FICHA TÉCNICA 2009

 

Carnavalesco     Márcia Lávia Lage
Diretor de Carnaval     Waltinho Honorato
Diretor de Harmonia     Marcos da Costa Souza (Marcão da Serrinha)
Diretor de Evolução     Almir Frutuoso da Silva
Diretor de Bateria     Átila dos Santos Gomes (Mestre Átila)
Puxador de Samba Enredo     Edson Marcondes (Nêgo)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Diego Machado e Jacqueline Gomes
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Alex Marcelino e Rafaela Caboclo
Resp. Comissão de Frente     João Wlamir
Resp. Ala das Baianas     Eni Oliveira da Silva (Tia Eny)
Resp. Ala das Crianças     Maria Célia Resende
Resp. Galeria de Velha Guarda     Sidiomar Clóvis Barbosa (Sr. Mazinho)

 

SINOPSE 2009

A lenda das sereias, mistérios do mar
(Reedição do samba da escola de 1976)

Justificativa:

          O mar sempre exerceu sobre o ser humano o sentimento de medo e de fascínio. Sempre permaneceu como um convite à contemplação ou ao impulso para a aventura. Do mar nascem histórias e lendas, mitos que povoaram a imaginação e deram à vida o sentido da beleza, da conquista e do arrebatamento diante do grande mistério.
          Mar, misterioso mar. O que faz o Império te cantar?
          Mais uma vez, empurrados pela força das águas, nós abraçamos este mundo líquido em constante movimento.
          Tocados pelo que o mar mostra na sua superfície azul e pelo que o mar esconde em seu quintal profundo. Aqui está nossa reverência. Conchas e peixes, sereias e tesouros, mitos e crenças, tudo vem dar à praia. Nas ondas, nos casos, na prosa enredada dos pescadores. Mistérios que vêm à luz.
          A inconstância do mar é a inconstância do homem. Fluxo e refluxo, movimento das marés, tormenta e calmaria, tal e qual em nossas vidas se alteram os humores.
          Navegar é abrir caminhos, romper fronteiras, ganhar espaço. O Império Serrano, com leme e timão, vai a favor da correnteza, segue o destino das águas em busca do porto seguro, seu lugar merecido.
          A releitura do enredo “A Lenda das Sereias e os Mistérios do Mar” conduz a nau imperiana por um universo de encanto e beleza, elemento que se une ao momento favorável que o Império Serrano vive.
          A garra e o ímpeto de seus componentes, somados à força e à presença que o mar representa, serão com certeza a combinação perfeita para uma navegação segura, rumo a um carnaval vitorioso.
Alcemos as velas ao mar...

Histórico do Enredo:

          O Império Serrano abraça o mar e se deixa levar por ele, insondável e misterioso, em uma viagem vibrante que, através de mitos, lendas e tesouros escondidos e personagens históricos, revela com graça suas belezas naturais.
          Na visão do mar primordial destaca-se a figura do deus Netuno, soberano das águas, temido e adorado, protetor dos navegantes ou causador de naufrágios. A ele se creditam os sonhos de bonança ou os pesadelos de tempestade. No alto de seu carro, puxado por cavalos marinhos, aparece imponente, símbolo da poderosa energia do mar, nem sempre ao alcance da inteira compreensão do homem.
          Mar, verde mar, serena cor da esperança, estandarte do Império Serrano...
          Beira do mar, noite de lua cheia, afloram histórias de peixes e de sereias. São seres trazidos pelas águas, vivos na voz dos pescadores, que se encantam com a visão das princesas do mar, suas belezas, seus tesouros, seus dotes de pérolas e o que há nele da força sedutora da mulher.
          Somos gratos ao mar. Nas nossas horas de lazer, nos dias de descanso sob o sol, atraídos por ele, nos mergulhos que nos refrescam o corpo e renovam a alma.
          Em uma eterna reverência aos ousados navegantes portugueses e suas conquistas de além-mar, a marujada se faz presente. E seguindo o lema Ad sumus (Aqui estamos), a bateria imperiana abre caminho para a corte engalanada seguir rumo ao mar encantado.
          Domínio dos castelos de areia e suas figuras imaginárias. Nele os cardumes se movimentam conforme o ritmo das águas, e dessa dança submarina, verdadeiro baile das espécies, saltam peixes-voadores em suas visitas à superfície, o peixe-pescador em seu tempo de espera, o peixe-dragão com sua beleza imponente e o cavalo-marinho como um ser de outro mundo. Viva a imaginação!
          O mar esconde um reino sob as águas...
          Em um mergulho mais profundo, lá onde nascem os corais, entramos no reino da delicadeza, universo para ser contemplado e nos extasiar com tantas variedades de espécies, onde anêmonas e peixes de todas as cores formam uma aquarela divina. É a beleza profunda transmitindo quietude, matéria da qual são feitos os sonhos.
          E o sonho é sem fim. Como uma estrela-do-mar se movimentando lentamente, como o segredo guardado numa concha, símbolo da fecundidade e da origem da vida.
          Os mitos são como os sonhos, sempre têm algo a dizer ao nosso coração, mas se apresentam com linguagem própria, num mundo bem diferente do nosso. Por isso nos parecem tão mágicos e ao mesmo tempo tão familiares.
          Conforme descrição de Fernando Pinto, autor da versão original do enredo, em 1976, “A Lenda das Sereias Rainhas do Mar”, Iemanjá, nas suas principais representações, aparecerá na encenação como é vista mitologicamente, em figura de sereia, rainha do mar, e o desenrolar do desfile em quase todos os segmentos tem sua ação no fundo do mar, sua morada.
          Em todo o litoral brasileiro, Iemanjá é conhecida por muitos outros nomes. Uns são simples variantes, como, por exemplo: Janaína, Dona Janaína, Dona Maria. Outros, no entanto, têm origem, história e representação visual diferentes entre si: Inaê, Marabô, Caiala, etc. Entretanto, todas são sereias na forma e têm em comum a condição mitológica de rainhas do mar.
          Vamos então saudar Iemanjá na passagem do ano! É meia-noite à beira-mar, ali entregamos nossas oferendas: pentes, perfumes, colares, laços de fita, sabonetes, todos os itens de beleza, prazer e capricho de uma moça vaidosa. Neste dia renovamos nossas forças e lançamos ao mar nossas tristezas e decepções para que sejam levados para bem longe de nossas vidas em troca de pedidos e desejos a alcançar. Onda que leva o passado e traz o futuro, segundo a vontade da sereia Iemanjá, rainha e soberana do mar.
          Mar sempre eterno, como eterna é a nossa esperança...

Márcia Lage

 

SAMBA ENREDO                                                2009

Enredo     A lenda das sereias, mistérios do mar (Reedição do samba da escola de 1976)
Compositores     Vicente Mattos, Dinoel e Arlindo Velloso
O mar, misterioso mar
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante

Olha o canto da sereia
Ialaô, oquê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar

Ela mora no mar
Ela brinca na areia
No balanço das ondas
A paz ela semeia

Toda Corte engalanada
Transformando o mar em flor
Vê o Império enamorado
Chegar à morada do amor

Oguntê, Marabô
Caiala e Sobá
Oloxum, Inaê
Janaína e Iemanjá