete em seus cabelos de prata, proporcionando uma espetacular e mágica visão.
          Em outras regiões, noite alta, beira – mar afora mesmo sem se ter tempestade no céu, sente-se no mar a presença e o encantamento de Inaê passeando prateada sobre as ondas de espuma branca.
          Certo pescador um dia viu Mukunã, se enlaçou em seus cabelos e naquele emaranhado, se amaram... Como os outros, nunca mais voltou.
          Num misto de encantamento e mistério, mar alto voa esverdeada a sereia Dandalunda, em um peixe voador, procurando seu amado entre os pescadores fortes e corajosos que se aventuram entre os seus saveiros mar alto.
          Contam que um pescador viu Janaina, de longos cabelos prateados e não voltou.
          Iemanjá é a mãe, a rainha dos peixes e a dona das fontes, dos pequenos e grandes rios, dos grandes e pequenos lagos, onde houver um pouco d'água parada ou corrente, seja ela doce ou salgada, é sempre constatada a presença da poderosa rainha de todas as sereias “Iemanjá”.
          Se for noite de lua cheia, maré alta, tempestade, todos os pescadores se lançam ao mar, sentindo ao mesmo tempo, medo e desejo, fazendo suas promessas, todos querem ver sair das águas a sua rainha.

Fernando Pinto (in memorian) e Wany Araújo

Roteiro do desfile:
  • 1º Ala: Grande e misterioso mar - O misterioso mar com seu volume imenso d'água comporta fantástica quantidade de vegetação corais, jardins belíssimos, peixes, seres das profundezas e planctons o elemento que dá início a todo mistério marinho.

  • 2º Ala: Seres abissais - Os seres que habitam as profundezas das águas e possuem formas estranhas e bizarras. Estes seres são de variadas cores e alguns são luminosos.

  • 3 º Ala: Pescadores em mar alto - Homens que vivem da pesca arriscando suas vidas, enfrentando grandes tempestades em mar alto, aventurando seus saveiros, se lançam ao mar sentindo ao mesmo tempo medo e desejo fazendo suas promessas, querem ver sair das águas sua rainha a “linda sereia”.

  • 4º Ala: A doce melodia do cortejo (Bateria) - No cortejo desfilam as delegações dos reinos das mais diversas sereias. A grande festa tem seu ponto alto. O som da música exerce fascínio e sensualidade, contagiando a todos. Convidativo ao mergulho profundo e atender a magia sensual do chamado.

  • 5º Ala: A sensual dança das sereias (Passistas) - O provocante gingado sensual das sereias excita a todos provocando, atraindo para com elas mergulharem ao seu leito nas profundezas , a morada do amor.

  • 6º Ala: Guardiãs da sereia guerreira (Oguntê) - Os seres que guardam as fronteiras e domínios da corte de Oguntê. Suas riquezas, mantendo a ordem e paz em toda sua extensão.

  • 7º Ala: A presença das sereias guerreiras “Oguntê” (Baianas) - A sábia e mais velha guerreira, amante favorita dos pescadores valentes e destemidos. Mãe d`água protetora dos mares profundos.

  • 8º Ala: O misterioso mar dos pescadores - O mar que leva as embarcações mar a dentro balançando e embalando os sonhos dos pescadores de encontrar sua rainha. Águas profundas cristalinas e misteriosas.

  • 9º Ala: Guardiãs da sereia Marabo - Os seres que guardam as fronteiras e domínios da corte, patrulham toda sua extensão em seus cavalos marinhos, protegendo suas riquezas, zelando pela ordem e paz de todo o reino.

  • 10º Ala: A soberana sereia Marabo - A bela soberana sereia Marabo, em noite de lua cheia passeia em uma carruagem puxada por cavalos marinhos. Encanta pescadores fazendo-os apaixonarem-se por ela e em seu reino no fundo do mar os amam.

  • 11º Ala: Guardiãs do reino de Caiala - A rainha das profundezas forma seu exército e súditos com uma infinidade de pescadores, que com ela foram morar. Eles protegem os limites do seu reino, seus tesouros e tudo que faz parte da corte da sereia Caiala.

  • 12º Ala: Caiala rainha das profundezas - A bela e sensual rainha que habita as profundezas e reverenciada a todo instante pelo seu fascínio, atraindo todo pescador que cruza seus domínios no mar. sua morada verdadeira fortaleza de rochedos marinhos.

  • 13º Ala: Conchas que guardam os tesouros de Soba - Conchas gigantes onde mora a sereia Soba, a pequena sereia. As conchas são vigiadas por temíveis seres das profundezas e nelas guardados os tesouros de Soba e tudo que ama.

  • 14º Ala: A pequena sereia e os amigos peixes - As pequenas sereias encantam e alegram o reino. Crescem aprendendo e obedecendo as regras e deveres de uma sereia. Brincam livremente nas calmas e claras águas da corte de Soba com os amigos peixes.

  • 15º Ala: Soba a rica sereia - Princesa do mar passeia em sua concha, onde guarda seus tesouros e amores. Considerada irmã mais nova e amada de Oguntê vive e sua concha guardada por ferozes seres do mar.

  • 16º Ala: O mar de Oloxum dourado pelo sol - Mar dourado pelo reflexo do sol desenha um tapete rico, onde passam os cortejos dos reinos das sereias.

  • 17º Ala: Guardiãs do reino de Oloxum - Os seres que vigiam os limites do reino de Oloxum protegem seus tesouros e as estrelas do mar, o veículo que faz sua rainha movimentar-se pelos oceanos.

  • 18º Ala: A sereia dourada Oloxum - O reflexo do sol sobre o mar douram os cabelos prateados de Oloxum. A sereia carrega seu corpo com o ouro do sol, fazendo jus ao título de rainha dourada. Percorre os oceanos na sua estrela marinha.

  • 19º Ala: Guardiãs de Ynaê - Os seres guardiãs da vegetação e fauna marinha mais característica dos recifes das áreas do fundo do mar da corte e todo o tesouro da sereia Ynaê.

  • 20º Ala: Sereia prateada Ynaê - A sereia prateada passeia sob as espumas brancas de seu mar. envolta à vegetação marinha e fauna, junto as muralhas de recife que protegem sua morada.

  • 21º Ala: Guardiãs do reino de Janaína - Os que protegem os limites do reino, tesouros e suntuosos rochedos espelhados da princesa Janaína.

  • 22º Ala: A famosa sereia Janaína - Princesa e deusa do mar, a mais famosa e encantada das sereias, vive no encontro do mar com o grande rio em volta de rochedos espelhados. O sol prateia seus longos cabelos que unem as duas águas.

  • 23º Ala: Os caiçaras esperando os caçadores - A eterna espera das mulheres pelos seus homens, que entraram mar à dentro e nunca mais voltaram “foram morar com a rainha Yemanjá”. O pedido de clemência para devolver aqueles que hoje moram nas profundezas d'água. Imploram a Yemanjá a rainha das sereias a libertação.

  • 24º Ala: O mar de Yemanjá iluminado pelo luar - O mar iluminado pela lua cheia, a imagem da mãe d`água é refletida no espelho d`água, dançando mançamente. As águas verdes da cor dos seus cabelos.

  • 25º Ala: A rainha do mar Yemanjá - A mãe, a rainha dos peixes, a dona das fontes, dos pequenos e grandes rios, dos grandes e pequenos lagos.onde houver água parada ou corrente. Noite de luz, maré cheia tempestade, Yemanjá dança sobre as ondas convidando a todos para um mergulho neste desfile na “Lenda das Sereias Rainha do Mar”.

  • 26º Ala: O velho lobo do mar (Velha Guarda) - Muitas vezes entrou no mar superando desafios, vencendo obstáculos, extraindo das águas profundas seu alimento, ocultando-se e evitando ouvir o chamado da rainha do mar.

Wany Araújo (Carnavalesco)

 

SAMBA ENREDO                                                2006
Enredo     Lenda das sereias rainha do mar (Reedição do Império Serrano - 1976)
Compositores     Vicente Mattos, Dinoel e Arlindo Velloso
O mar, misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante

Olha o canto da sereia
Ialaô, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar

Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz ela semeia

Toda Corte engalanada
Transformando o mar em flor
Vê o Império enamorado
Chegar à morada do amor

Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá
Oloxum, Inaê
Janaína e Iemanjá