Sorria...
Sou Rio, sou carioca, sou Inocentes, sou Pan e serei Olimpíada
Introdução:
Rio
de Janeiro maravilhoso, Rio de Janeiro cidade maravilhosa, Rio de encantos
mil, banhado por um mar azul celestial, emoldurado por serras, morros
e montes, iluminado por um sol e por um céu sem igual. Eu sou o mais
lindo rio que a mão de Deus criou. Isso pode estar muito bonito mas
não é bem isso o que queremos cantar, o Rio de Janeiro é lindo, e isso
todos nós já sabemos. Essa qualidade carioca já foi cantada em prosa,
verso, marcha, bolero e samba.
Acreditamos,
no entanto, que se a natureza foi tão pródiga para conosco, ela o foi
sabendo que aqui viveria um povo especial, um povo sacana, safado e
alegre por natureza, um povo descontraído, bem humorado e sempre de
bem com a vida. E esse povo bem merece o cenário que o cerca. Se somos
a cidade maravilhosa, é por que aqui vive um povo maravilhoso, aqui
vive o povo carioca. E ser carioca não é apenas ter nascido por aqui,
ser carioca é compreender, aprender e se deixar “ carioquizar ” pela
magia dessa cidade. Ser carioca é se deixar levar pela alegria, é
deixar-se embalar no espírito boêmio, malandro e peculiar dessa gente
que faz o Rio ser o Rio de toda a gente.
Por isso
cantaremos o orgulho de sermos cariocas, por isso cantaremos essa gente
maravilhosa dessa cidade maravilhosa, por isso cantaremos o orgulho
que sentimos em sediar os Jogos Pan-americano de 2007 e preconizaremos
o mesmo orgulho que sentiremos ao sediar as Olimpíadas 2012. Por isso
com um matreiro, irreverente e alegre sorriso nos lábios, cantaremos
em 2004 :
Sorria... Sou Rio,
Sou Inocentes, Sou Carioca, Sou Pan e Serei Olimpíadas
Sinopse:
Eu
sou o Rio, eu sou carioca, eu sou essa gente que batuca e que toca um
surdo, um pandeiro e um tamborim. Que se veste de pierrô, colombina
e arlequim e que amanhece cantando e sambando num cansado e surrado
butequim.
Eu sou o
Rio do samba, carnaval, alegria e folia. De Zica, de Neuma, de
Ciata, de malandragem e boemia, de Mangueira, Salgueiro e Portela
e dessa Mocidade que Beija a Flor como se num Império, fosse uma Imperatriz.
Eu sou o
Rio, sambista, funkeiro e sambeiro, de Martinho, de Neguinho e Morengueira,
de Zeca Baleiro e Pagodinho, de Monarco, Casquinha, Cartola
e Padeirinho, de Lacraia, Serginho, Buchecha e Claudinho.
Eu sou o
Rio machão, garanhão, safado e sarado que mexe com a moça que vem e
que passa num doce balanço a caminho do mar, sou poeta, poetinha, sou
Vinicius, sou Toquinho, Ipanema, sou o bondinho, sou Drummond sentadinho
bem pertinho do mar.
Eu sou o
Rio moleque de Sargentelli e Lamartine, de Noel, Donga e Pixinguinha,
Ari Barroso e sua gaitinha, da menina bronzeada, da loirinha, e da mulata
assanhada que passa com graça fingindo INOCENTES, tirando o sossego
da gente. Rio de crenças, cultos, rezas e oferendas, católico, cristão,
sem credo e sem crença, crente e descrente.
Eu sou o
Rio carioca de morro, favela e roça, Rocinha, Cidade de Deus Livramento
e Jacarezinho, de um povo que vive lutando, sorrindo e curtindo, que
não tem hora p’ra nada, mas que viaja apinhado num trem lotado, e nem
sabe bem a quem corre atrás de um vintém suado e minguado. Que se diz
vendedor, ambulante mas na verdade é um errante, um verdadeiro camelô.
Eu sou um
carioca sacana que vive de troça, graça e piada, que tira riso do nada,
que gargalha com o Chico, Caruso ou Anísio, que versa com Chico, Buarque
de Holanda, que entoa no Tom de Jobim ou na piada do Cavalcante. Rio
de Jô, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias e do humor que abunda no Casseta
e Planeta com Seu Creisson, Hubert, La Peña e Bussunda.
Eu Sou o
Rio carioca e caricata. Caricaturado em traços e troças por Lan, Ziraldo,
J. Carlos e Nássara, por Péricles e seu amigo da onça, Rio d’O
Cruzeiro, Manchete e Pasquim, d’O Malho, d’A Manha, do fajuto barão
e do pitoresco Agamenon. Rio d’A Careta e do imortal Stanislaw Ponte
Preta.
Eu sou o
Rio carioca flamenguista e vascaíno, tricolor e alvinegro, de Romário
e Edmundo, de Parreira, de Zagalo, de Zico e Ronaldinho, de Garrincha
endiabrado gingando num Maraca lotado, do Caixa d’água enrolado e do
Eurico mal criado.
Eu sou o
Rio esportista, orgulhoso e bairrista, do vôlei, basquete e atletas
nas pistas, de Bernard e sua jornada, de Oscar, maravilhosas jogadas,
do esporte amador, do esporte de quadra
Eu sou o
Rio moleque, travesso, que brinca, que brilha, que sabe tirar da adversidade
um sorriso. Que se esquiva de bala perdida, de blitz da esquina e da
propina pedida. Que leva um papo, joga uma letra, inventa uma história,
conta um conto e aumenta um ponto, que se faz de sonso e tonto e segue
feliz a sua vida.
Eu sou o
Rio maneiro da governadora Rosinha, dos secretários Chiquinho e Garotinho,
do fujão Sussuquinha, do espertalhão Silveirinha e sua polpuda caixinha.
Rio de Brizola e brizolão, de Fernandinho e Piscinão e de 1 real
no bandejão.
Eu sou o
Rio malandrinho, do Prefeito maluquinho, que de louco tem tão pouco,
que emburaca na lida, que esburaca a cidade, antes tida e havida como
falida, mas que vira bem mais linda num Rio cidade. Que soube acreditar
e realizar um sonho, um Pan sonho. Que sonha sonhando e que sabe que
o sonho olímpico vai se realizar
Eu sou o
Rio do centro, Central e Leopoldina, zona oeste, Norte ou Sul,
sou o Rio da Baixada, Fluminense no nome mas carioca por adoção e devoção,
baixada da Grande Rio e da Leão, Ponte e Beija Flor. Baixada que com
orgulho trazemos no nome – Sou Carioca e sou Inocentes da Baixada.
Eu sou o
Rio e rio a toa, já dizia um antigo samba da co irmã Acadêmicos do Salgueiro
e é nesse clima alegre, solto e irreverente que:
-
Cantaremos o orgulho
de sermos carioca.
-
Cantaremos o orgulho
que sentimos em sediar os Jogos Pan-Americano de 2007
-
Cantaremos essa gente
maravilhosa dessa cidade maravilhosa
-
Preconizaremos o mesmo
orgulho que sentiremos ao sediar as Olimpíadas 2012.
-
Por isso e com um matreiro,
alegre e irreverente sorriso nos lábios, cantaremos em 2004:
Sorria... Sou Rio,
Sou Inocentes, Sou Carioca, Sou Pan e Serei Olimpíadas
Luiz Fernando Reis

Prezado Amigo Compositor
O
G.R.E.S. Inocentes da Baixada agradece a sua presença e aproveita a
oportunidade para lhe desejar boas vindas e também muito boa sorte nesse
limiar dos preparativos para o carnaval 2004.
A Inocentes
da Baixada vem demonstrando em seus últimos enredos uma enorme preocupação
em aliar a alegria, o colorido e a descontração com a arte e com
a cultura brasileira. Para nós, o carnaval vai muito além de samba e
fantasia. Ele é um momento mágico de divulgarmos na alegria de nosso
cantar e na descontração de nosso sambar a rica, vasta e belíssima cultura
nacional.
E foi com
essa motivação que evitamos nos apequenar diante de um mero enredo oportunista,
um simples enredo caça-níqueis, não que dispensemos o patrocínio, precisamos
e muito dele, porém a nossa opção continua sendo transmitir com muita
alegria arte e cultura ao nosso povo.
E desse
forma escolhemos para nosso enredo 2004:
Sorria... Sou Rio,
Sou Inocentes,Sou Carioca, Sou Pan e Serei Olimpíadas
Um
enredo alegre, solto, colorido, irreverente e descontraído como bem
sugere um enredo sobre esse Rio de Janeiro dessa espirituosa gente carioca,
por isso necessitamos de um samba enredo que siga essa linha de descontração,
alegria e irreverência.
-
Um samba alegre, curto
e com dois refrões valentes.
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Um samba que cite com
orgulho o nome da escola.
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Um samba que fale desse
espírito alegre e divertido do povo carioca.
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Um samba que tente
mostrar que se fomos escolhidos para sede dos jogos Pan-Americano
de 2007 é por que além das belezas naturais dessa cidade maravilhosa
temos aqui vivendo um povo igualmente maravilhoso.
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Um samba enredo que
transmita o orgulho e a esperança em sermos escolhidos como sede
dos Jogos Olímpicos de 2012.
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Um samba enredo que
consiga ter o espírito boêmio, malandro e sacana do povo carioca,
que seja esportivamente alegre, despojado e maliciosamente gostoso
de se cantar, sambar e ouvir.
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Nós acreditamos em
nossa Ala de compositores e temos a certeza que esse espírito mágico
de alegria que habita cada um de nós cariocas os inspirará na realização
de uma obra musical que aliada
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Muito Obrigado e vamos
juntos rumo à vitória.
Luiz Fernando Reis
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